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Estudando Teologia no Livro dos Salmos: Lição 3 – O que Deus faz? (Salmo 104)

15/06/2016 by João Paulo Thomaz de Aquino

Nas lições anteriores abordamos como Deus fala conosco e o que ele diz acerca de si mesmo, seus atributos. Nesta lição abordaremos um pouco sobre a obra de Deus, sua Criação e Providência. Nossa oração é que ao final você se sinta impressionado com a grandeza e perfeição do único Deus que existe, Yahweh.

Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra; porque eu sou Deus, e não há outro… Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim (Isaías 45:22 e Isaías 46:9)

 

Lição 3

O Que Deus Faz?

 

Texto base: Salmo 104

 

Para realmente conhecer alguém não basta conhecermos as suas características físicas e psicológicas, é necessário também saber o que essa pessoa faz, quais são suas obras. Não é diferente com relação à Deus, se vcocê quer conhece-lo, precisa conhecer o que Ele faz.

Nesta lição olharemos para as obras de Deus através do belíssimo Salmo 104. Costuma-se falar das obras de Deus como Criação e Providência. Este salmo une de maneira poética estas duas obras, tendo-as como alvo de sua meditação:

 

1 Bendiga o Senhor a minha alma!

Ó Senhor, meu Deus, tu és tão grandioso!

Estás vestido de majestade e esplendor!

2 Envolto em luz como numa veste,

Ele estende os céus como uma tenda,

3 E põem sobre as águas dos céus

As vigas dos seus aposentos

Faz das nuvens a sua carruagem

E cavalga nas asas do vento

4 Faz dos ventos seus mensageiros

E dos clarões reluzentes seus servos

5 Firmaste a terra sobre os seus fundamentos

para que jamais se abale; (Salmo 104.1-5)

 

O salmista, repetindo o que fez no Salmo 103, convida a sua alma para que bendiga ao Senhor. O que se segue, é a resposta obediente de sua própria alma em louvor a Deus, uma meditação agradável ao Senhor. Tal meditação tem como ponto de partida o próprio Deus que é grandioso, majestoso e esplendoroso. O salmista então exemplifica estes adjetivos que acabou de dar a Deus apontando para elementos da criação de Deus e o uso poderoso que Deus faz destes elementos.

O Deus que se veste de luz e de esplendor criou pela palavra do seu poder a luz no primeiro dia da Criação. No segundo dia da Criação (conforme Gênesis 1), Deus criou o firmamento (céu azul) e fez separação entre as águas debaixo dos céus (mares, rios) e as águas acima do firmamento (nuvens e alguma forma primitiva de reter as águas que caíram na época do dilúvio). Deus é louvado no Salmo 104 em lembrança à sua obra criadora também do segundo dia e porque Ele continua detendo o poder de fazer o que quiser com os céus, as nuvens, os ventos e os trovões.

 

O Senhor das águas é aquele que as criou. Baal não é o sengor das águas, chuvas e trovões e nem Iemanjá. Somente Deus Yahweh é o Senhor das águas. É por isso que esse Deus teve o poder de fazer tais águas inundarem a terra. É sobre isso que o salmista agora vai falar:

 

Plitvice, Croácia

 

6 com as torrentes do abismo a cobriste

como se fossem uma veste;

as águas subiram acima dos montes.

7 Diante das tuas ameaças as águas fugiram,

puseram-se em fuga ao som do teu trovão;

8 subiram pelos montes e escorreram pelos vales,

Para os lugares que tu lhes designaste

9 Estabeleceste um limite que não podem ultrapassar;

jamais tornarão a cobrir a terra. (Salmo 104.6-9)

 

        A capacidade de concisão do salmista é invejável. Em 4 versos ele narra toda a história de Gênesis 6 a 9. Desde o início do dilúvio até a aliança de Deus com Noé de não mais destruir a terra através da água (Gênesis 9.11). Deus é aquele que inundou a terra, matou toda aquela geração por causa dos seus pecados, pela graça salvou Noé e sua família, secou a terra e prometeu não mais destruí-la daquela forma. O nosso Deus é digno de ser louvado!

 

10 Fazes jorrar as nascentes nos vales

E correrem as águas entre os montes

11 delas bebem todos os animais selvagens

e os jumentos selvagens saciam a sua sede

12 as aves do céu fazem seu ninho junto às águas

e entre os galhos põem-se a cantar

13 dos teus aposentos celestes regas os montes

Sacia-se a terra com o fruto das tuas obras! (Salmo 104.10-13)

 

O salmista continua louvando a Deus pela água. A novidade é que a água é exaltada em relação à terra. Na verdade o salmista agora está levando em consideração o terceiro dia da criação, quando Deus fez aparecer a porção seca no meio das águas. É Deus quem faz as nascentes jorrarem água constantemente. É ele quem faz os rios e cachoeiras entre os montes, logo, é Deus quem, provê de beber aos animais selvagens e às aves. É Deus quem faz a chuva cair (dos teus aposentos celestes regas os montes) e consequentemente, quem sacia a terra com o fruto das suas obras. Em outras palavras, a harmonia que existe neste mundo, com cada coisa no seu devido lugar, vem das mãos de Deus. É Ele quem em Sua Providência supre as necessidades de todos.

  

14 É o Senhor que faz crescer o pasto para o gado,

e as plantas que o homem cultiva, para da terra tirar o alimento:

15 o vinho, que alegra o coração do homem;

o azeite, que lhe faz brilhar o rosto,

e o pão que sustenta o seu vigor.

16 As árvores do Senhor são bem regadas,

os cedros do Líbano que ele plantou;

17 nelas os pássaros fazem o ninho

e nos pinheiros a cegonha tem o seu lar.

18 Os montes elevados pertencem aos bodes selvagens,

e os penhascos são um refúgio para os coelhos. (Salmo 104.14-18)

 

No louvor de sua alma, o salmista continua pensando no terceiro dia da criação. Mais uma vez a harmonia da criação e a bondade do Senhor estão em pauta. É na terra (porção seca de Gênesis 3.9) que Deus fez crescer (também no 3º dia) toda espécie de relva (pasto) e plantas como a videira, a oliveira e o trigo, cujos frutos tem abençoado ao longo dos séculos a vida daqueles que do vinho, do azeite e do pão sabem fazer bom proveito. Além disso, essas árvores servem de lar para os animais. O salmista ainda encontra tempo para reparar no relevo: montes e penhascos. Para aqueles que ainda não visualizaram a estrutura deste salmo, facilitamos:

 

                        Dia da Criação                     Salmo 104

                   1º Dia                              104.2-5

                   2º Dia                              104.6-9

                   3º Dia                              104.10-18

                   4º Dia                              104.19-23

                   5º Dia                              104.24-26

                   6º Dia                              104.27-30

 

 

Apesar da estrutura deste salmo estar baseada no relato da criação, não podemos perder de vista que o salmista fala sobre a criação, mas também sobre a obra de providência de Deus em administrar a sua Criação de forma maravilhosa e harmoniosa. Vejamos o que o salmista tem a dizer sobre o 4º dia da Criação:

 

19 Ele fez a lua para marcar estações;

o sol sabe quando deve se pôr.

20 Trazes trevas e cai a noite,

Quando os animais da floresta vagueiam.

21 Os leões rugem à procura de presa,

buscando de Deus o alimento,

22 mas ao nascer do sol eles se vão

E voltam a deitar-se em suas tocas.

23 Então o homem sai para o seu trabalho

para o seu labor até o entardecer. (Salmo 104.19-23)

 

Estão lá em Gênesis, no relato da criação, os porquês Deus fez os luminares (Gênesis 1.14-19). Aqui vemos como o sol e a lua cumprem no dia a dia o seu papel conforme estabelecido por Deus, o seu Criador. Marcam os dias e as estações e contribuem com a harmonia do mundo marcando o tempo de homens e animais selvagens saírem para os seus afazeres. Seguem-se agora as considerações do salmista sobre o 5º dia da Criação:

 

24 Quantas são as tuas obras, Senhor!

Fizeste todas elas com sabedoria!

A terra está cheia de seres que criaste.

25 Eis o mar, imenso e vasto.

Nele vivem inúmeras criaturas,

seres vivos, pequenos e grandes.

26 Nele passam os navios, e também o Leviatã,

que formaste para com ele brincar (Salmo 104.24-26) 

 

O verso 24 quebra a continuidade do Salmo, fazendo uma poderosa declaração de louvor por tudo que tinha considerado até aqui. É como se o salmista não tivesse conseguido conter, antes de continuar, ele precisou gritar em louvor a Deus: Quantas são as tuas obras, Senhor! Fizeste todas com sabedoria! Esta atitude parece-se muito com o arroubo de louvor de Paulo em Romanos 11:

 

Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus!

Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!

Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?

Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído?

Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas.

A ele, pois, a glória eternamente. Amém! (Romanos 11.33-36)

 

Em Romanos o “êxtase” de Paulo é causado pela obra da salvação que ele vinha descrevendo até então. Aqui, o arroubo do salmista é devido à criação e a providência de Deus. No 5º dia, segundo o relato de Gênesis, Deus criou os animais aquáticos e também as aves. Nosso salmista já falou sobre as aves (Sl 104.12 e 17). Agora ele destaca as inúmeras criaturas, pequenas e grandes, que vivem no mar, inclusive o temido Leviatã, criado por Deus para com ele se divertir.

Não é muito fácil perceber as divisões do salmo, até porque o salmo foi feito como uma peça única de poesia, assim, por vezes, a transição de um dia para outro da criação é gradual. Mas aqui chegamos finalmente ao sexto e último dia da criação, quando foram feitos animais terrestres e os homens:

 

27 Todos eles dirigem seu olhar a ti,

esperando que lhes dês o alimento no tempo certo;

28 tu lhes dás, eles o recolhem,

abres a tua mão, e saciam-se de coisas boas.

29 Quando escondes o rosto, entram em pânico;

quando lhes retiras o fôlego, morrem e voltam ao pó.

30 Quando sopras o teu fôlego, eles são criados

e renovas a face da terra. (Salmo 104.27-30)

 

O salmista usa um recurso literário primoroso aqui. Ele não define de quem está falando – chama-os de todos – e desta forma podemos aplicar tais palavras tanto aos animais quanto aos homens criados no 6º dia. Algumas afirmações destes versículos remetem-nos diretamente para a criação do homem: sopras o fôlego da vida, morrer, pó. O fato é que todos, homens e animais, dependem de Deus para sua alimentação (Sl 104.14-15). Por isso Jesus nos ensinou a orar: “o pão nosso de cada nos daí, hoje” (Mateus 6.11). é um reconhecimento de que o alimento diário vem das mãos de Deus e se Ele, por algum motivo, virar o rosto (expressão bíblica que significa desfavor) todos, homens e animais, desesperam-se e morrem. E desta forma, Deus, o Senhor, o Rei que governa tudo e todos, renova a face da terra.

Muito bem! Vimos a criação e a contínua obra da providência de Deus relacionada aos seis dias da criação. A pergunta que fazemos é: quais são as atitudes humanas requeridas em resposta a estas bênçãos tão grandiosas? O salmista continua meditando. Lembre-se, este salmo é a resposta do salmista à sua própria ordem para a sua alma no sentido desta louvar ao Senhor. É isso que ele continua fazendo:

 

31 Perdure para sempre a glória do Senhor!

alegre-se o Senhor em todos os seus feitos!

32 Ele olha para a terra, e ela treme,

toca os montes, e eles fumegam.

33 Cantarei ao Senhor toda a minha vida;

louvarei ao meu Deus enquanto eu viver.

34 Seja-lhe agradável a minha meditação,

pois no Senhor tenho alegria.

35 Sejam os pecadores eliminados da terra

e deixem de existir os ímpios.

Bendiga o Senhor a minha alma!

Aleluia! (Salmo 104.31-35)

 

Louvor! Eis o que temos nos últimos versos deste maravilhoso salmo. O salmista louva (elogia) a Deus pelos seus feitos. Reconhece a grandeza do Senhor. A terra treme diante do Senhor (Êxodo 19.16-19), e tremeu mesmo! Por tudo isso, o salmista renova um compromisso com Deus: eu cantarei e louvarei ao Senhor. De fato, se Deus é quem o salmista afirma ser, a obrigação dos homens é viver para prestar-lhe culto e render-lhe louvor. Ele é o grande Senhor Criador e Mantenedor de todas as coisas, inclusive de nós, pequeninas e frágeis criaturas humanas. O salmista deseja que não somente seus cânticos sejam agradáveis a Deus (não somente as palavras dos seus lábios) mas também a sua meditação (meditação do seu coração) seja agradável ao Senhor, por Ele, é fonte de alegria! Que grande pecado é, não reconhecer quem é Deus, o que Ele faz, não lhe dar louvor e nem lhe obedecer. O tamanho do pecado é proporcional à santidade e inocência da pessoa contra a qual pecamos. É por isso que este salmo de louvor tem a dura afirmação do verso 35: “Que os pecadores sejam eliminados da terra e deixem de existir os ímpios.” Esta também é uma meditação agradável a Deus. Que os inimigos de Deus sejam destruídos. É evidente que o salmista não está falando de qualquer tipo de pecador, mas daqueles que decididamente e racionalmente são inimigos de Deus. Quem se rebela contra o bondoso Senhor do Universo, que sustenta todas as suas criaturas, inclusive os rebeldes, merece a pena mais dura que pode existir: a de morte eterna. E é isso que acontecerá no final dos tempos: vida eterna para aqueles que viveram para louvar o Senhor, reconheceram sua bondade e meditaram em seus feitos, e morte eterna para aqueles que decidiram fechar os olhos para esta grande verdade. O salmista termina como começou:

 

Bendiga o Senhor a minha alma!

Aleluia! (= Seja louvado Yahweh)

 

Oração: Senhor Deus, tu és aquele que tudo criaste: luz, terra, mares, céu, animais e homens. És também aquele que preserva com amor e graça toda a Sua criação, gerando harmonia inteligente e provisão que mantém a vida. Se o Senhor deixasse de olhar para a terra, haveria total desespero, pois todos, homens e animais, somos dependentes de ti. Por isso, ó Deus, receba os nossos louvores, gratidão e reconhecimento de quem tu és. Tu és digno dos nossos mais sinceros e constantes louvor e adoração. És merecedor da contínua meditação nos teus poderosos feitos. Por isso, Senhor, ajuda-nos a continuamente prestarmos-te culto, louvor, adoração e obediência. Que a nossa vida redunde em glória para o Senhor. Quanto àqueles que não têm reconhecido, na teoria e na prática estas verdades, pedimos-te, convença-os da tua grandeza e da dependência de todo homem de ti. Se eles permanecerem duros, deixando de reconhecer-te na teoria e no dia a dia como Senhor, aqueles que têm sido contumazmente rebeldes contra ti, usurpando a sua glória e obediência que lhe é devida como Deus Criador e Provedor, que o Senhor seja louvado também no acerto de contas com eles. Em nome de Jesus, Aquele que morreu para prover-nos vida e nos habilitar a te louvar. Amém!

 

 

Leituras Sugeridas para a Semana

 

1º Dia: Gênesis 1.1-25 (A Criação de Deus: motivo de louvor)

2º Dia: Neemias 9.5-21 (louvor pela criação, providência e redenção pela graça)

3º Dia: Salmo 145 (Louvor ao Senhor)

4º Dia: Apocalipse 20.7-15 (Punição por não reconhecer, na teoria e na prática, Deus como o Senhor. Na verdade o julgamento é pela sobras, porque é a prática que demonstra de a confissão de fé é verdadeira. Não adiante dizer que se crê em Deus mas na prática viver como um ateu: desobediente, sem frequentar o corpo de Cristo – a Igreja, sem cultuar a Deus em casa e na comunidade da fé)

5º Dia: Salmo 118 (Louvor a Deus pela sua misericórdia [graça, amor] criadora e redentora)

6º Dia: Mateus 6.9-15 (Modelo perfeito de oração: louva e adora, suplica, pede perdão e se compromete)

 

Textos Sugeridos para a Semana

 

Gênesis 1.1-25 No princípio, criou Deus os céus e a terra. 2 A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas. 3 Disse Deus: Haja luz; e houve luz. 4 E viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas. 5 Chamou Deus à luz Dia e às trevas, Noite. Houve tarde e manhã, o primeiro dia. 6 E disse Deus: Haja firmamento no meio das águas e separação entre águas e águas. 7 Fez, pois, Deus o firmamento e separação entre as águas debaixo do firmamento e as águas sobre o firmamento. E assim se fez. 8 E chamou Deus ao firmamento Céus. Houve tarde e manhã, o segundo dia. 9 Disse também Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca. E assim se fez. 10 À porção seca chamou Deus Terra e ao ajuntamento das águas, Mares. E viu Deus que isso era bom. 11 E disse: Produza a terra relva, ervas que dêem semente e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra. E assim se fez. 12 A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo a sua espécie e árvores que davam fruto, cuja semente estava nele, conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom. 13 Houve tarde e manhã, o terceiro dia. 14 Disse também Deus: Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos. 15 E sejam para luzeiros no firmamento dos céus, para alumiar a terra. E assim se fez. 16 Fez Deus os dois grandes luzeiros: o maior para governar o dia, e o menor para governar a noite; e fez também as estrelas. 17 E os colocou no firmamento dos céus para alumiarem a terra, 18 para governarem o dia e a noite e fazerem separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que isso era bom. 19 Houve tarde e manhã, o quarto dia. 20 Disse também Deus: Povoem-se as águas de enxames de seres viventes; e voem as aves sobre a terra, sob o firmamento dos céus. 21 Criou, pois, Deus os grandes animais marinhos e todos os seres viventes que rastejam, os quais povoavam as águas, segundo as suas espécies; e todas as aves, segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom. 22 E Deus os abençoou, dizendo: Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei as águas dos mares; e, na terra, se multipliquem as aves. 23 Houve tarde e manhã, o quinto dia. 24 Disse também Deus: Produza a terra seres viventes, conforme a sua espécie: animais domésticos, répteis e animais selváticos, segundo a sua espécie. E assim se fez. 25 E fez Deus os animais selváticos, segundo a sua espécie, e os animais domésticos, conforme a sua espécie, e todos os répteis da terra, conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom.

 

Neemias 9.5-21 Os levitas Jesua, Cadmiel, Bani, Hasabnéias, Serebias, Hodias, Sebanias e Petaías disseram: Levantai-vos, bendizei ao SENHOR, vosso Deus, de eternidade em eternidade. Então, se disse: bendito seja o nome da tua glória, que ultrapassa todo bendizer e louvor. 6 Só tu és SENHOR, tu fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto há neles; e tu os preservas a todos com vida, e o exército dos céus te adora. 7 Tu és o SENHOR, o Deus que elegeste Abrão, e o tiraste de Ur dos caldeus, e lhe puseste por nome Abraão. 8 Achaste o seu coração fiel perante ti e com ele fizeste aliança, para dares à sua descendência a terra dos cananeus, dos heteus, dos amorreus, dos ferezeus, dos jebuseus e dos girgaseus; e cumpriste as tuas promessas, porquanto és justo. 9 Viste a aflição de nossos pais no Egito, e lhes ouviste o clamor junto ao mar Vermelho. 10 Fizeste sinais e milagres contra Faraó e seus servos e contra todo o povo da sua terra, porque soubeste que os trataram com soberba; e, assim, adquiriste renome, como hoje se vê. 11 Dividiste o mar perante eles, de maneira que o atravessaram em seco; lançaste os seus perseguidores nas profundezas, como uma pedra nas águas impetuosas. 12 Guiaste-os, de dia, por uma coluna de nuvem e, de noite, por uma coluna de fogo, para lhes alumiar o caminho por onde haviam de ir. 13 Desceste sobre o monte Sinai, do céu falaste com eles e lhes deste juízos retos, leis verdadeiras, estatutos e mandamentos bons. 14 O teu santo sábado lhes fizeste conhecer; preceitos, estatutos e lei, por intermédio de Moisés, teu servo, lhes mandaste. 15 Pão dos céus lhes deste na sua fome e água da rocha lhes fizeste brotar na sua sede; e lhes disseste que entrassem para possuírem a terra que, com mão levantada, lhes juraste dar. 16 Porém eles, nossos pais, se houveram soberbamente, e endureceram a sua cerviz, e não deram ouvidos aos teus mandamentos. 17 Recusaram ouvir-te e não se lembraram das tuas maravilhas, que lhes fizeste; endureceram a sua cerviz e na sua rebelião levantaram um chefe, com o propósito de voltarem para a sua servidão no Egito. Porém tu, ó Deus perdoador, clemente e misericordioso, tardio em irar-te e grande em bondade, tu não os desamparaste, 18 ainda mesmo quando fizeram para si um bezerro de fundição e disseram: Este é o teu Deus, que te tirou do Egito; e cometeram grandes blasfêmias. 19 Todavia, tu, pela multidão das tuas misericórdias, não os deixaste no deserto. A coluna de nuvem nunca se apartou deles de dia, para os guiar pelo caminho, nem a coluna de fogo de noite, para lhes alumiar o caminho por onde haviam de ir. 20 E lhes concedeste o teu bom Espírito, para os ensinar; não lhes negaste para a boca o teu maná; e água lhes deste na sua sede. 21 Desse modo os sustentaste quarenta anos no deserto, e nada lhes faltou; as suas vestes não envelheceram, e os seus pés não se incharam.

 

 

Salmo 145.1-21 Exaltar-te-ei, ó Deus meu e Rei; bendirei o teu nome para todo o sempre. 2 Todos os dias te bendirei e louvarei o teu nome para todo o sempre. 3 Grande é o SENHOR e mui digno de ser louvado; a sua grandeza é insondável. 4 Uma geração louvará a outra geração as tuas obras e anunciará os teus poderosos feitos. 5 Meditarei no glorioso esplendor da tua majestade e nas tuas maravilhas. 6 Falar-se-á do poder dos teus feitos tremendos, e contarei a tua grandeza. 7 Divulgarão a memória de tua muita bondade e com júbilo celebrarão a tua justiça. 8 Benigno e misericordioso é o SENHOR, tardio em irar-se e de grande clemência. 9 O SENHOR é bom para todos, e as suas ternas misericórdias permeiam todas as suas obras. 10 Todas as tuas obras te renderão graças, SENHOR; e os teus santos te bendirão. 11 Falarão da glória do teu reino e confessarão o teu poder, 12 para que aos filhos dos homens se façam notórios os teus poderosos feitos e a glória da majestade do teu reino. 13 O teu reino é o de todos os séculos, e o teu domínio subsiste por todas as gerações. O SENHOR é fiel em todas as suas palavras e santo em todas as suas obras. 14 O SENHOR sustém os que vacilam e apruma todos os prostrados. 15 Em ti esperam os olhos de todos, e tu, a seu tempo, lhes dás o alimento. 16 Abres a mão e satisfazes de benevolência a todo vivente. 17 Justo é o SENHOR em todos os seus caminhos, benigno em todas as suas obras. 18 Perto está o SENHOR de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade. 19 Ele acode à vontade dos que o temem; atende-lhes o clamor e os salva. 20 O SENHOR guarda a todos os que o amam; porém os ímpios serão exterminados. 21 Profira a minha boca louvores ao SENHOR, e toda carne louve o seu santo nome, para todo o sempre.

 

 

Apocalipse 20.7-15 Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão 8 e sairá a seduzir as nações que há nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a peleja. O número dessas é como a areia do mar. 9 Marcharam, então, pela superfície da terra e sitiaram o acampamento dos santos e a cidade querida; desceu, porém, fogo do céu e os consumiu. 10 O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos. 11 Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. 12 Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros. 13 Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras. 14 Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. 15 E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo.

 

 

Salmo 118.1-29 Rendei graças ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre. 2 Diga, pois, Israel: Sim, a sua misericórdia dura para sempre. 3 Diga, pois, a casa de Arão: Sim, a sua misericórdia dura para sempre. 4 Digam, pois, os que temem ao SENHOR: Sim, a sua misericórdia dura para sempre. 5 Em meio à tribulação, invoquei o SENHOR, e o SENHOR me ouviu e me deu folga. 6 O SENHOR está comigo; não temerei. Que me poderá fazer o homem? 7 O SENHOR está comigo entre os que me ajudam; por isso, verei cumprido o meu desejo nos que me odeiam. 8 Melhor é buscar refúgio no SENHOR do que confiar no homem. 9 Melhor é buscar refúgio no SENHOR do que confiar em príncipes. 10 Todas as nações me cercaram, mas em nome do SENHOR as destruí. 11 Cercaram-me, cercaram-me de todos os lados; mas em nome do SENHOR as destruí. 12 Como abelhas me cercaram, porém como fogo em espinhos foram queimadas; em nome do SENHOR as destruí. 13 Empurraram-me violentamente para me fazer cair, porém o SENHOR me amparou. 14 O SENHOR é a minha força e o meu cântico, porque ele me salvou. 15 Nas tendas dos justos há voz de júbilo e de salvação; a destra do SENHOR faz proezas. 16 A destra do SENHOR se eleva, a destra do SENHOR faz proezas. 17 Não morrerei; antes, viverei e contarei as obras do SENHOR. 18 O SENHOR me castigou severamente, mas não me entregou à morte. 19 Abri-me as portas da justiça; entrarei por elas e renderei graças ao SENHOR. 20 Esta é a porta do SENHOR; por ela entrarão os justos. 21 Render-te-ei graças porque me acudiste e foste a minha salvação. 22 A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; 23 isto procede do SENHOR e é maravilhoso aos nossos olhos. 24 Este é o dia que o SENHOR fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele. 25 Oh! Salva-nos, SENHOR, nós te pedimos; oh! SENHOR, concede-nos prosperidade! 26 Bendito o que vem em nome do SENHOR. A vós outros da Casa do SENHOR, nós vos abençoamos. 27 O SENHOR é Deus, ele é a nossa luz; adornai a festa com ramos até às pontas do altar. 28 Tu és o meu Deus, render-te-ei graças; tu és o meu Deus, quero exaltar-te. 29 Rendei graças ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre.

 

 

Mateus 6.9-15 Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10 venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; 11 o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; 12 e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; 13 e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém! 14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; 15 se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.

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Estudando Teologia no Livro dos Salmos: Lição 1 (Salmo 19)

01/06/2016 by João Paulo Thomaz de Aquino

Esta é a primeira de sete lições que publicaremos nas próximas quartas-feiras aqui no Blog Logos Português. O objetivo dessas lições é vermos alguns pontos básicos da teologia a partir do livro dos Salmos. O formato foi elaborado de forma que esse material possa ser usado em estudos de grupo ou estudo autodidata. Os tópicos serão os seguintes:

  • Lição 1: Salmo 19 – Deus quer falar com você! (Doutrina da revelação)
  • Lição 2: Salmo 139 – Quem é Deus e o que eu tenho a ver com isso? (Atributos de Deus)
  • Lição 3: Salmo 104 – Qual é o trabalho de Deus? (Criação e providência)
  • Lição 4: Salmo 8 – Homem: Fruto do acaso ou coisa melhor? (Antropologia Bíblica)
  • Lição 5: Salmo 51 – Você estragou tudo! (Pecado)
  • Lição 6: Salmo 22 – Não se desespere, há solução! (O problema do mal)
  • Lição 7: Salmo 2 – Enquanto isso, Deus ri! (Laicidade do Estado e Escatologia)

 

Lição 1

Deus quer falar com você

 

Texto base: Salmo 19

 

Hebreus 1.1-2 diz: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo”. Deus tem falado! Esse é o pressuposto básico do cristianismo. Se Deus não tivesse falado, como conheceríamos a Sua vontade para as nossas vidas? Como conheceríamos o próprio Deus? Mas Deus falou! Falou no passado através de sonhos, visões, aparições que foram registrados no Antigo Testamento e nestes últimos dias nos falou no seu próprio Filho, e o que Ele falou foi registrado no Novo Testamento. Jesus é apresentado na Bíblia como o verbo (palavra) de Deus (João 1.1), como a expressão exata do ser de Deus (Hb 1.3) e como aquele que subsiste em forma de Deus (Fp 2.6). Jesus é a revelação mais perfeita de Deus, mas não a única. Deus usou várias formas para falar com os homens e o Salmo 19 fala sobre duas delas:

 

Os céus proclamam a glória de Deus,

e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.

Um dia discursa a outro dia,

e uma noite revela conhecimento a outra noite.

Não há linguagem, nem há palavras,

e deles não se ouve nenhum som;

no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz,

e as suas palavras, até aos confins do mundo.

Aí, pôs uma tenda para o sol,

o qual, como noivo que sai dos seus aposentos,

se regozija como herói, a percorrer o seu caminho.

Principia numa extremidade dos céus, e até à outra vai o seu percurso;

e nada refoge ao seu calor. (Salmo 19.1-6)

 

Vejam que este salmo começa falando sobre a revelação de Deus nas coisas criadas! Deus fala com o homem através da natureza. Os céus proclamam a glória de Deus! Um dia faz discurso para o outro dia! Uma noite para a outra. Apesar do discurso da natureza não ter palavras, em toda a terra se pode “ouvir” a declaração da natureza falando sobre Deus.

Mas… o que a natureza revela acerca de Deus? A carta de Paulo aos Romanos nos responde:

 

A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. (Romanos 1.18-21)

 

Através das coisas que foram criadas, podemos conhecer os atributos de Deus, o seu poder e até a sua própria divindade. A natureza revela Deus de maneira ampla, mas o pecado (a injustiça do coração dos homens) causa uma cegueira que impede o homem de conseguir ver. O triste resultado é que Deus fala com todos os homens, mas eles não querem ouvir a voz de Deus e, por isso, Deus diz, tais homens são indesculpáveis. Quando vier o grande julgamento (veja Mateus 25) os homens serão julgados culpados por causa de seu pecado de não quererem saber de Deus, mesmo tendo ele se revelado na natureza. Pessoas irão para o inferno porque Deus falou com elas, mas elas desprezaram a voz de Deus!

Deus, sabendo que o pecado cegou nosso entendimento e capacidade de ouvi-lo através da revelação na natureza, providenciou uma revelação mais clara, a fim de que possamos conhecê-lo:

 

A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma;

o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices.

Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração;

o mandamento do SENHOR é puro e ilumina os olhos.

O temor do SENHOR é límpido e permanece para sempre;

os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente, justos.

São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado;

e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos.

Além disso, por eles se admoesta o teu servo;

em os guardar, há grande recompensa. (Salmo 19.7-11)

 

A Bíblia! A Palavra de Deus! Na Bíblia nós temos uma revelação mais clara, inteligível e completa da parte de Deus. A revelação bíblica se dá em palavras que formam frases e proposições passíveis de serem entendidas. Somente a Bíblia tem essa capacidade de restaurar a alma, dar sabedoria, alegrar o coração e iluminar os olhos. Somente as palavras da Bíblia garantem recompensa para aquele que as cumpre. Outros textos confirmam essa verdade:

 

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. (2Timóteo 3.16-17)

Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido. (Josué 1.8)

 Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. (João 17:17)

 

A Bíblia é a poderosa Palavra de Deus que nos transforma. É o meio que Deus usou e usa para falar com os homens. É o meio que Deus quer usar para falar com você. Para ter amizade com alguém é necessário conhecer tal pessoa conversando com ela. Deus tem conversado conosco na Bíblia. Ele quer que O conheçamos. Ele quer que conheçamos a Sua vontade. Ele quer estabelecer um relacionamento conosco.

E qual deve ser a nossa atitude diante de toda esta revelação de Deus?

 

Quem há que possa discernir as próprias faltas?

Absolve-me das que me são ocultas.

Também da soberba guarda o teu servo, que ela não me domine;

então, serei irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão.

As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração

sejam agradáveis na tua presença,

SENHOR, rocha minha e redentor meu! (Salmo 19.12-14)

 

Davi, no final do Salmo 19, após falar sobre a revelação de Deus na natureza e sobre a revelação de Deus em sua Palavra não teve outra atitude senão arrependimento e consagração. A Bíblia não é um livro informativo ou acadêmico. Nem mesmo Deus quer que o conheçamos apenas para que fiquemos mais espertos! Deus, através de sua Palavra, quer nos transformar para melhor. Quer fazer com que sejamos aquilo para o que Ele nos fez. Quer que entendamos que somos pecadores, e entendendo isso, Deus nos convida para o arrependimento e para uma nova vida de comunhão com Ele. Davi ao ver Deus através da natureza e da Palavra viu-se como um pecador. Ele teve uma experiência parecida com a do profeta Isaías:

No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo. 2 Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. As bases do limiar se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos! Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado. Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim. (Isaías 6.1-8)

 

Isaías viu Yahweh, o Senhor! O Senhor se revelou a Isaías em uma daquelas antigas maneiras que Deus fazia. Esta revelação fez com que Isaías se visse como um pecador. Deus o purificou e passou a usá-lo como profeta. Revelação, arrependimento e consagração, eis o padrão de Deus. Deus tem se revelado a nós em sua Palavra. Deus tem falado conosco através da Bíblia. Como temos respondido? Tem havido arrependimento e consagração de nossa parte? O Senhor do Universo se revela todos os dias para você por meio natureza. Ele se revela na Bíblia e pode ser ouvido a qualquer hora que você tiver interesse de realmente ouvi-lo na Palavra. Ele espera que você O conheça e responda da maneira adequada, com arrependimento e uma nova proposta de vida diante dele. Você aceita?

 

Oração: Senhor Deus, obrigado pela tua revelação na natureza. O céu, o sol, as estrelas, o mar, as árvores, os animais, tudo. Toda a natureza revela seu grande poder, seus atributos e sua divindade. Deus Santo, obrigado de maneira ainda mais especial pela Bíblia, a Tua Palavra. Nela o Senhor tem revelado de maneira clara a Tua vontade, a Tua grandeza, os nossos pecados e a salvação que o Senhor providenciou através de Cristo. Portanto, ó Deus, recebe o nosso arrependimento. Somos pecadores. Pecamos através de atitudes, palavras, pensamentos e motivações. Pecamos deixando de fazer o que deveríamos e fazendo o que é contrário a Tua vontade revelada. Por tudo isso pedimos-Te perdão. E, uma vez perdoados, ajuda-nos a viver uma nova vida que seja agradável a ti, falando, pensando e vivendo a Tua Palavra. Em nome de Jesus, o Salvador, Amém.

 

 

Leituras Sugeridas para a Semana

 

1º Dia: Romanos 1.18-32 (Deus se revela, mas o homem, pecador, não quer ouvir e, por isso, é culpado)

2º Dia: Salmo 1 (o justo que medita na Lei é bem sucedido)

3º Dia: Êxodo 20.1-17 (a vontade de Deus revelada)

4º Dia: Hebreus 4.1-16 (Hoje, ouça a voz de Deus. Quem não ouvir não entrará no Descanso de Deus)

5º Dia: Hebreus 1.1-4 (Deus se revelou de muitas formas, Jesus é a principal delas, os porquês)

6º Dia: João 1.1-14 (Jesus, e perfeita revelação de Deus)

7º Dia: Salmo 139 (Texto-base da lição 2)

 

Textos Bíblicos Citados e Textos Sugeridos para a Semana

 

Hebreus 1.3 Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas

 

João 1.1-2 1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 2 Ele estava no princípio com Deus.

 

Filipenses 2.5-6 5 Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, 6 pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus

 

Mateus 25.31-46 Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; 32 e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; 33 e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda; 34 então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. 35 Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; 36 estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. 37 Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? 38 E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? 39 E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? 40 O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. 41 Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. 42 Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; 43 sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me. 44 E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos? 45 Então, lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer. 46 E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna.

 

Romanos 1.18-32 18 A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; 19 porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. 20 Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; 21 porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. 22 Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos 23 e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis. 24 Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; 25 pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém! 26 Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; 27 semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro. 28 E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, 29 cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, 30 caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, 31 insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia. 32 Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem.

 

Salmo 1.1-6 1 Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. 2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. 3 Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido. 4 Os ímpios não são assim; são, porém, como a palha que o vento dispersa. 5 Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. 6 Pois o SENHOR conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.

 

Êxodo 20.1-17 Então, falou Deus todas estas palavras: 2 Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. 3 Não terás outros deuses diante de mim. 4 Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. 5 Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem 6 e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos. 7 Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão. 8 Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. 9 Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. 10 Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; 11 porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou. 12 Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá. 13 Não matarás. 14 Não adulterarás. 15 Não furtarás. 16 Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. 17 Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo.

 

Hebreus 4.1-16 1 Temamos, portanto, que, sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de Deus, suceda parecer que algum de vós tenha falhado. 2 Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram. 3 Nós, porém, que cremos, entramos no descanso, conforme Deus tem dito: Assim, jurei na minha ira: Não entrarão no meu descanso. Embora, certamente, as obras estivessem concluídas desde a fundação do mundo. 4 Porque, em certo lugar, assim disse, no tocante ao sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia, de todas as obras que fizera. 5 E novamente, no mesmo lugar: Não entrarão no meu descanso. 6 Visto, portanto, que resta entrarem alguns nele e que, por causa da desobediência, não entraram aqueles aos quais anteriormente foram anunciadas as boas-novas, 7 de novo, determina certo dia, Hoje, falando por Davi, muito tempo depois, segundo antes fora declarado: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração. 8 Ora, se Josué lhes houvesse dado descanso, não falaria, posteriormente, a respeito de outro dia. 9 Portanto, resta um repouso para o povo de Deus. 10 Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas. 11 Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia, segundo o mesmo exemplo de desobediência. 12 Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração. 13 E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas. 14 Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. 15 Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. 16 Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.

 

Hebreus 1.1-4 1 Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, 2 nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. 3 Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, 4 tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles.

 

João 1.1-14 1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 2 Ele estava no princípio com Deus. 3 Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. 4 A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. 5 A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela. 6 Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João. 7 Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele. 8 Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz, 9 a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem. 10 O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu. 11 Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. 12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; 13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. 14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.

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Eu te amo! (Malaquias 1.1-5)

06/01/2016 by João Paulo Thomaz de Aquino

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O profeta Malaquias (Mensageiro de Yahweh) escreveu em torno do ano de 450 a.C., próximo da época de Neemias, Esdras, Ageu e Zacarias, pregando ao povo que havia voltado do exílio Babilônico. Se por um lado Israel não mais se prostrava diante de ídolos abomináveis, por outro, o coração também não estava totalmente entregue ao Senhor. Aqueles que voltaram o exílio cumpriam suas obrigações religiosas, mas suas prioridades estavam mais na reconstrução da própria vida e satisfação dos próprios prazeres do que em agradar Yahweh.

É nesse contexto que Deus chama Malaquias para montar um tribunal onde o Israel pós-exílico seria julgado. É por isso que o texto. É por isso que o título que Malaquias deu ao livro é “Sentença pronunciada pelo Senhor contra Israel, por intermédio de Malaquias” (Malaquias 1.1, ARA). A primeira acusação que Deus faz contra o povo é: Embora eu ame vocês, vocês teimam em duvidar do meu amor. Deu vai apresentar outras acusações práticas contra o povo, mas a primeira acusação traz à tona a razão pela qual o povo não estava andando por caminhos que agradavam a Deus. Era um problema de amor.

Quando você diz: “eu te amo”, o que você espera como resposta? É claro que todos esperam um “eu também te amo”, ou palavras semelhantes de afirmação de amor. Não era assim com o Israel pós-exílico. Deus dizia, “Eu amo vocês” e a resposta do coração deles era, “Em que o Senhor nos ama?”. Havia uma falta de amor por parte do povo porque havia dúvidas com relação ao amor de Deus. Na prática eles não amavam a Deus porque não acreditavam que Deus os amasse. Todos os demais pecados: o desprezo pelo culto, a infidelidade conjugal, o roubo nos dízimos e outros, tinham como origem o problema da falta de amor do povo para com Deus e, esta, era gerada pelo questionamento da bondade amorosa de Deus.

Assim como filhos que duvidam do amor paterno quando disciplinados, Israel tinha dificuldade em acreditar no amor de um Deus que os havia mandado para o exílio e ainda os mantinha subjugados a outros povos. Ao olhar a destruição de Jerusalém e lembrar das cenas terríveis de violência, era difícil confiar no amor de Deus. Deus poderia ter relembrado o povo de que o sofrimento era consequência dos seus próprios pecados e idolatrias, mas não foi esse argumento que Deus resolveu apresentar no tribunal.

Em vez disso, Deus os chamou a considerar as diferenças no relacionamento entre Deus e Israel e Deus e Edom: “Esaú e Jacó eram irmãos, no entanto, eu tenho amado Jacó e os seus descendentes, 3 mas tenho odiado Esaú e os seus descendentes.” (Malaquias 1.2-3, NTLH). Deus convoca o povo a comparar a maneira que ele tem tratado Israel com a maneira que ele trata Edom.

A nação de Edom é uma das mais importantes na história bíblica. Quando Jacó volta da casa de Labão, seu irmão Esaú se muda para uma região montanhosa que com seus descendentes se transforma na nação de Edom. Sempre que Deus fala de Edom na Bíblia, é para falar de sua punição e destruição. Em nosso texto, Deus promete destruir Edom tantas vezes quantas eles se reconstruíssem. Em Obadias, Deus promete destruí-los pelo tanto que eles fizeram Israel sofrer. Ao longo das páginas da Bíblia é possível confirmar, Deus odeia Edom e por isso mesmo, a nação foi totalmente destruída  e tudo o que resta lá hoje são ruínas e sítio arqueológico. Eles, de fato, viraram o “Povo-Contra-Quem-O-Senhor-Está-Irado-Para-Sempre”.

O que fica claro, no entanto, tanto nas biografias de Jacó e Esaú, quando na história de Israel e Edom é que um não era melhor do que o outro. Ambos eram pecadores idólatras. Mas é Deus mesmo quem diz: “E ainda no eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de -Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama), já fora dito a ela: O mais velho será servo do mais moço. Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú”. (Romanos 9.11-13).

O argumento de Deus é: quando Eu odeio um povo eu o destruo completamente (vejam Edom), o fato de vocês terem voltado do exílio e estarem se reconstruindo é prova do meu amor por vocês. Deus desafia o povo a comprovar essa verdade no futuro, quando Edom já não mais existisse e então: “Os vossos olhos o verão, e vós direis: Grande é o Senhor também fora dos limites de Israel”.

Qual é o objetivo de Deus com esse primeiro oráculo (ou sessão de julgamento)? O objetivo era o povo de Israel comparar a maneira que Deus os tratava com a maneira que tratava Edom e concluir que Deus é grande! Deus quer que sua glória e poder sejam reconhecidos. Deus quer ser o motivo maior de admiração, devoção e amor do seu povo, pois ele nos ama e quer nos dar o que Ele tem de melhor: Ele mesmo.

Nós também tendemos a duvidar do amor de Deus, às vezes formalmente e normalmente, na prática, especialmente quando estamos sofrendo. Deus te chama ao seu tribunal e te convoca a abrir os olhos para o que Ele tem feito em tua vida e a maneira que tem te preservado mesmo em meio às dores. O objetivo de Deus é que reconheçamos a grandeza dele. Ele faz isso por amor. O mesmo amor que fez com que Deus Filho morresse em uma cruz pelos nossos pecados, é o amor que perseguirá os seus até mesmo com sofrimento, se necessário for, a fim de que vejamos e proclamemos: “Grande é o Senhor também fora dos limites de Israel”.

 

Se você quer ler mais a respeito da maneira de Deus tratar Edom na Bíblia, veja: Gênesis 25—28; 32—36; Números 20; 1 Reis 11.14-22; 2 Reis 8.22; 2 Crônicas 21.10; 25.11-14; Salmo 60.8; 108.9; 137.7; Isaías 34.5—17; Jeremias 49.7-22; Ezequiel 25.12-14; 35; Joel 3.19; Amós 1.11-12; Obadias; Mal 1.1-5; Romanos 9.11-16; Hebreus 12.14-17.

 

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Ana Sorriu

29/12/2015 by João Paulo Thomaz de Aquino

Ana estava muito triste. Mais um ano havia se passado. Os tratamentos não haviam dado resultado mais uma vez. Ela se sentia desprezada e diminuída, pois não conseguia engravidar. Penina, a outra esposa do seu marido, tinha filhos e filhas, mas Ana, mesmo depois de tantas tentativas, tabelinhas, tratamentos e orações passara mais um ano sem o tão esperado filho. Dessa forma, pensava, não valia a pena viver. Ela se sentia amaldiçoada por Deus, apesar de ser tão amada pelo seu esposo.

Havia chegado mais uma vez aquela época do ano em que ela teria que se encontrar com “a outra” para irem ao templo, onde Elcana, o marido de Ana, sacrificava e depois oferecia um grande churrasco. Essas ocasiões eram terríveis, pois Ana teria que conviver de perto com Penina e aguentar as suas piadas sarcásticas e risos de canto de boca. Foi depois de um comentário ferino que Ana desistiu de comer. Elcana era muito amoroso, mas nem ele conseguia entender o sofrimento dela.

Ana se sentia tão sozinha. Ela não aguentava mais aquela situação. Era como se todos a desprezassem. E Deus? Onde estava Deus? O que acontecera com todas as suas promessas? Não é o Deus de Israel que fez questão de ser conhecido como aquele que “faz que a mulher estéril viva em família e seja alegre mãe de filhos”? (Salmo 113.9).

Esgotada, Ana foi ao templo sem que ninguém soubesse. Orava e chorava silenciosa. Ela estava derramando toda a sua angústia e revelando o seu coração diante do Senhor. Ana resolveu fazer um voto: “Se o Senhor me der um filho eu o devolverei para o teu serviço, ele será consagrado ao Senhor”.

Eli, o sacerdote, vendo Ana mexer os lábios freneticamente sem que nenhuma palavra fosse ouvida, pensou que ela estivesse bêbada e a repreendeu. Envergonhado, o sacerdote ouviu que ela estava orando e colocando a sua ansiedade diante do Senhor. O representante de Deus disse à mulher: “Vai-te em paz, e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste”. Ana saiu renovada da casa de Deus. Ana creu. Ela foi revigorada pela palavra do Senhor. Ana comeu. Ana não se incomodou mais com as investidas de Penina. Ana sorriu.

(Leia a história completa em 1 Samuel 1)

 

 

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Esperança Natalina para o Brasil e o Mundo

18/12/2015 by João Paulo Thomaz de Aquino

Infelizmente o Brasil vive uma crise institucional e política como há anos não se via. O gigante havia acordado (1), mas infelizmente aquilo que parecia um vôo seguro rumo a um país mais desenvolvido e igual se tornou em uma decolagem desastrada (2) que vitimou o sonho, a esperança e as promessas de um país mais sério, instalando descrédito generalizado.

Alguns colocam a sua esperança no partido X, no próximo governo, no candidato Y. Outros desistem do país e consideram a melhor saída aquela do aeroporto. Outros se entregam a vandalismos e à desonestidade exemplificada por engravatados que deveriam cuidar do país em vez de espoliá-lo.

Há esperança?

Sim! Há esperança porque ela não depende de partidos, governos, homens, mulheres, filosofias ou avanço científico. A esperança de um país e mundo melhor só existem “Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz. Ele estenderá o seu domínio, e haverá paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, estabelecido e mantido com justiça e retidão, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isso.”

Na época em que as nações eram governadas por reis, havia uma alegria especial quando o rei tinha um filho homem. Era a garantia da continuidade daquela dinastia e o evento era comemorado por todos. Os capítulos 7—11 de Isaías colocam o foco no nascimento de crianças. A salvação virá por meio do filho da virgem chamado Emanuel (Deus conosco) e do rebento de Davi.

O capítulo 8 termina falando de caos, desgoverno, fome, angústia e opressão, resultados de uma nação que buscava respostas no ocultismo de necromantes. O capítulo 9 começa com uma boa notícia: “Contudo, não haverá mais escuridão para os que estavam aflitos… O povo que caminhava em trevas viu uma grande luz; sobre os que viviam na terra da sombra da morte raiou uma luz.” (Isaías 9.1-2).

O que mudaria a situação de opressão de forma tão radical? O nascimento de um menino, um príncipe, cujo reino será interminável e de paz. Se a solução não pode estar vinculada aos homens que se corrompem, porque esse há esperança nessa criança?

Há esperança porque ele não é corrompido como um de nós. Ele não coloca os seus interesses próprios à frente dos interesses do povo, mas até mesmo em seu nome anuncia suas credenciais. Ele se chama “Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz”.

Sendo Maravilhoso Conselheiro, ele tem a palavra certa de consolo e de restauração em meio às tribulações e pecados. Sendo Deus Poderoso ele tem poder sobre as forças da natureza, do corpo e espirituais. Sendo o Pai Eterno ele tem poder sobre a morte, o céu e o inferno. Sendo o Príncipe da Paz ele instaurará Shalom (harmonia cósmica) no tempo oportuno e pode trazer shalom existencial para você hoje, enquanto ele não instaura o seu reino visível na terra.

Jesus é o rei esperado. Ele é aquele cujo nome é “Maravilhoso Conselheiro[1], Deus Poderoso[2], Pai Eterno[3], Príncipe da Paz[4]”. A esperança não está na direita, nem na esquerda. Não existe esperança verdadeira do fim da corrupção no Brasil e no mundo enquanto os governantes forem pecadores como nós.

O menino-rei nasceu, cresceu, viveu, morreu e ressuscitou. Deus garante que Ele voltará. Então, será instaurado um reino perfeito com justiça e retidão que procedem da verdade. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isso. “Cantai e exultai, o Messias chegou!” Jesus Nasceu! Ele voltará! Feliz Natal!

 

 

 

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João Paulo Thomaz de Aquino é casado com Juliana, pai de João Jr., Maria Eduarda e Gabriel. É pastor presbiteriano e professor do Centro Presbiteriano de Pós Graduação Andrew Jumper (CPAJ), doutor em ministério pelo CPAJ/RTS e doutorando em Novo Testamento pela Trinity Evangelical Divinity School.

[1] Leia sobre Jesus como Maravilhoso Conselheiro: Lucas 12.22-32 (não andeis ansiosos) - A seguir, dirigiu-se Jesus a seus discípulos, dizendo: Por isso, eu vos advirto: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Porque a vida é mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes. Observai os corvos, os quais não semeiam, nem ceifam, não têm despensa nem celeiros; todavia, Deus os sustenta. Quanto mais valeis do que as aves! Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? Se, portanto, nada podeis fazer quanto às coisas mínimas, por que andais ansiosos pelas outras? Observai os lírios; eles não fiam, nem tecem. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais tratando-se de vós, homens de pequena fé! Não andeis, pois, a indagar o que haveis de comer ou beber e não vos entregueis a inquietações. Porque os gentios de todo o mundo é que procuram estas coisas; mas vosso Pai sabe que necessitais delas. Buscai, antes de tudo, o seu reino, e estas coisas vos serão acrescentadas. Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino.
João 8.10-11 (perdão de pecados / restauração) - Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.
Mateus 11.28-30 (descanso) - Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.
João 14.16-18 (consolo) - E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós. Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros.


[2] Leia mais sobre Jesus como o Deus Forte: Mateus 8.23-27 (Poder sobre a Natureza) - Então, entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram. E eis que sobreveio no mar uma grande tempestade, de sorte que o barco era varrido pelas ondas. Entretanto, Jesus dormia. Mas os discípulos vieram acordá-lo, clamando: Senhor, salva-nos! Perecemos! 26 Perguntou-lhes, então, Jesus: Por que sois tímidos, homens de pequena fé? E, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar; e fez-se grande bonança. 27 E maravilharam-se os homens, dizendo: Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?
Lucas 9.37-43a (Poder sobre  o Sobrenatural) - No dia seguinte, ao descerem eles do monte, veio ao encontro de Jesus grande multidão. E eis que, dentre a multidão, surgiu um homem, dizendo em alta voz: Mestre, suplico-te que vejas meu filho, porque é o único; um espírito se apodera dele, e, de repente, o menino grita, e o espírito o atira por terra, convulsiona -o até espumar; e dificilmente o deixa, depois de o ter quebrantado. Roguei aos teus discípulos que o expelissem, mas eles não puderam. Respondeu Jesus: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco e vos sofrerei? Traze o teu filho. Quando se ia aproximando, o demônio o atirou no chão e o convulsionou; mas Jesus repreendeu o espírito imundo, curou o menino e o entregou a seu pai. E todos ficaram maravilhados ante a majestade de Deus.
Mateus 8.1-4 (Poder sobre as doenças) - Ora, descendo ele do monte, grandes multidões o seguiram. E eis que um leproso, tendo-se aproximado, adorou -o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me. E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra. Disse-lhe, então, Jesus: Olha, não o digas a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote e fazer a oferta que Moisés ordenou, para servir de testemunho ao povo.
Mateus 28.1-7 (Poder sobre a morte) - No findar do sábado, ao entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela. O seu aspecto era como um relâmpago, e a sua veste, alva como a neve. E os guardas tremeram espavoridos e ficaram como se estivessem mortos. Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse: Não temais; porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia. Ide, pois, depressa e dizei aos seus discípulos que ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis. É como vos digo!


[3] Jesus como Pai da Eternidade: Mateus 24.29-31 (Jesus voltará) - Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados. Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória. E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.
Mateus 25.31-43 (Julgará e levará os seus) - Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda; então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me. E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos? Então, lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer. E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna.
João 11.25 e 26 (Quem crer nele não morrerá) - Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?
Lucas 23.39-43 (Ladrão foi para eternidade) - Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também. Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu -o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.


[4] Lucas 1.78 e 79 (nos guiará pela paz) - graças à entranhável misericórdia de nosso Deus, pela qual nos visitará o sol nascente das alturas, para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, e dirigir os nossos pés pelo caminho da paz.
Lucas 24.36 (paz seja convosco) - Falavam ainda estas coisas quando Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: Paz seja convosco!
João 14.27 (minha paz vos dou) - Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.
João 14.1-3 (não fiquem perturbados) - Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também.
Apocalipse 21.1-7 (Nova Jerusalém) - Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras. Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida. O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho.
Apocalipse 22.1-5 (Nova Jerusalém) - Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos povos. Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão, contemplarão a sua face, e na sua fronte está o nome dele. Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos.

 

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Discípulos ainda são discípulos

30/11/2015 by Ricardo Meneghelli

Mateus 4:18-22 Andando à beira do mar da Galiléia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Eles estavam lançando redes ao mar, pois eram pescadores. E disse Jesus: “Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens”. No mesmo instante eles deixaram as suas redes e o seguiram. Indo adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão. Eles estavam num barco com seu pai, Zebedeu, preparando as suas redes. Jesus os chamou, e eles, deixando imediatamente seu pai e o barco, o seguiram.

Mateus relata o início do ministério de Jesus como uma luz que começava a brilhar em meio às trevas (v12-17). Logo em seguida, descreve como essa luz começou a atingir as vidas dos homens apresentando-nos os chamados de Pedro e André, Tiago e João para serem seus discípulos. Esse fato é muito interessante, pois mostra que os discípulos estavam com Jesus desde o início, imediatamente depois que ele começou a proclamar o Reino dos Céus (sinônimo para Reino de Deus). Eles estavam lá como testemunhas da sua atividade, como ouvintes de sua mensagem, como os primeiros dos futuros Apóstolos.

Desde o momento do chamado, Jesus já lhes indicou qual seria o seu propósito: serem pescadores de pessoas. Eles se tornariam seus enviados a todas as nações (28:19–20) para estabelecer o Reino de Deus. Por meio do testemunho dos discípulos, muitas nações seriam alcançadas para o Senhor, formando sua preciosa Igreja. Desta forma, o início do ministério de Jesus é, ao mesmo tempo, o início da história da Igreja.

No restante do seu Evangelho, Mateus falará desses que foram chamados logo no início, não como “apóstolos” (somente no 10:2), mas como “discípulos” (μαθητής, seguidor), pois sua intenção era que àqueles que estivessem lendo seu evangelho, se identificassem com essas pessoas durante a leitura. Para Mateus, os leitores de seu evangelho também eram discípulos e deveriam aprender com os primeiros discípulos de Jesus e com seu relacionamento com o Mestre.

Além disso, o termo μαθητής é usado para identificar a pessoa com a comunidade de Jesus, ou seja, com a Igreja. Aqueles que pertenciam à comunidade eram discípulos e aqueles que eram discípulos, necessariamente pertenciam à comunidade.

O mesmo acontece com o termo “siga-me” (ἀκολουθέω). Não eram somente os primeiros discípulos que deveriam seguir a Jesus, mas também todos os que fossem chamados depois deles: “o siga-me” era um chamado para um relacionamento pessoal com Jesus. Por isso ele reforça ao final da narrativa que, mesmo depois de subir aos céus, Jesus “estará presente todos os dias, até o final dos tempos” (Mt 28:20), tornando possível tal relacionamento.

Esse chamado também distinguia os discípulos da multidão de pessoas que recorriam a Jesus. A multidão (ὄχλοι) tinha características muito diferentes. Embora sempre houvesse uma multidão ao redor de Jesus, as pessoas que a compunham sempre eram diferentes, dependendo do lugar e da ocasião. A multidão buscava a Jesus por causa dos sinais, das curas, dos pães e dos ensinamentos. Não eram pessoas que haviam deixado tudo para seguir a Jesus e servi-lo.

Os discípulos, por sua vez, eram chamados para acompanhá-lo (ἀκολουθέω) e servi-lo. Iam com Jesus por toda parte. Por isso, precisavam estar dispostos a deixar as redes, os barcos, e tudo o mais para seguir o Senhor. É importante percebermos que mesmo posteriormente, a Igreja que surgiu no Pentecostes era uma igreja de discípulos, que continuavam a seguir a Jesus na pessoa do Espírito Santo.

Por isso, do mesmo modo como Jesus chamou seus primeiros discípulos para deixarem tudo e segui-lo, ele chama a cada um de nós hoje, convocando-nos em meios às nossas atividades profissionais e às nossas famílias para sermos seus discípulos. Todas as coisas que nos cercam devem perder seu brilho e sua influência, cedendo posição para a chegada do reino de Deus em nossas vidas, diante do chamado do Senhor.

Recursos Logos utilizados

  • Ferramenta de pesquisa.
  • Barry, J. D., Heiser, M. S., Custis, M., Mangum, D., & Whitehead, M. M. (2012). Faithlife Study Bible. Bellingham, WA: Logos Bible Software. (recurso gratuito do Software Logos)
  • Luz, U. (2007). Matthew 1–7: a commentary on Matthew 1–7. (H. Koester, Ed.) (Rev. ed.). Minneapolis, MN: Fortress Press. (gratuito no site Logos até 30/11/15).

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Se Ouvirem a Sua Voz

04/11/2015 by Ricardo Meneghelli

oracao01Hebreus 3:7-8 “Assim diz o Espírito Santo: Hoje, se vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o coração, como na rebelião, durante o tempo de provação no deserto”.

Quando Deus libertou o povo de Israel da escravidão no Egito, ele os conduziu pelo deserto até a terra de Canaã, que ele tinha prometido a Abraão e seus descendentes. Apesar de terem visto muitos milagres de Deus na jornada, quando os israelitas chegaram ao seu destino, eles não confiaram que Deus realmente lhes entregaria a terra prometida e ficaram com medo dos povos que habitavam ali. Eles endureceram seus corações e não quiseram entrar, ameaçando apedrejar Moisés, Arão, Josué e Calebe, que pretendiam avançar. Essa atitude de desconfiança foi um ato gravíssimo, pois questionou o caráter de Deus e sua capacidade de cumprir suas promessas. Eles provocaram a ira de Deus, e como consequência, foram obrigados a retornar ao deserto e peregrinar por mais trinta e oito anos, até que todos os incrédulos tivessem perecido e uma nova geração pudesse tomar Canaã.

A Promessa do Espírito Santo

No texto que abre esse capítulo, o Espírito Santo traz para os dias de Hoje o perigo de endurecermos nossos corações para as promessas de Deus, pois estamos diante de novas e mais preciosas promessas e não podemos permitir que a incredulidade tome conta de nós e nos afaste delas, como aconteceu com os israelitas no deserto. Um aspecto interessante desse alerta é que uma das promessas mais esquecidas, ou negligenciadas, em nossos dias diz respeito exatamente ao Espírito Santo.

Jo 14:16-17 E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre, o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês.

At 1:4-5 Certa ocasião, enquanto comia com eles, deu-lhes esta ordem: “Não saiam de Jerusalém, mas esperem pela promessa de meu Pai, da qual lhes falei. Pois João batizou com água, mas dentro de poucos dias vocês serão batizados com o Espírito Santo”.

At 1:8 Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra.

At 2:1-4 Chegando o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos num só lugar. De repente veio do céu um som, como de um vento muito forte, e encheu toda a casa na qual estavam assentados. E viram o que parecia línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava.

A promessa do Espírito Santo vem desde as páginas do Antigo testamento, permeia os evangelhos, se cumpre no livro de Atos e atinge cada um de nós na atualidade. Os que recebem o Espírito Santo nascem de novo e são revestidos com um poder tremendo, que transforma a vida e capacita a manifestar dons espirituais e proclamar o evangelho com ousadia. Cada um de nós precisa “entrar” nessa promessa.

At 2:39 Pois a promessa é para vocês, para os seus filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor, o nosso Deus chamar.

Não é possível viver a vida cristã sem o fluir constante do Espírito de Deus. Será difícil, penoso e não haverá descanso, pois não há poder em nós capaz de impulsionar o tipo de vida estabelecido nas Escrituras. Mas Deus é poderoso para fazer muito mais do que pensamos, pois ele é incomparável, sua grandeza é suprema.

Ef 1:18 Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês conheçam a esperança para a qual ele os chamou, as riquezas da gloriosa herança dele nos santos e a incomparável grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, conforme a atuação da sua poderosa força. Esse poder ele exerceu em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e fazendo-o assentar-se à sua direita, nas regiões celestiais.

Para expressar grandeza desse poder, Paulo toma como base a ressurreição de Cristo dentre os mortos: Jesus já estava morto a três dias, mas quando o poder de Deus operou nele de tal forma que ele ressuscitou dentre os mortos com um corpo transformado, um corpo capaz de aparecer e desaparecer, travessar paredes e portas fechadas. E mais do que isso, o elevou ás regiões celestiais, fazendo-o assentar-se à direita de Deus. Esse poder que operou em Cristo, é o mesmo poder de Deus comunicado à nós quando recebemos o Espírito Santo. Por esse poder somos salvos! Ele, no entanto, não é para todas as pessoas, pois o texto diz que esse poder é para nós, “os que cremos”. É pela fé que recebemos o Espírito, confiando em Deus que fez a promessa. É por pura graça, sem que seja necessário qualquer merecimento ou preparação. É um dom, um presente de Deus para os que creem. Esse fato é importantíssimo, pois se é uma promessa, requer fé naquele que prometeu. E se requer fé, não podemos ser tomados pela incredulidade como os antigos israelitas.

O primeiro aspecto dessa fé e crer que nós, que somos filhos de Deus, temos o Espírito Santo. Ele está em nós! Não deve haver qualquer tipo de dúvida sobre esse fato, pois “a promessa é para todos” e “se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo” .

1Co 3:16 Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês?
O segundo aspecto dessa fé diz respeito à operação do Espírito em nós. Ou, sendo mais específico, à percepção e manifestação de sua presença em nós. Pois ele não veio habitar em nós para ficar dormente, mas ativo. Mesmo sabendo que o Espírito Santo habita em nós, devemos pedir a Deus que derrame sobre nós uma medida transbordante que manifeste em nós sua virtude e seu poder, crendo que ele realmente nos concederá mais.

Lc 11:13 Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai que está no céu dará o Espírito Santo a quem o pedir!

As palavras que usei em itálico no parágrafo anterior tem um significado muito especial, pois precisamos crer que o Espírito Santo está em nós e pedir que Deus derrame mais desse mesmo Espírito sobre nós, crendo que ele assim o fará. Então, peça com fé e receba! Ao receber agradeça a Deus. Abra a sua boca e glorifique ao Senhor! Ao começar a perceber a doce presença do Espírito de Deus seu coração solte sua voz e glorifique o Senhor com cânticos espirituais por causa desse precioso presente. Sua gratidão deve ser tão grande quando o presente que você recebeu!

Ef 5:18-21 Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem- se encher pelo Espírito, falando entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor, dando graças constantemente a Deus Pai por todas as coisas, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.

Você ficará leve pela graça de Deus, seu interior será confortado pelo seu amor, e seu espírito perdoado e livre dos seus pecados, exaltará o nome de Jesus! Por isso, “Hoje, se vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o coração”. Rendam-se ao Senhor e desfrutem da paz do gozo, da alegria e do poder de ser cheio do Espírito de Deus.

Recursos Logos Utilizados

  • Bíblia de Estudo de Almeida
  • Ferramenta de Pesquisa
  • Guai de Passagens Bíblicas

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E perdoa-nos as nossas dívidas (Mateus 6.12)

14/10/2015 by João Paulo Thomaz de Aquino

καὶ ἄφες ἡμῖν τὰ ὀφειλήματα ἡμῶν

O meu amigo Pr. Marcelo Waldez sempre fazia questão de enfatizar que esse texto não diz “perdoa a nossas dívidas”, mas sim “perdoa-NOS as nossas dívidas”. De fato, parece que até mesmo na hora de fazer essa oração queremos nos afastar do fato de que nós precisamos de perdão. Qual é a relevância desse quinto pedido da oração do Pai Nosso?

É interessante que Jesus coloca o pedido pelo suprimento das necessidades físicas antes do pedido pelo perdão. Assim, logo depois de orar pelo pão diário, o alimento para o corpo, Jesus nos ensina o orar por uma das maiores necessidades da alma: o perdão. A culpa é um sentimento universal. Nós a escondemos, mascaramos, sufocamos com arroubos de autojustiça, mas no fundo todos sabemos que estamos em débito.

O verbo perdoar no grego, afes (ἄφες), carrega as ideias de soltar, perdoar, mandar embora, remir, tirar alguém de debaixo de uma obrigação, cancelar. Essas três últimas ideias são muito importantes aqui, pois o objeto do verbo (perdoar o que?) é “as nossas dívidas” (ofeilemata, ὀφειλήματα). Jesus está utilizando uma palavra do vocabulário econômico (débito, dívidas) e aplicando ao nosso relacionamento com Deus.

Cada vez que infringimos ou transgredimos a lei de Deus, ficamos devendo a Deus. O Senhor Deus é alguém totalmente santo e eterno. Ele nos fez para sermos santos como ele (1 Pedro 1.16). Paulo fala sobre o fato de que temos uma conta não paga com Deus, um escrito de dívida. O pedido dessa oração é para que Deus rasgue as notas promissórias de nosso egoísmo, a fatura que mostra as obrigações não cumpridas, os boletos de nossas más escolhas, o extrato da conta que está no vermelho por termos escolhido fazer o mal. Em termos humanos, a nossa conta é impagável, inegociável, somos devedores e inadimplentes. As nossas dívidas são tantas que a única solução seria a prisão eterna. Mas a obra de Cristo possibilita que ele mesmo pague a nossa conta: “tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz” (Colossenses 2.14).

“Perdoa-nos as nossas dívidas” é um pedido de alguém que entendeu a profundidade de seu débito espiritual e que sabe que não tem condições de pagar e, por isso, clama pela misericórdia de Credor eterno. Todos se encontram nessa mesma situação:

 

Romanos 3.23 pois todos pecaram e carecem da glória de Deus,
João 8.34 Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado.
Romanos 7. 17 Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim.
1João 1. 10 Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.

 

Todos são chamados na Bíblia a reconhecer que se encontram em tal situação tão drástica. “Nunca houve um santo sobre a face da terra que não tenha visto a si mesmo como um vil pecador; de modo que se você não sente que é um vil pecador, não é parecido com os santos”[1]

 

Lucas 5.8 Vendo isto, Simão Pedro prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador.
1Tm 1.15 Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.

 

Como não fomos criados originalmente para carregar essa dívida, mas para a santidade, todos sofremos consequências, tanto espirituais quando psicossomáticas:


Gênesis 2:17 mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
Isaías 59:2 Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.
Salmo 32.3-4 Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio.
Salmo 38. 1-8 Não me repreendas, SENHOR, na tua ira, nem me castigues no teu furor. Cravam-se em mim as tuas setas, e a tua mão recai sobre mim. Não há parte sã na minha carne, por causa da tua indignação; não há saúde nos meus ossos, por causa do meu pecado. Pois já se elevam acima de minha cabeça as minhas iniqüidades; como fardos pesados, excedem as minhas forças. Tornam-se infectas e purulentas as minhas chagas, por causa da minha loucura. Sinto-me encurvado e sobremodo abatido, ando de luto o dia todo. Ardem-me os lombos, e não há parte sã na minha carne. Estou aflito e mui quebrantado; dou gemidos por efeito do desassossego do meu coração.
Salmo 51.8, 11-12 Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que exultem os ossos que esmagaste. Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito. Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário.

 

A bênção, no entanto, é que podemos nos livrar das consequências trágicas de carregar uma dívida impagável. À distância de uma oração arrependida e cheia de fé, Deus tira a nossa culpa e nos dá liberdade. Não há alegria maior do que receber o perdão de Deus. Não há sensação mais preciosa do que aquela de saber que as suas contas estão pagas e agora você é bem-vindo na presença de Deus. Não há alívio melhor do que não ter que se esconder nem usar disfarces, mas poder assumir os pecados cometidos, sabendo que, por meio de Jesus Cristo, “onde aumentou o pecado, transbordou a graça” (Romanos 5.20).

Deus te convida para esse tipo de liberdade: a de ser um pecador perdoado por causa do sacrifício de Jesus e que pode agora usufruir comunhão com Deus e aguardar ansioso pela vida eterna.

 

 

 

 

[1] DM Lloyd Jones in Hermisten M. P. Costa, O Pai Nosso, p. 49.

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O Pão Nosso de Cada Dia (Mateus 6.11)

09/10/2015 by João Paulo Thomaz de Aquino

É impressionante como podemos estudar a Bíblia extraindo lições dela sem que apliquemos à nossa própria vida! Depois de um dia inteiro escrevendo e pensando sobre esse texto em meio a outros afazeres, dirigindo para casa me recordei do quanto ultimamente tenho me preocupado com a alta do dólar, o sustento da família, os planos para o futuro. De repente a ficha caiu… “O pão nosso de cada dia nos dá hoje”.

 

Enquanto os três primeiros pedidos da oração do Pai Nosso estão relacionados com Deus e com o seu reino, o quarto pedido é o primeiro que diz respeito às necessidades do ser humano.[1] Jesus nos ensinou a orar: “Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia” (Τὸν ἄρτον ἡμῶν τὸν ἐπιούσιον[2] δὸς ἡμῖν σήμερον).[3] Há várias lições nessa pequena frase:

 

  1. Transcendência: a nossa preocupação com a nossa própria subsistência e necessidades deve ser colocada em segundo plano em relação ao nome de Deus, ao reino de Deus e à vontade de Deus. As coisas transcendentes são mais importantes do que as preocupações e necessidades do dia a dia. Mais à frente nesse mesmo sermão Jesus ensinará: “buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33). Embora tudo à nossa volta e dentro de nós queira nos preocupar, deixar ansiosos e correndo atrás de nossa própria vida, e Senhor nos convida a nos preocuparmos com as coisas dele e nos garante que ele cuidará de nós.
  2. Subsistência: não precisamos de muitas coisas para sobreviver. Deus promete suprir as nossas necessidades e, de fato, ele nos tem dado tudo o de que precisamos para a vida é para a piedade (2Pe 1.3). Assim, não devemos cair na tentação de queremos sempre mais e nunca estarmos satisfeitos. Em Timóteo 6.8 somos relembrados: “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes”. Alguns versículos adiante, no mesmo sermão do monte, Jesus diz “não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?” (Mt 6.25). Se temos o suficiente para a nossa subsistência, estejamos felizes. Se Deus nos tem dado mais do que o necessário, louvemos e compartilhemos. Craig Blomberg, citando Tiago 4.3, nos lembra de que esse pedido contempla as nossas necessidades e não a nossa ganância.[4]
  3. Interdependência: assim como o Pai, o pão é comunitário, não é meu nem teu, é nosso. Eu não devo me preocupar somente com as minhas necessidades pessoais. Você não deve pensar apenas na comida que suprirá a tua própria mesa, mas com um senso de comunidade devemos pedir a Deus pão para nós mesmos e para os nossos irmãos. Devemos nos lembrar daqueles que têm sofrido com escassez, especialmente os da família da fé.
  4. Imprevidência: um dos assuntos mais falados no mundo hoje é a previdência. Vários governos estão com um grande déficit visto que as pessoas estão vivendo por mais tempo. Com isso, somos levados a pensar na aposentadoria, previdência privada, e nas nossas necessidades para o futuro próximo e distante. “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” é evidentemente um pedido para o hoje, não para o mês, para o ano ou para a aposentadoria. Não temos aqui um libelo à irresponsabilidade (veja Pv 6.6; 2Ts 3.10), mas um lembrete de que não precisamos estocar e poupar tanto, porque o nosso Pai tem cuidado de nós a cada dia (Tiago 4.13).[5]
  5. Dependência: temos aqui um pedido, ou seja, um lembrete para reconhecermos que não conseguimos nem mesmo o pão se não for por Deus.[6]Alguns têm uma enorme tendência para a auto-suficiência: não gostam de depender de ninguém e se orgulham das ‘próprias’ conquistas. Calvino nos relembra de que isso se aplica tanto ao pobre quanto ao rico, pois ambos dependem igualmente da provisão diária de Deus.[7] Lembre-se é Deus que, dá o pão, o emprego, a energia, as capacidades e a vida.eresses do ser humano. é Deus que, dá o pão, o emprego, a energia, as capacidades e a vida.eresses do ser humano. é Deus que, dá o pão, o emprego, a energia, as capacidades e a vida.eresses do ser humano. : é Deus quem dá o pão, o emprego, a energia, as capacidades e a vida. Tudo vem dele e deve voltar para ele em gratidão, adoração e contínua dependência.é Deus que, dá o pão, o emprego, a energia, as capacidades e a vida.eresses do ser humano.

 

Oração: Senhor, obrigado porque fielmente tens suprido o pão de cada dia. Ajuda-nos a descansar em ti. Dá-nos, hoje, o pão de que precisamos. Em Cristo Jesus, o pão vivo que desceu do céu. Amém!

[1] Até agora os pedidos têm sido a respeito das grandes causas de Deus e do seu reino; nesse ponto a atenção de Jesus se colta para as necessidades pessoais do adorador. Morris, Leon. The Gospel According to Matthew. Grand Rapids, Mich: William B. Eerdmans Publishing Co, 1992, 146.

[2] O pai da igreja, Orígenes, diz que essa palavra foi criada pelos evangelistas. A palavra é derivada de ἐπὶ (para, em direção à) mais οὐσία (essência, substância, ser). BDAG sugere: “necessário para a existência”. A tradução mais comum dos primeiros intérpretes é diário, de cada dia. Alguns estudiosos sugerem que a palavra pode ser entendida como o pão nosso ‘de amanhã’, neste caso derivado de ἐπιοῦσα, que significa dia seguinte. Sobre essa palavra veja também: Nolland, John. The Gospel of Matthew: A Commentary on the Greek Text. Grand Rapids: Erdmans, 2005, 289.

[3] Na versão de Lucas, o pedido é “O pão nosso cotidiano dá-nos de dia em dia.”   (τὸν ἄρτον ἡμῶν τὸν ἐπιούσιον δίδου ἡμῖν τὸ καθʼ ἡμέραν·)

[4] Blomberg, Craig. Matthew. Nashville, Tenn: Broadman Press, 1992, 119-120.

[5] Esse texto nos apresenta “Deus como o provedor de cada necessidade física, mas ele também relembra aquele que pede a confiar em Deus para prover à medida em que as necessidades aparecem e não necessariamente com antecedência. Compare isso com a lição que Israel teve que aprender durante os quarenta anos de maná diário; qualquer excesso estragava no dia seguinte”. Weber, Stu, and Max E. Anders. Matthew. Nashville, TN: Broadman & Holman, 2000, 82.

[6] A oração encoraja uma continua dependência de Deus; ela não admite uma situação em que o discípulo pede a Deus suprimento por um longo período de tempo, e depois de tal oração ele pode passar um tempo se se lembrar de Deus. Ele depende de Deus constantemente e essa dependência é expressa nessa oração. Morris, Leon. The Gospel According to Matthew. Grand Rapids, Mich: William B. Eerdmans Publishing Co, 1992, 147.

[7] Essas palavras nos relembram de que a menos que Deus nos alimente diariamente o acúmulo de coisas necessárias à vida não terá nenhum proveito. Embora possamos ter abundância de milho e vinho e tudo o mais, a menos que eles sejam regados pela bênção secreta de Deus eles desvanecerão de repente ou nós seremos privados de usá-los, ou eles perderão o poder natural de nos sustentar de tal forma que morreremos de fome mesmo em meio à abundância. Calvin, Jean, and William Pringle. Commentary on a Harmony of the Evangelists, Matthew, Mark, and Luke. Grand Rapids: W.B. Eerdmans Pub. Co, 1949, 1324-1325.

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Perseverar no Senhor

02/10/2015 by Ricardo Meneghelli

house-rockRm 5:3-5 E não somente isso, mas também gloriemo-nos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a perseverança, e a perseverança a experiência, e a experiência a esperança; e a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.

Este texto da carta aos Romanos mostra que devemos nos gloriar quando passamos por tribulações, pois elas dão início a uma seqüência que renova em nós a esperança da glória de Deus.

Quando estamos no Senhor e as tribulações vem sobre nós, o Espírito Santo produz em nós perseverança, ou seja , a capacitação para permanecermos firmes no Senhor a toda prova. Perseverando em meio a tribulação é produzida a experiência. Não meramente uma experiência circunstancial da qual se diz: ” Ah…. Já passei por isso, agora posso aconselhar outros.” , mas sim uma experiência com o Senhor em meio a tribulação, onde ele nos concedendo paz, consolo, edificação, provisão, vitória, etc. E finalmente, quando experimentamos do Senhor e meio a tribulação, a nossa esperança se renova, somos edificados e podemos ir adiante no caminho, cheios do Espírito Santo.

A sequencia é a seguinte:

TRIBULAÇÃO → PERSEVERANÇA → EXPERIÊNCIA → ESPERANÇA

É por esse motivo que Paulo nos diz que a tribulação produz em nós “eterno peso de glória”.

Esse tremendo princípio operava profundamente na vida da igreja primitiva (e por ser um princípio, opera ainda hoje). A Igreja que vemos na Bíblia era cheia de esperança, cheia de experiências com o Senhor e cheia do Espírito Santo (em fruto e dons ). O Sobrenatural operava freqüentemente na vida deles. Veja alguns exemplos:

  • Pedro e João na porta Formosa – At 3:1-9
  • O tremor no templo – At 4:31
  • Enfermos eram curados – At 5:12-16
  • Um anjo liberta Pedro e João – At 5:18-20
  • Pedro é solto milagrosamente – At 12:5-11
  • Filipe é trasladado – At 8:39-40
  • Paulo e Silas soltos dos grilhões – At 16:25-26

Existem muitas outras passagens onde podemos constatara operação do poder de Deus entre nossos primeiros irmãos. É importante observarmos também que, apesar dessas grandes manifestações de poder sobrenatural, a igreja bíblica era muito perseguida e enfrentava constantes dificuldades e provações.

At 8:1 Naquele dia levantou-se grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e da Samária.

At 12:1-3 Por aquele mesmo tempo o rei Herodes estendeu as mãos sobre alguns da igreja, para os maltratar; e matou à espada Tiago, irmão de João. Vendo que isso agradava aos judeus, continuou.

A perseguição era real. Eles precisavam se reunir escondidos e, muitas vezes, os guardas dos sacerdotes judeus entravam pelas casas prendendo os irmãos. Alguns morriam pela espada, outros morriam enforcados e ainda outros (na época de Nero, em Roma) eram lançados na arena dos leões.

Agora vem a pergunta: Qual a ligação entre estas duas características da igreja (perseguição e esperança)?

A resposta está exatamente no princípio do qual estamos falando: Eles perseveravam em tudo no Senhor! O princípio de Rm 5:3-5 estava sendo diretamente aplicado na vida de cada um deles.

Em Mateus 7:24-25, vemos o exemplo mais claro do que é a perseverança:

Mt 7:24-25 Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha.

A casa sobre a Rocha é a figura da perseverança: vieram os ventos , as águas , mas ela permaneceu firme, pois estava edificada sobre a rocha (a pratica da palavra).

A palavra usada no texto grego é proskartereō, que segundo o “Theological Lexicon of The New Testament” significa permanecer firme, permanecer fiel a uma pessoa ou a uma tarefa, constância, diligência, persistência. Esta era a notória atitude da igreja primitiva em face as tribulações:

At 2:42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.

Esse texto mostra que a perseverança da Igreja era aplicada em quatro aspectos principais:

1) Na doutrina dos apóstolos

Eles permaneciam fiéis aos ensinamentos dos apóstolos, às bases firmes da doutrina de Cristo, aos fundamentos da fé ( Hb 6:1-2 ). Eles não negavam nem questionavam os ensinamentos, mas procuravam aprender, dedicando-se ao estudo da palavra, a compreender as verdades de Deus. E assim, porque eles perseveravam na doutrina, o Espírito Santo lhes proporcionava revelação da Palavra e experiência, de modo que o plano de Deus para eles era simples e claro.

2) Na comunhão

Eles estavam sempre juntos, reunidos nas casas e no templo. Havia um relacionamento intenso entre os discípulos, que comiam juntos, frequentavam as casas uns dos outros, amavam uns aos outros, oravam uns pelos outros. Eles se dedicavam a isso, se empenhavam nisso, e o Espírito Santo enriquecia os relacionamentos produzindo experiências tremendas como a de Pedro que foi libertado da prisão e imediatamente procurou os irmão que oravam por ele. ( At 12:12-17 )

3) No partir do pão

Partir o pão era muito mais que dividir o alimento, pois repartiam tudo o que tinham. Ninguém passava fome, ninguém era rico ou pobre (tinham tudo em comum). Ninguém considerava seu aquilo que possuía, mas do Senhor. E eles perseveravam também nesta questão, de modo que o Senhor cuidava de todos, e não deixava que houvesse nenhum necessitado entre eles. (At4:31-37)

4) Nas orações

Perseverar nas orações não é “orar eventualmente”, ou quando aparecer uma situação difícil, estamos falando de uma vida de oração, que não desiste apesar do passar do tempo. É orar pedindo, orar agradecendo, orar para conhecer a vontade de Deus, orar para ser cheio do Espírito, se entregar a Deus em oração. Veja alguns exemplos:

  • Após se converter, Paulo se pôs em oração – At 9:11
  • Cornélio estava orando e o Senhor enviou Pedro – At 10:30
  • Pedro estava orando e teve visão do lençol – At 10:9
  • Oravam em todo lugar – At 16:3
  • Oravam para que as pessoas recebessem o Espírito Santo – At 8:14-15
  • Oravam antes de enviar os apóstolos – At 13:2-3

Como conseqüência dessa atividade de oração, o Espírito Santo operava sinais e prodígios através deles, concedia revelação, entendimento, profecias, curas, livramento, provisão e tudo mais.

Assim, vemos o princípio de Rm 3:3-5 aplicado na vida da igreja primitiva:

TRIBULAÇÃO → PERSEVERANÇA → EXPERIÊNCIA → ESPERANÇA

O Capítulo 29 do livro de Atos está sendo escrito em nossos dias e, tal como nossos primeiros irmãos, precisamos perseverar no senhor para experimentar seu  poder capacitando a Igreja a viver com esperança em um mundo em trevas.

Recursos logos Utilizados:

Spicq, C., & Ernest, J. D. (1994). Theological lexicon of the New Testament. Peabody, MA: Hendrickson Publishers.

Sociedade Bíblica do Brasil. (1999). Bíblia de Estudo Almeida Revista e Atualizada. Sociedade Bíblica do Brasil.

 

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