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Ana estava muito triste. Mais um ano havia se passado. Os tratamentos não haviam dado resultado mais uma vez. Ela se sentia desprezada e diminuída, pois não conseguia engravidar. Penina, a outra esposa do seu marido, tinha filhos e filhas, mas Ana, mesmo depois de tantas tentativas, tabelinhas, tratamentos e orações passara mais um ano sem o tão esperado filho. Dessa forma, pensava, não valia a pena viver. Ela se sentia amaldiçoada por Deus, apesar de ser tão amada pelo seu esposo.

Havia chegado mais uma vez aquela época do ano em que ela teria que se encontrar com “a outra” para irem ao templo, onde Elcana, o marido de Ana, sacrificava e depois oferecia um grande churrasco. Essas ocasiões eram terríveis, pois Ana teria que conviver de perto com Penina e aguentar as suas piadas sarcásticas e risos de canto de boca. Foi depois de um comentário ferino que Ana desistiu de comer. Elcana era muito amoroso, mas nem ele conseguia entender o sofrimento dela.

Ana se sentia tão sozinha. Ela não aguentava mais aquela situação. Era como se todos a desprezassem. E Deus? Onde estava Deus? O que acontecera com todas as suas promessas? Não é o Deus de Israel que fez questão de ser conhecido como aquele que “faz que a mulher estéril viva em família e seja alegre mãe de filhos”? (Salmo 113.9).

Esgotada, Ana foi ao templo sem que ninguém soubesse. Orava e chorava silenciosa. Ela estava derramando toda a sua angústia e revelando o seu coração diante do Senhor. Ana resolveu fazer um voto: “Se o Senhor me der um filho eu o devolverei para o teu serviço, ele será consagrado ao Senhor”.

Eli, o sacerdote, vendo Ana mexer os lábios freneticamente sem que nenhuma palavra fosse ouvida, pensou que ela estivesse bêbada e a repreendeu. Envergonhado, o sacerdote ouviu que ela estava orando e colocando a sua ansiedade diante do Senhor. O representante de Deus disse à mulher: “Vai-te em paz, e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste”. Ana saiu renovada da casa de Deus. Ana creu. Ela foi revigorada pela palavra do Senhor. Ana comeu. Ana não se incomodou mais com as investidas de Penina. Ana sorriu.

(Leia a história completa em 1 Samuel 1)

 

 

Criado por
João Paulo Thomaz de Aquino
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