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Vida Eterna em Cristo – Parte 3

Continuação da parte-2

3) Vida eterna em Crtisto

Rm 6:23 Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Continuando nosso estudo sobre o versículo acima, podemos notar que existem nele dois verbos “ser”: “o salário do pecado é” e “o dom gratuito de Deus é”. Existe também a conjunção “mas” que contrapõe a ação dos dois verbos. A ação do primeiro verbo é “a morte” e a ação do segundo verbo é “a vida eterna”. Quem pagar com a morte é o pecado, mas que dá gratuitamente a vida é Deus. Assim, a oferta da graça de Deus que se contrapõe ao pagamento do pecado é a vida eterna. Essa expressão é o centro do versículo e o foco para onde deve se dirigir toda a nossa atenção:

Em oposição à morte produzida pelo pecado, Deus oferece gratuitamente em seu filho Jesus, a vida eterna.

A vida eterna é a verdadeira oferta do evangelho. É isso que Deus oferece a toda humanidade. Esse é o resultado final da obra de Cristo e o objetivo para o qual ele salva os pecadores dos seus pecados. Sua obra de redenção resolveu todos os problemas causados pelo pecado com o objetivo de conceder vida aos homens, regenerando-os para viverem conforme a vontade de Deus. Quando estava na cruz, ele atraiu todo pecado do mundo sobe si e, com sua morte, aniquilou o poder do pecado, nos libertando do seu domínio. Ao ressuscitar, porém, ele espalhou vida a todos os homens, como uma grande explosão que continua a reverberar de geração em geração sem perder força. Toda sua obra de redenção tinha o objetivo de conceder vida aos homens. Foi a vida que a humanidade perdeu no Éden e foi exatamente isso que Cristo veio devolver para que o homem pudesse continuar no caminho proposto por Deus. Ele veio para nos dar vida!

Jo 10:10b eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente.

Sabendo que essa era a missão de Jesus e a proposta do central do evangelho, precisamos entender corretamente o que é a vida eterna, pois é muito comum encontramos um entendimento equivocado a esse respeito. Se fizermos uma rápida pesquisa entre os irmãos, encontraremos respostas muito parecidas com as seguintes:

  • É viver após a morte.
  • É viver para sempre.
  • É viver na eternidade.
  • É o período depois da ressurreição
  • É ir para a glória após a morte.
  • É o tempo que viveremos na cidade celestial.

Embora todos esses conceitos estejam associados à vida eterna, precisamos dizer que ela não é nenhuma dessas coisas! O erro mais comum é pensar que vida eterna é viver para sempre, mas mesmo os ímpios viverão para sempre. Em tormento eterno por sinal, chorando e rangendo os dentes no lago de fogo, mas continuarão a viver após a morte. É muito importante entendermos que:

⇒A vida eterna não é um período de tempo!

O texto de Rm 6:23 que estamos estudando nesse livro diz que o dom gratuito de Deus é o que? Vida eterna? Não. É “a” vida eterna. Existe um artigo definido que especifica que tipo de vida nos foi concedida. Não simplesmente “vida eterna”, mas “a vida eterna”. É uma vida especifica que nos foi dada, não a nossa própria vida que passou a ter duração eterna.

Jo 1:1-4 No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Ele estava com Deus no princípio. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito. Nele estava a vida, e esta era a luz dos homens.

O apóstolo João nos diz que essa vida estava em Cristo: “nele estava a vida”. A vida que nos foi dada é a vida que estava com Deus desde a eternidade, o princípio e a fonte da vida, a luz dos homens. No texto grego a palavra usada é “zoe/zoe”, que significa a vida em sua essência, o princípio de vida, a fonte da existência, a vida ativa e dinâmica, ato de estar vivo. “Zoe” é um estado de vitalidade e não um período de vida (em grego bio/bio), ou um estilo de vida (em grego biosis/biosis). Essa vida é eterna por que estava em Cristo desde a eternidade. Não tem início e não tem fim, sempre esteve com ele. É a vida divina, como ele a tem em si mesmo.

1Jo 1:1-3 O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam — isto proclamamos a respeito da Palavra da vida. A vida se manifestou; nós a vimos e dela testemunhamos, e proclamamos a vocês a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada. Nós lhes proclamamos o que vimos e ouvimos para que vocês também tenham comunhão conosco. Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo.

A vida eterna que está em Cristo é a mesma vida que era concedida por ele através da Árvore da Vida, da qual a humanidade foi afastada por causa do pecado. Essa vida irrompeu novamente na história humana quando “o Verbo se fez homem e habitou entre nós”. A vida se manifestou pode ser vista e ouvida por aqueles que criam e seguiam a Jesus de Nazaré. Ele mesmo disse: “eu sou o pão que desceu do céu e dá vida ao mundo”, “eu sou a ressurreição e a vida”, “eu sou o caminho, e a verdade, e a vida”. Por meio de sua obra na cruz, Jesus dissipou as trevas, triunfou sobre o poder da morte e espalhou a vida a todos os homens ao ressuscitar. Essa vida vivifica, ilumina e regenera todos os que creem em seu nome, tornando-os filhos de Deus.

Jo 1:12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus

A vida de Cristo fluiu para o mundo por meio de sua ressurreição e atinge homens e mulheres produzindo o novo nascimento, regenerando-os para uma nova vida. Essa é a grande oferta do evangelho e não há outra. Se oferecermos algo diferente, por mais nobre que seja, estamos oferecendo algo que Deus não oferece.

Essa questão é de suprema importância, pois é o que oferecemos às pessoas que as motiva a ir a Cristo. Se oferecermos algo diferente de “vida eterna”, estamos dando a elas uma motivação errada para segui-lo. As pessoas devem ir a Cristo para ter vida, e a vida como princípio e não apenas estilo de vida ou uma vida melhor.

Com frequência as pessoas são atraídas a Jesus pela proposta de uma vida melhor. Isso ocorre porque as pessoas têm problemas e esses problemas as afligem. Elas querem resolver seus problemas e ter uma vida melhor. Tais problemas podem associados ao relacionamento familiar, onde encontramos casos de infidelidade, falta de respeito, agressões, indiferenças, maus tratos, inversões de funções, sentimentos feridos, desobediências. Podem também estar relacionados à área profissional ou financeira como dívidas, desordens no orçamento, desempregos, falências, falta de orientação profissional, e outros. Ainda podem ser problemas de saúde, dependência de drogas, depressões, fome, etc. Todas essas coisas causam tormento e aflição, de forma que as pessoas querem se livrar deles. Muitas estão dispostas a deixar tudo para seguir a Jesus pleiteando uma vida melhor. Sua esperança é que, seguindo a Jesus, ele intervenha com seus poderes sobrenaturais e resolva todos esses problemas.

Certamente o nosso Senhor é bom e pode atuar em cada uma dessas coisas, mas precisamos dizer enfaticamente que a proposta do evangelho não é atuar sobre os problemas para dar uma vida melhor. Se a principal motivação de uma pessoa que vai a Jesus, for resolver seus problemas para que tenha uma vida melhor, ela está com uma motivação errada, precisa se arrepender e buscar em primeiro lugar a vida que há em Cristo.

Olhando para as Escrituras, não vemos que seja essa a proposta do evangelho. Na história bíblica, muitos irmãos perderam tudo e passaram a ser perseguidos pelas autoridades e por familiares quando se entregaram a Cristo. Ainda hoje, em países onde existem restrições ao evangelho, as pessoas são expulsas de suas famílias, perdem tudo e até são espancadas quando confessam seguir a Jesus. Que dizer desses casos, se a proposta do evangelho for uma vida melhor, família restaurada e vida financeira em ordem?

Embora muitas mudanças aconteçam em nosso comportamento quando nos convertemos a Cristo, elas não devem ser a principal motivação de sua fé. Devemos ir a ele para ter vida. Vida eterna!

Continua na parte-4

Recursos Logos utilizados:

Lexham High Definition New Testament

Steven Runge, Copyright 2008 Logos Research Systems, Inc.

Léxico de Strong

Strong, J. (2002). Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. Sociedade Bíblica do Brasil.

New Bible dictionary

Dunn, J. D. G. (1996). Repentance. In D. R. W. Wood, I. H. Marshall, A. R. Millard, J. I. Packer, & D. J. Wiseman (Orgs.), New Bible dictionary (3rd ed.). Leicester, England; Downers Grove, IL: InterVarsity Press.

 

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Ricardo Meneghelli
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