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Vida Eterna em Cristo – Parte 2

Continuação da parte -1

Rm 6:23 Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Foi então que Satanás, na figura da serpente, entrou em cena e enganou o homem e a mulher. Ele despertou neles o desejo de serem autônomos e independentes como Deus, oferecendo a possibilidade de vida apesar da transgressão: “certamente não morreis”.

Gn 3:6 Quando a mulher viu que a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos e, além disso, desejável para dela se obter discernimento, tomou do seu fruto, comeu-o e o deu a seu marido, que comeu também.

Mesmo podendo comer livremente de qualquer alvore do Jardim, incluindo a Árvore da Vida, o homem e a mulher cederam à tentação de Satanás e comeram exatamente da única árvore que lhes era proibida. Ao comer o fruto eles consumaram o pecado como transgressão ao mandamento e tal como Deus havia estabelecido, o pagamento pelo pecado foi a morte.

Rm 5:13 Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram;

Por causa do pecado de um único homem, Adão, a morte entrou no mundo e, à medida que o pecado se espalhou, a morte também passou a todos os homens, pois ela é o pagamento pelo pecado que cada ser humano comete. (o que “um” fez afetou a “muitos”).

O prejuízo causado pelo pecado foi enorme. A natureza humana foi corrompida, o pecado entrou em seus corações, o caminho dos seus pensamentos tornou-se constantemente mau e voltou-se para as coisas terrenas e materiais. Mas fundamentalmente, o que se perdeu no Éden foi a vida eterna. A humanidade ficou afastada da fonte da vida.

Gn 3:22 Então disse o Senhor Deus: “Agora o homem se tornou como um de nós, conhecendo o bem e o mal. Não se deve, pois, permitir que ele tome também do fruto da árvore da vida e o coma, e viva para sempre”. Por isso o Senhor Deus o mandou embora do jardim do Éden para cultivar o solo do qual fora tirado. Depois de expulsar o homem, colocou a leste do jardim do Éden querubins e uma espada flamejante que se movia, guardando o caminho para a árvore da vida.

Assim vemos como a transgressão afastou temporariamente a graça por causa do pecado que corrompeu a natureza humana. A morte entrou no mundo como o merecido pagamento pela transgressão até que viesse Jesus Cristo, que recebeu sobre si o pagamento pelos pecados de toda humanidade, abrindo o caminho para a graça e, por meio dela, a vida eterna.

Rm 5:15 Entretanto, não há comparação entre a dádiva (charisma) e a transgressão. Pois se muitos morreram por causa da transgressão de um só, muito mais a graça (charis) de Deus, isto é, a dádiva (charisma) pela graça (charis) de um só homem, Jesus Cristo, transbordou para muitos!

Tal como no princípio, a vida eterna veio como dom gratuito, por meio da graça de um só homem, Jesus Cristo. Por causa do que Cristo fez, a graça veio ao mundo e espalhou a vida a todos os que creem. A vida eterna passou a ser o presente dado a quem tem fé em Jesus. O que Adão fez, trouxe a morte como pagamento, mas o que Cristo fez trouxe a vida eterna como dom gratuito. (o que “um” fez afetou a “muitos”).

Rm 5:8 Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.

A graça é manifestação da bondade e do amor de Deus. Ela confunde a mente humana que está acostumada a usar a lógica do conhecimento do bem e do mal para definir o mérito. Se alguém é bom merece receber o bem, mas se é mau, merece receber o mal. A graça de Deus, no entanto, confunde esse conceito, pois quando merecíamos morte ele nos deu vida, fazendo a morte merecida por nós cair sobre seu filho. Ele não merecia morrer, mas morreu. Nós não merecíamos a vida eterna, mas a recebemos gratuitamente por causa dele. A expressão “sendo nós ainda pecadores” significa que foi por pura graça que fomos salvos e que não havia nada de bom em nós que pudesse atrair o seu favor. “Sendo nós ainda pecadores” significa que a única coisa que merecíamos era a morte. “Sendo nós ainda pecadores” significa que ainda vivíamos transgredindo suas leis e mandamentos. “Sendo nós ainda pecadores” significa que a vida eterna não veio por causa de algo que fizemos ou que precisássemos fazer, veio pelo que “Deus fez”. E o que ele fez provou seu amor para conosco.

Rm 8:3a Porque, aquilo que a Lei fora incapaz de fazer por estar enfraquecida pela carne, Deus o fez, enviando seu próprio Filho,

O que a lei não fora capaz de fazer? A lei não fora capaz de produzir vida, pois o mandamento ficou enfraquecido pela incapacidade humana de agir conforme a vontade de Deus. E o que foi que Deus fez? Ele enviou seu filho como um ser humano para satisfazer todas as exigências da lei. Ele viveu em perfeita retidão, sempre de acordo com a vontade de Deus. Ele era o cordeiro perfeito que podia ser sacrificado para remissão dos pecados de todo o mundo e “Deus o fez”. Jesus, mesmo não tendo pecado algum, recebeu o pagamento da morte sendo crucificado em nosso lugar. Por isso, não devemos pensar que a vida eterna é “de graça”, ou que ela não tenha custado nada, pois o preço foi pago por Jesus.

Ef 1:7 Nele temos a redenção por meio de seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as riquezas da graça de Deus.

A obra perfeita foi realizada por Jesus. Tendo ele trabalhado e executado sua missão com perfeição, sofrendo a morte pela humanidade, recebeu também a recompensa pelo seu trabalho: o direito de conceder vida a todos os que cressem em seu nome. Assim, Deus pode salvar, pela sua abundante graça, todos aqueles que têm fé em Jesus, não pelos méritos deles, mas pelo mérito exclusivo de seu Filho.

Ef 2:8-9 Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie.

A palavra “dom” nesse versículo é a tradução de δωρον/doron, que também significa “presente”. Assim, vemos que a salvação é um presente de Deus, concedido a todos as pessoas por causa de sua maravilhosa graça. Ela é oferecida a toda a humanidade como um generoso presente de Deus. Individualmente, porém, o que uma pessoa precisa para ter vida eterna é fé: crer em Jesus Cristo.

Jo 3:36 Quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele”.

A fé é a resposta que cada ser humano precisa dar diante da boa nova da vida oferecida pela graça. Cada indivíduo, ao receber o evangelho, precisa reagir a ele com um “Sim! Eu creio” e ser incluído em Cristo Jesus recebendo a vida eterna que está nele.

Tt 2:11-15 Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente, enquanto aguardamos a bendita esperança: a gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo. Ele se entregou por nós a fim de nos remir de toda a maldade e purificar para si mesmo um povo particularmente seu, dedicado à prática de boas obras. É isso que você deve ensinar, exortando-os e repreendendo-os com toda a autoridade. Ninguém o despreze.

Como vimos no capítulo anterior, o fato de sermos salvos pela graça não nos permite continuar pecado. A graça não é ausência de juízo sobre o pecado, mas a convocação a uma nova forma de obedecer motivada por amor a Deus. Longe de abrir caminho para o pecado, a manifestação da graça nos ensina a “a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa”. A graça se opõe ao mérito, mas não às boas obras, pois Deus quer, por meio dela, formar um povo “dedicado á prática de boas obras”.

Tt 3:3 Houve tempo em que nós também éramos insensatos e desobedientes, vivíamos enganados e escravizados por toda espécie de paixões e prazeres. Vivíamos na maldade e na inveja, sendo detestáveis e odiando uns aos outros.

Como é possível que a partir de uma humanidade desobediente, escrava das paixões e prazeres, acostumada a viver na maldade possa surgiu um povo dedicado á pratica de boas obras? Isso sé é possível quando, pelo lavar regenerador do Espirito Santo, eles nascem de novo e se tornam novas pessoas. A morte e a ressurreição de Jesus, que perdoa e liberta os homens dos seus pecados, aconteceu ela graça. A vinda do Espírito para produzir nova vida também aconteceu (e ainda acontece) pela graça. Assim, da mesma maneira que o pecado potencializa a prática da transgressão, a graça potencializa a prática de boas obras gerando um povo voltado a praticar a vontade de Deus.

Tt 3:4-7 Mas quando, da parte de Deus, nosso Salvador, se manifestaram a bondade e o amor pelos homens, não por causa de atos de justiça por nós praticados, mas devido à sua misericórdia, ele nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós generosamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador. Ele o fez a fim de que, justificados por sua graça, nos tornemos seus herdeiros, tendo a esperança da vida eterna.

A “manifestação da bondade e do amor” de Deus pelos homens, apesar de não terem praticado nenhum “ato de justiça” é a própria graça. Quando a ela se manifestou “ele nos salvou”. Ele derramou generosamente sobre nós o Espírito Santo e nos lavou e nos gerou novamente. Ele nos fez nascer novamente, nos fez nascer do Espírito, e assim, salvos pela graça, nós podemos ter vida eterna.

Tt 3:8 Fiel é esta palavra, e quero que você afirme categoricamente essas coisas, para que os que crêem em Deus se empenhem na prática de boas obras. Tais coisas são excelentes e úteis aos homens.

Logo, a graça veio pela fé, para que aqueles que creem em Deus se empenhem na prática das boas obras e vivam longe do pecado. É pela graça que vem o dom gratuito Deus: a vida eterna.

Continua na parte-3

Recursos Logos utilizados:

Guia Exegético
Recurso Logos para auxiliar a encontrar o real significado das palavras nas línguas originais.

Léxico de Strong
Strong, J. (2002). Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. Sociedade Bíblica do Brasil.

New Bible dictionary
Dunn, J. D. G. (1996). Repentance. In D. R. W. Wood, I. H. Marshall, A. R. Millard, J. I. Packer, & D. J. Wiseman (Orgs.), New Bible dictionary (3rd ed.). Leicester, England; Downers Grove, IL: InterVarsity Press.

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Ricardo Meneghelli
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