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Estudando Teologia no Livro dos Salmos: Lição 4 – Homem: Fruto do Acaso ou Coisa Melhor (Salmo 8)

23/06/2016 by João Paulo Thomaz de Aquino

Chegamos com esta à quarta lição do nosso mini-curso. Na linguagem da Teologia Sistemática, já estudamos brevemente a Doutrina da Revelação (Prolegômenos à Teologia) e a Teontologia, ou seja, o estudo do ser de Deus (Atributos, Criação e Providência). Nesta lição estudaremos brevemente a respeito do homem, ou seja, abordaremos a visão bíblica a respeito da antropologia.

Salmos 84:5,12 Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração se encontram os caminhos aplanados, 12 Ó SENHOR dos Exércitos, feliz o homem que em ti confia.

Boa lição!

 

Lição 4

Quem ou o que somos?

 

Texto base: Salmo 8

Quem é você e qual é o teu objetivo neste mundo? Esta é uma pergunta muito ‘batida’, mas ao mesmo tempo muito atual. Somos indivíduos ou sistemas, pessoas ou máquinas, coisas reais ou imaginárias? Se nos desenvolvemos a partir de um evento sem planejamento, qual é o nosso motivo de existência? Qual é a nossa razão de ser? Quem define certo e errado?

Uma das áreas mais afetadas pelas filosofias e ciências de nossa época é a antropologia, o estudo do homem. Filmes mostram lutas homéricas do homem com a máquina onde o homem tenta confirmar seu sentido, sua razão de ser. As novelas mostram uma moralidade animalesca e o behaviorismo confirma “cientificamente” que somos somente animais melhorados. As crianças desde cedo aprendem o baixíssimo valor da vida humana e se dessensibilizam matando e morrendo nos jogos sangrentos.

Problemas de auto-imagem e do ego se multiplicam: distúrbios da auto-estima, bulimia, anorexia, distúrbio do narcisismo, culpa, depressão, codependência, ansiedade, crise da meia idade… Quem ou o que somos? Para que servimos neste mundo?

Há duas opções com relação a estas perguntas: o mar de teorias pseudo-científicas não confiáveis que leva ao existencialismo e ao niilismo ou o porto seguro da Palavra de Deus, o manual do Criador. Se há um Criador, tudo faz sentido, se não há, nada faz sentido.

O Salmo 8 tem as respostas antropológicas que procuramos.

1 Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome!
Pois expuseste nos céus a tua majestade.
2 Da boca de pequeninos e crianças de peito suscitaste força,
por causa dos teus adversários,
para fazeres emudecer o inimigo e o vingador.
3 Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos,
e a lua e as estrelas que estabeleceste,
4 que é o homem, que dele te lembres
E o filho do homem, que o visites?

O Salmo começa e termina com as mesmas palavras. Por isso tomaremos a liberdade de analisá-las somente ao final do salmo. Assim, começamos nossa análise no versículo 3. Apenas como um exercício de imaginação, penso em Davi deitado no chão de noite contemplando os céus, reparando na grandeza do firmamento, vendo as estrelas e quem sabe tentando contá-las. De repente ele olha para a lua cheia, amarelada; pensa nas suas fases, na sua influência sobre a terra e na sua luz. Davi está contemplando tudo isso até que de súbito ele pensa na sua pequenez comparada à grandeza do universo. Você não se sente um pouco assim ao saber que existem 200 bilhões de estrelas somente em nossa galáxia (às vezes explodindo, movimentando-se e gerando cores e sons) e que existem algumas bilhões de galáxias?

Quando estudamos a grandeza e sublimidade deste universo que proclama a glória de Deus é inevitável não pensarmos na nossa pequenez. Aconteceu assim com Isaías (Isaías 6), com Pedro (Lucas 5.5-8) e com Davi: “O que é o homem para que dele te lembres?”

As respostas das filosofias de nossa época para o significado do ser humano são as seguintes (extraídas do ótimo livro O Universo ao Lado de James Sire):

  • Deísmo: Os seres humanos, embora pessoais, fazem parte da mecânica do universo.
  • Naturalismo: Os seres humanos são máquinas complexas; a personalidade é uma inter-relação de propriedades químicas e físicas que ainda não entendemos completamente. Apesar disso, nossas inteligência, sofisticação cultural e ética exclusivas nos tornam valiosos
  • Niilismo: Os seres humanos são máquinas conscientes sem a habilidade de controlar seus próprios destinos ou de fazer algo significativo; portanto, os seres humanos (como seres de valor) estão mortos. Um ser humano é peça da maquinaria, um brinquedo de forças cósmicas impessoais. A autoconsciência é apenas um epifenômeno, ela é apenas parte da maquinaria olhando para si mesma.
  • Existencialismo Ateísta: Para os seres humanos, somente a existência precede a essência; as pessoas fazem de si mesmas o que elas são. Somos os únicos seres no universo que tem consciência e autodeterminação […] podemos ter sentido e valor.
  • Existencialismo Teísta: Os seres humanos são seres pessoais que, quando chegam à consciência plena, descobrem a si mesmos num universo alienado; se Deus existe ou não, é uma questão difícil e deve ser resolvida não pela razão, mas pela fé.
  • Hinduísmo: Atma é Brama, isto é, a alma de cada um e de todo ser humano é a Alma do cosmo. Perceber a unicidade de alguém com o cosmo é ultrapassar a personalidade.
  • Zen-budismo: Uma pessoa individual é uma alma (Atma) e, assim, tem realidade substancial (espiritual, não material), porque é uma emanação do Brama (a própria realidade). Cada pessoa é um agregado de pessoas anteriores.
  • Nova Era: Qualquer que seja a natureza do ser (ideia ou matéria, energia ou partícula), o eu é a mola mestra – a realidade primeira. Como os seres humanos crescem em sua consciência e se agarram a esse fato, a raça humana está no limiar de uma mudança radical em sua natureza; mesmo agora vemos os arautos da humanidade transformada em protótipos da Nova Era. O eu (a alma, a essência central e integrada de cada pessoa) é a realidade primeira.

Voltemos a nossa pergunta para o Criador do homem: “Que é o homem para que dele te lembres?”.

5 Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus
e de glória e de honra o coroaste.
6 Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão
e sob seus pés tudo lhe puseste:
7 ovelhas e bois, todos, e também os animais do campo;
8 as aves do céu, e os peixes do mar,
e tudo o que percorre as sendas dos mares.

Podemos chamar este salmo de o hino do humanismo cristão! O homem tem valor! O homem tem significado! O homem tem uma origem gloriosa e uma razão de ser! O significado do homem repousa sobre o fato de que o homem foi feito por Deus e diferentemente das demais criaturas, foi feito por um pouco menor do que Deus! Neste ponto temos que fazer uma pergunta sincera: Será que Davi não exagerou aqui?

Se atentarmos para tudo que Davi fala em diante fica mais fácil de entender que Davi estava falando primariamente do ponto de vista funcional e não com relação à nossa natureza. Fomos feitos por um pouco menores do que Deus no sentido de que ele nos fez e nos coroou de glória e de honra. Deus nos fez para reinar, dominar e governar! E é exatamente isto que vemos logo em seguida no salmo.

Deus fez o ser humano no último dia da Criação e deu a ele domínio sobre todas as coisas que foram criadas antes dele. A honra e valor do homem estão, especialmente, no fato de que o ser humano foi feito à imagem e semelhança de Deus, recebeu de Deus alguns de Seus atributos (pessoalidade, bondade, sabedoria, capacidade de se relacionar etc.) e foi colocado neste mundo como a principal obra de Deus, responsável por conhecer (dar nomes de Gn 2.19), dominar (Gn 1.28) e desenvolver (cultivar e guardar de Gn 2.15) toda a Criação de Deus.

Nosso valor não está no fato de que o Espírito Santo se move em nós (como dizia o cântico já antigo), mas em nossa origem gloriosa e funções dadas por Deus. Como imagem de Deus, devemos realmente espelhar Seus atributos para aqueles que se relacionam conosco. Quem tem contato com um cristão deveria ser impactado por conhecer mais a Deus por seu intermédio. Com isto em mente, damos uma definição preliminar do homem: O homem é uma criatura de Deus, feita à sua imagem e semelhança, para se relacionar com Deus em obediência, com seus semelhantes em amor e auxílio mútuo e com as demais criaturas em domínio (Gn 1-2).

Agora, podemos nos voltar para os versículos 1-2 e 9:

 

9 Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome!

Após considerar a grandeza do homem – criatura de Deus feita um pouco menor do que Ele, coroado de honra e glória e com domínio sobre todas as coisas – Davi volta ao seu tema principal com o qual Ele começa e termina o Salmo: “Yahweh, Senhor nosso, quão majestoso em toda a terra é o teu nome”.

Pensar sobre o céu estrelado fez o salmista louvar o Criador dos céus, pensar no homem feito à imagem e semelhança de Deus, fez o salmista louvar o nome do Criador do homem. O que é o homem? É a mais sublime das criaturas de Deus e a única feita à sua imagem. Para que serve o homem? Para dominar e preservar toda a criação, viver em amor com seus semelhantes, em obediência a Deus e, em fazendo isso, ser o maior agente da publicação da glória de Deus neste mundo.

Tendo uma concepção antropológica como esta conseguimos desafiar e vencer os distúrbios de auto-estima, bulimia, anorexia, complexo do narcisismo, culpa, depressão, codependência, ansiedade, crise da meia idade etc., pois sabemos que temos um alto valor e uma importante razão de ser. Há razão de ser para a humanidade, ela foi feita para a glória de Deus. Há motivo de nos sentirmos amados, pois o Senhor do Universo nos fez à sua própria imagem e por meio de seu Filho unigênito nos oferece o privilégio de sermos adotados como seus filhos. Nós somos seres humanos valorosos pois fomos feitos por um Deus cheio de glória, poder e honra. “Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome!”

 

Oração: Ó Senhor, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome. Tu és o poderoso Criador de todas as coisas. Mesmo sendo auto-suficiente, fizeste o ser humano como a mais gloriosa de tuas criaturas e deste-lhe domínio sobre toda a tua Criação. Deste-nos o privilégio de existir para manifestar a tua glória em tudo o que fazemos e assim queremos viver. Obrigado por ter-nos feito de forma tão pessoal, com o privilégio da tua imagem e com propósito tão honroso. Em nome de Jesus, o perfeito ser humano, amém.

 

Leituras Sugeridas para a Semana

1º Dia: Gênesis 1.26-31 (A criação especial do homem)
2º Dia: Gênesis 2 (O cuidado de Deus na Criação do Homem)
3º Dia: Salmo 139 (O cuidado pessoal de Deus na criação de cada homem)
4º Dia: Salmo 17 (Eu me satisfarei com a tua semelhança)
5º Dia: Lucas 2 (Jesus assumiu verdadeira e completa natureza humana)
6º Dia: 1Timóteo 2.1-8 (O dever de orar por todos os seres humanos)

 

Textos Sugeridos para a Semana

Gênesis 1.26-31 Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. 27 Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. 28 E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra. 29 E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento. 30 E a todos os animais da terra, e a todas as aves dos céus, e a todos os répteis da terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes será para mantimento. E assim se fez. 31 Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia.

Gênesis 2.1-25 Assim, pois, foram acabados os céus e a terra e todo o seu exército. 2 E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito. 3 E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera. 4 Esta é a gênese dos céus e da terra quando foram criados, quando o SENHOR Deus os criou. 5 Não havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois ainda nenhuma erva do campo havia brotado; porque o SENHOR Deus não fizera chover sobre a terra, e também não havia homem para lavrar o solo. 6 Mas uma neblina subia da terra e regava toda a superfície do solo. 7 Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente. 8 E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, na direção do Oriente, e pôs nele o homem que havia formado. 9 Do solo fez o SENHOR Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal. 10 E saía um rio do Éden para regar o jardim e dali se dividia, repartindo-se em quatro braços. 11 O primeiro chama-se Pisom; é o que rodeia a terra de Havilá, onde há ouro. 12 O ouro dessa terra é bom; também se encontram lá o bdélio e a pedra de ônix. 13 O segundo rio chama-se Giom; é o que circunda a terra de Cuxe. 14 O nome do terceiro rio é Tigre; é o que corre pelo oriente da Assíria. E o quarto é o Eufrates. 15 Tomou, pois, o SENHOR Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar. 16 E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, 17 mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás. 18 Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea. 19 Havendo, pois, o SENHOR Deus formado da terra todos os animais do campo e todas as aves dos céus, trouxe-os ao homem, para ver como este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a todos os seres viventes, esse seria o nome deles. 20 Deu nome o homem a todos os animais domésticos, às aves dos céus e a todos os animais selváticos; para o homem, todavia, não se achava uma auxiliadora que lhe fosse idônea. 21 Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. 22 E a costela que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe. 23 E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada. 24 Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne. 25 Ora, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam.

Salmo 139.1-24 SENHOR, tu me sondas e me conheces. 2 Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos. 3 Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos. 4 Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, SENHOR, já a conheces toda. 5 Tu me cercas por trás e por diante e sobre mim pões a mão. 6 Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é sobremodo elevado, não o posso atingir. 7 Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? 8 Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; 9 se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, 10 ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá. 11 Se eu digo: as trevas, com efeito, me encobrirão, e a luz ao redor de mim se fará noite, 12 até as próprias trevas não te serão escuras: as trevas e a luz são a mesma coisa. 13 Pois tu formaste o meu interior tu me teceste no seio de minha mãe. 14 Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem; 15 os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. 16 Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda. 17 Que preciosos para mim, ó Deus, são os teus pensamentos! E como é grande a soma deles! 18 Se os contasse, excedem os grãos de areia; contaria, contaria, sem jamais chegar ao fim. 19 Tomara, ó Deus, desses cabo do perverso; apartai-vos, pois, de mim, homens de sangue. 20 Eles se rebelam insidiosamente contra ti e como teus inimigos falam malícia. 21 Não aborreço eu, SENHOR, os que te aborrecem? E não abomino os que contra ti se levantam? 22 Aborreço-os com ódio consumado; para mim são inimigos de fato. 23 Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; 24 vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno.

Salmo 17.1-15 Ouve, SENHOR, a causa justa, atende ao meu clamor, dá ouvidos à minha oração, que procede de lábios não fraudulentos. 2 Baixe de tua presença o julgamento a meu respeito; os teus olhos vêem com eqüidade. 3 Sondas-me o coração, de noite me visitas, provas-me no fogo e iniqüidade nenhuma encontras em mim; a minha boca não transgride. 4 Quanto às ações dos homens, pela palavra dos teus lábios, eu me tenho guardado dos caminhos do violento. 5 Os meus passos se afizeram às tuas veredas, os meus pés não resvalaram. 6 Eu te invoco, ó Deus, pois tu me respondes; inclina-me os ouvidos e acode às minhas palavras. 7 Mostra as maravilhas da tua bondade, ó Salvador dos que à tua destra buscam refúgio dos que se levantam contra eles. 8 Guarda-me como a menina dos olhos, esconde-me à sombra das tuas asas, 9 dos perversos que me oprimem, inimigos que me assediam de morte. 10 Insensíveis, cerram o coração, falam com lábios insolentes; 11 andam agora cercando os nossos passos e fixam em nós os olhos para nos deitar por terra. 12 Parecem-se com o leão, ávido por sua presa, ou o leãozinho, que espreita de emboscada. 13 Levanta-te, SENHOR, defronta-os, arrasa-os; livra do ímpio a minha alma com a tua espada, 14 com a tua mão, SENHOR, dos homens mundanos, cujo quinhão é desta vida e cujo ventre tu enches dos teus tesouros; os quais se fartam de filhos e o que lhes sobra deixam aos seus pequeninos. 15 Eu, porém, na justiça contemplarei a tua face; quando acordar, eu me satisfarei com a tua semelhança.

Lucas 2.1-52 Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do império para recensear-se. 2 Este, o primeiro recenseamento, foi feito quando Quirino era governador da Síria. 3 Todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. 4 José também subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, para a Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi, 5 a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. 6 Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias, 7 e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou -o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. 8 Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite. 9 E um anjo do Senhor desceu aonde eles estavam, e a glória do Senhor brilhou ao redor deles; e ficaram tomados de grande temor. 10 O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: 11 é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. 12 E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura. 13 E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: 14 Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem. 15 E, ausentando-se deles os anjos para o céu, diziam os pastores uns aos outros: Vamos até Belém e vejamos os acontecimentos que o Senhor nos deu a conhecer. 16 Foram apressadamente e acharam Maria e José e a criança deitada na manjedoura. 17 E, vendo -o, divulgaram o que lhes tinha sido dito a respeito deste menino. 18 Todos os que ouviram se admiraram das coisas referidas pelos pastores. 19 Maria, porém, guardava todas estas palavras, meditando-as no coração. 20 Voltaram, então, os pastores glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes fora anunciado. 21 Completados oito dias para ser circuncidado o menino, deram-lhe o nome de JESUS, como lhe chamara o anjo, antes de ser concebido. 22 Passados os dias da purificação deles segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor, 23 conforme o que está escrito na Lei do Senhor: Todo primogênito ao Senhor será consagrado; 24 e para oferecer um sacrifício, segundo o que está escrito na referida Lei: Um par de rolas ou dois pombinhos. 25 Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão; homem este justo e piedoso que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. 26 Revelara-lhe o Espírito Santo que não passaria pela morte antes de ver o Cristo do Senhor. 27 Movido pelo Espírito, foi ao templo; e, quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazerem com ele o que a Lei ordenava, 28 Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: 29 Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; 30 porque os meus olhos já viram a tua salvação, 31 a qual preparaste diante de todos os povos: 32 luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel. 33 E estavam o pai e a mãe do menino admirados do que dele se dizia. 34 Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe do menino: Eis que este menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel e para ser alvo de contradição 35 (também uma espada traspassará a tua própria alma), para que se manifestem os pensamentos de muitos corações. 36 Havia uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser, avançada em dias, que vivera com seu marido sete anos desde que se casara 37 e que era viúva de oitenta e quatro anos. Esta não deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e orações. 38 E, chegando naquela hora, dava graças a Deus e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém. 39 Cumpridas todas as ordenanças segundo a Lei do Senhor, voltaram para a Galiléia, para a sua cidade de Nazaré. 40 Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele. 41 Ora, anualmente iam seus pais a Jerusalém, para a Festa da Páscoa. 42 Quando ele atingiu os doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa. 43 Terminados os dias da festa, ao regressarem, permaneceu o menino Jesus em Jerusalém, sem que seus pais o soubessem. 44 Pensando, porém, estar ele entre os companheiros de viagem, foram caminho de um dia e, então, passaram a procurá-lo entre os parentes e os conhecidos; 45 e, não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém à sua procura. 46 Três dias depois, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. 47 E todos os que o ouviam muito se admiravam da sua inteligência e das suas respostas. 48 Logo que seus pais o viram, ficaram maravilhados; e sua mãe lhe disse: Filho, por que fizeste assim conosco? Teu pai e eu, aflitos, estamos à tua procura. 49 Ele lhes respondeu: Por que me procuráveis? Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai? 50 Não compreenderam, porém, as palavras que lhes dissera. 51 E desceu com eles para Nazaré; e era-lhes submisso. Sua mãe, porém, guardava todas estas coisas no coração. 52 E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens.

1Timóteo 2.1-8 Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, 2 em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito. 3 Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, 4 o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. 5 Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, 6 o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos. 7 Para isto fui designado pregador e apóstolo (afirmo a verdade, não minto), mestre dos gentios na fé e na verdade. 8 Quero, portanto, que os varões orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira e sem animosidade.

Filed Under: Estudo Bíblico

Estudando Teologia no Livro dos Salmos: Lição 3 – O que Deus faz? (Salmo 104)

15/06/2016 by João Paulo Thomaz de Aquino

Nas lições anteriores abordamos como Deus fala conosco e o que ele diz acerca de si mesmo, seus atributos. Nesta lição abordaremos um pouco sobre a obra de Deus, sua Criação e Providência. Nossa oração é que ao final você se sinta impressionado com a grandeza e perfeição do único Deus que existe, Yahweh.

Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra; porque eu sou Deus, e não há outro… Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim (Isaías 45:22 e Isaías 46:9)

 

Lição 3

O Que Deus Faz?

 

Texto base: Salmo 104

 

Para realmente conhecer alguém não basta conhecermos as suas características físicas e psicológicas, é necessário também saber o que essa pessoa faz, quais são suas obras. Não é diferente com relação à Deus, se vcocê quer conhece-lo, precisa conhecer o que Ele faz.

Nesta lição olharemos para as obras de Deus através do belíssimo Salmo 104. Costuma-se falar das obras de Deus como Criação e Providência. Este salmo une de maneira poética estas duas obras, tendo-as como alvo de sua meditação:

 

1 Bendiga o Senhor a minha alma!

Ó Senhor, meu Deus, tu és tão grandioso!

Estás vestido de majestade e esplendor!

2 Envolto em luz como numa veste,

Ele estende os céus como uma tenda,

3 E põem sobre as águas dos céus

As vigas dos seus aposentos

Faz das nuvens a sua carruagem

E cavalga nas asas do vento

4 Faz dos ventos seus mensageiros

E dos clarões reluzentes seus servos

5 Firmaste a terra sobre os seus fundamentos

para que jamais se abale; (Salmo 104.1-5)

 

O salmista, repetindo o que fez no Salmo 103, convida a sua alma para que bendiga ao Senhor. O que se segue, é a resposta obediente de sua própria alma em louvor a Deus, uma meditação agradável ao Senhor. Tal meditação tem como ponto de partida o próprio Deus que é grandioso, majestoso e esplendoroso. O salmista então exemplifica estes adjetivos que acabou de dar a Deus apontando para elementos da criação de Deus e o uso poderoso que Deus faz destes elementos.

O Deus que se veste de luz e de esplendor criou pela palavra do seu poder a luz no primeiro dia da Criação. No segundo dia da Criação (conforme Gênesis 1), Deus criou o firmamento (céu azul) e fez separação entre as águas debaixo dos céus (mares, rios) e as águas acima do firmamento (nuvens e alguma forma primitiva de reter as águas que caíram na época do dilúvio). Deus é louvado no Salmo 104 em lembrança à sua obra criadora também do segundo dia e porque Ele continua detendo o poder de fazer o que quiser com os céus, as nuvens, os ventos e os trovões.

 

O Senhor das águas é aquele que as criou. Baal não é o sengor das águas, chuvas e trovões e nem Iemanjá. Somente Deus Yahweh é o Senhor das águas. É por isso que esse Deus teve o poder de fazer tais águas inundarem a terra. É sobre isso que o salmista agora vai falar:

 

Plitvice, Croácia

 

6 com as torrentes do abismo a cobriste

como se fossem uma veste;

as águas subiram acima dos montes.

7 Diante das tuas ameaças as águas fugiram,

puseram-se em fuga ao som do teu trovão;

8 subiram pelos montes e escorreram pelos vales,

Para os lugares que tu lhes designaste

9 Estabeleceste um limite que não podem ultrapassar;

jamais tornarão a cobrir a terra. (Salmo 104.6-9)

 

        A capacidade de concisão do salmista é invejável. Em 4 versos ele narra toda a história de Gênesis 6 a 9. Desde o início do dilúvio até a aliança de Deus com Noé de não mais destruir a terra através da água (Gênesis 9.11). Deus é aquele que inundou a terra, matou toda aquela geração por causa dos seus pecados, pela graça salvou Noé e sua família, secou a terra e prometeu não mais destruí-la daquela forma. O nosso Deus é digno de ser louvado!

 

10 Fazes jorrar as nascentes nos vales

E correrem as águas entre os montes

11 delas bebem todos os animais selvagens

e os jumentos selvagens saciam a sua sede

12 as aves do céu fazem seu ninho junto às águas

e entre os galhos põem-se a cantar

13 dos teus aposentos celestes regas os montes

Sacia-se a terra com o fruto das tuas obras! (Salmo 104.10-13)

 

O salmista continua louvando a Deus pela água. A novidade é que a água é exaltada em relação à terra. Na verdade o salmista agora está levando em consideração o terceiro dia da criação, quando Deus fez aparecer a porção seca no meio das águas. É Deus quem faz as nascentes jorrarem água constantemente. É ele quem faz os rios e cachoeiras entre os montes, logo, é Deus quem, provê de beber aos animais selvagens e às aves. É Deus quem faz a chuva cair (dos teus aposentos celestes regas os montes) e consequentemente, quem sacia a terra com o fruto das suas obras. Em outras palavras, a harmonia que existe neste mundo, com cada coisa no seu devido lugar, vem das mãos de Deus. É Ele quem em Sua Providência supre as necessidades de todos.

  

14 É o Senhor que faz crescer o pasto para o gado,

e as plantas que o homem cultiva, para da terra tirar o alimento:

15 o vinho, que alegra o coração do homem;

o azeite, que lhe faz brilhar o rosto,

e o pão que sustenta o seu vigor.

16 As árvores do Senhor são bem regadas,

os cedros do Líbano que ele plantou;

17 nelas os pássaros fazem o ninho

e nos pinheiros a cegonha tem o seu lar.

18 Os montes elevados pertencem aos bodes selvagens,

e os penhascos são um refúgio para os coelhos. (Salmo 104.14-18)

 

No louvor de sua alma, o salmista continua pensando no terceiro dia da criação. Mais uma vez a harmonia da criação e a bondade do Senhor estão em pauta. É na terra (porção seca de Gênesis 3.9) que Deus fez crescer (também no 3º dia) toda espécie de relva (pasto) e plantas como a videira, a oliveira e o trigo, cujos frutos tem abençoado ao longo dos séculos a vida daqueles que do vinho, do azeite e do pão sabem fazer bom proveito. Além disso, essas árvores servem de lar para os animais. O salmista ainda encontra tempo para reparar no relevo: montes e penhascos. Para aqueles que ainda não visualizaram a estrutura deste salmo, facilitamos:

 

                        Dia da Criação                     Salmo 104

                   1º Dia                              104.2-5

                   2º Dia                              104.6-9

                   3º Dia                              104.10-18

                   4º Dia                              104.19-23

                   5º Dia                              104.24-26

                   6º Dia                              104.27-30

 

 

Apesar da estrutura deste salmo estar baseada no relato da criação, não podemos perder de vista que o salmista fala sobre a criação, mas também sobre a obra de providência de Deus em administrar a sua Criação de forma maravilhosa e harmoniosa. Vejamos o que o salmista tem a dizer sobre o 4º dia da Criação:

 

19 Ele fez a lua para marcar estações;

o sol sabe quando deve se pôr.

20 Trazes trevas e cai a noite,

Quando os animais da floresta vagueiam.

21 Os leões rugem à procura de presa,

buscando de Deus o alimento,

22 mas ao nascer do sol eles se vão

E voltam a deitar-se em suas tocas.

23 Então o homem sai para o seu trabalho

para o seu labor até o entardecer. (Salmo 104.19-23)

 

Estão lá em Gênesis, no relato da criação, os porquês Deus fez os luminares (Gênesis 1.14-19). Aqui vemos como o sol e a lua cumprem no dia a dia o seu papel conforme estabelecido por Deus, o seu Criador. Marcam os dias e as estações e contribuem com a harmonia do mundo marcando o tempo de homens e animais selvagens saírem para os seus afazeres. Seguem-se agora as considerações do salmista sobre o 5º dia da Criação:

 

24 Quantas são as tuas obras, Senhor!

Fizeste todas elas com sabedoria!

A terra está cheia de seres que criaste.

25 Eis o mar, imenso e vasto.

Nele vivem inúmeras criaturas,

seres vivos, pequenos e grandes.

26 Nele passam os navios, e também o Leviatã,

que formaste para com ele brincar (Salmo 104.24-26) 

 

O verso 24 quebra a continuidade do Salmo, fazendo uma poderosa declaração de louvor por tudo que tinha considerado até aqui. É como se o salmista não tivesse conseguido conter, antes de continuar, ele precisou gritar em louvor a Deus: Quantas são as tuas obras, Senhor! Fizeste todas com sabedoria! Esta atitude parece-se muito com o arroubo de louvor de Paulo em Romanos 11:

 

Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus!

Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!

Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?

Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído?

Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas.

A ele, pois, a glória eternamente. Amém! (Romanos 11.33-36)

 

Em Romanos o “êxtase” de Paulo é causado pela obra da salvação que ele vinha descrevendo até então. Aqui, o arroubo do salmista é devido à criação e a providência de Deus. No 5º dia, segundo o relato de Gênesis, Deus criou os animais aquáticos e também as aves. Nosso salmista já falou sobre as aves (Sl 104.12 e 17). Agora ele destaca as inúmeras criaturas, pequenas e grandes, que vivem no mar, inclusive o temido Leviatã, criado por Deus para com ele se divertir.

Não é muito fácil perceber as divisões do salmo, até porque o salmo foi feito como uma peça única de poesia, assim, por vezes, a transição de um dia para outro da criação é gradual. Mas aqui chegamos finalmente ao sexto e último dia da criação, quando foram feitos animais terrestres e os homens:

 

27 Todos eles dirigem seu olhar a ti,

esperando que lhes dês o alimento no tempo certo;

28 tu lhes dás, eles o recolhem,

abres a tua mão, e saciam-se de coisas boas.

29 Quando escondes o rosto, entram em pânico;

quando lhes retiras o fôlego, morrem e voltam ao pó.

30 Quando sopras o teu fôlego, eles são criados

e renovas a face da terra. (Salmo 104.27-30)

 

O salmista usa um recurso literário primoroso aqui. Ele não define de quem está falando – chama-os de todos – e desta forma podemos aplicar tais palavras tanto aos animais quanto aos homens criados no 6º dia. Algumas afirmações destes versículos remetem-nos diretamente para a criação do homem: sopras o fôlego da vida, morrer, pó. O fato é que todos, homens e animais, dependem de Deus para sua alimentação (Sl 104.14-15). Por isso Jesus nos ensinou a orar: “o pão nosso de cada nos daí, hoje” (Mateus 6.11). é um reconhecimento de que o alimento diário vem das mãos de Deus e se Ele, por algum motivo, virar o rosto (expressão bíblica que significa desfavor) todos, homens e animais, desesperam-se e morrem. E desta forma, Deus, o Senhor, o Rei que governa tudo e todos, renova a face da terra.

Muito bem! Vimos a criação e a contínua obra da providência de Deus relacionada aos seis dias da criação. A pergunta que fazemos é: quais são as atitudes humanas requeridas em resposta a estas bênçãos tão grandiosas? O salmista continua meditando. Lembre-se, este salmo é a resposta do salmista à sua própria ordem para a sua alma no sentido desta louvar ao Senhor. É isso que ele continua fazendo:

 

31 Perdure para sempre a glória do Senhor!

alegre-se o Senhor em todos os seus feitos!

32 Ele olha para a terra, e ela treme,

toca os montes, e eles fumegam.

33 Cantarei ao Senhor toda a minha vida;

louvarei ao meu Deus enquanto eu viver.

34 Seja-lhe agradável a minha meditação,

pois no Senhor tenho alegria.

35 Sejam os pecadores eliminados da terra

e deixem de existir os ímpios.

Bendiga o Senhor a minha alma!

Aleluia! (Salmo 104.31-35)

 

Louvor! Eis o que temos nos últimos versos deste maravilhoso salmo. O salmista louva (elogia) a Deus pelos seus feitos. Reconhece a grandeza do Senhor. A terra treme diante do Senhor (Êxodo 19.16-19), e tremeu mesmo! Por tudo isso, o salmista renova um compromisso com Deus: eu cantarei e louvarei ao Senhor. De fato, se Deus é quem o salmista afirma ser, a obrigação dos homens é viver para prestar-lhe culto e render-lhe louvor. Ele é o grande Senhor Criador e Mantenedor de todas as coisas, inclusive de nós, pequeninas e frágeis criaturas humanas. O salmista deseja que não somente seus cânticos sejam agradáveis a Deus (não somente as palavras dos seus lábios) mas também a sua meditação (meditação do seu coração) seja agradável ao Senhor, por Ele, é fonte de alegria! Que grande pecado é, não reconhecer quem é Deus, o que Ele faz, não lhe dar louvor e nem lhe obedecer. O tamanho do pecado é proporcional à santidade e inocência da pessoa contra a qual pecamos. É por isso que este salmo de louvor tem a dura afirmação do verso 35: “Que os pecadores sejam eliminados da terra e deixem de existir os ímpios.” Esta também é uma meditação agradável a Deus. Que os inimigos de Deus sejam destruídos. É evidente que o salmista não está falando de qualquer tipo de pecador, mas daqueles que decididamente e racionalmente são inimigos de Deus. Quem se rebela contra o bondoso Senhor do Universo, que sustenta todas as suas criaturas, inclusive os rebeldes, merece a pena mais dura que pode existir: a de morte eterna. E é isso que acontecerá no final dos tempos: vida eterna para aqueles que viveram para louvar o Senhor, reconheceram sua bondade e meditaram em seus feitos, e morte eterna para aqueles que decidiram fechar os olhos para esta grande verdade. O salmista termina como começou:

 

Bendiga o Senhor a minha alma!

Aleluia! (= Seja louvado Yahweh)

 

Oração: Senhor Deus, tu és aquele que tudo criaste: luz, terra, mares, céu, animais e homens. És também aquele que preserva com amor e graça toda a Sua criação, gerando harmonia inteligente e provisão que mantém a vida. Se o Senhor deixasse de olhar para a terra, haveria total desespero, pois todos, homens e animais, somos dependentes de ti. Por isso, ó Deus, receba os nossos louvores, gratidão e reconhecimento de quem tu és. Tu és digno dos nossos mais sinceros e constantes louvor e adoração. És merecedor da contínua meditação nos teus poderosos feitos. Por isso, Senhor, ajuda-nos a continuamente prestarmos-te culto, louvor, adoração e obediência. Que a nossa vida redunde em glória para o Senhor. Quanto àqueles que não têm reconhecido, na teoria e na prática estas verdades, pedimos-te, convença-os da tua grandeza e da dependência de todo homem de ti. Se eles permanecerem duros, deixando de reconhecer-te na teoria e no dia a dia como Senhor, aqueles que têm sido contumazmente rebeldes contra ti, usurpando a sua glória e obediência que lhe é devida como Deus Criador e Provedor, que o Senhor seja louvado também no acerto de contas com eles. Em nome de Jesus, Aquele que morreu para prover-nos vida e nos habilitar a te louvar. Amém!

 

 

Leituras Sugeridas para a Semana

 

1º Dia: Gênesis 1.1-25 (A Criação de Deus: motivo de louvor)

2º Dia: Neemias 9.5-21 (louvor pela criação, providência e redenção pela graça)

3º Dia: Salmo 145 (Louvor ao Senhor)

4º Dia: Apocalipse 20.7-15 (Punição por não reconhecer, na teoria e na prática, Deus como o Senhor. Na verdade o julgamento é pela sobras, porque é a prática que demonstra de a confissão de fé é verdadeira. Não adiante dizer que se crê em Deus mas na prática viver como um ateu: desobediente, sem frequentar o corpo de Cristo – a Igreja, sem cultuar a Deus em casa e na comunidade da fé)

5º Dia: Salmo 118 (Louvor a Deus pela sua misericórdia [graça, amor] criadora e redentora)

6º Dia: Mateus 6.9-15 (Modelo perfeito de oração: louva e adora, suplica, pede perdão e se compromete)

 

Textos Sugeridos para a Semana

 

Gênesis 1.1-25 No princípio, criou Deus os céus e a terra. 2 A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas. 3 Disse Deus: Haja luz; e houve luz. 4 E viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas. 5 Chamou Deus à luz Dia e às trevas, Noite. Houve tarde e manhã, o primeiro dia. 6 E disse Deus: Haja firmamento no meio das águas e separação entre águas e águas. 7 Fez, pois, Deus o firmamento e separação entre as águas debaixo do firmamento e as águas sobre o firmamento. E assim se fez. 8 E chamou Deus ao firmamento Céus. Houve tarde e manhã, o segundo dia. 9 Disse também Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca. E assim se fez. 10 À porção seca chamou Deus Terra e ao ajuntamento das águas, Mares. E viu Deus que isso era bom. 11 E disse: Produza a terra relva, ervas que dêem semente e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra. E assim se fez. 12 A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo a sua espécie e árvores que davam fruto, cuja semente estava nele, conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom. 13 Houve tarde e manhã, o terceiro dia. 14 Disse também Deus: Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos. 15 E sejam para luzeiros no firmamento dos céus, para alumiar a terra. E assim se fez. 16 Fez Deus os dois grandes luzeiros: o maior para governar o dia, e o menor para governar a noite; e fez também as estrelas. 17 E os colocou no firmamento dos céus para alumiarem a terra, 18 para governarem o dia e a noite e fazerem separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que isso era bom. 19 Houve tarde e manhã, o quarto dia. 20 Disse também Deus: Povoem-se as águas de enxames de seres viventes; e voem as aves sobre a terra, sob o firmamento dos céus. 21 Criou, pois, Deus os grandes animais marinhos e todos os seres viventes que rastejam, os quais povoavam as águas, segundo as suas espécies; e todas as aves, segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom. 22 E Deus os abençoou, dizendo: Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei as águas dos mares; e, na terra, se multipliquem as aves. 23 Houve tarde e manhã, o quinto dia. 24 Disse também Deus: Produza a terra seres viventes, conforme a sua espécie: animais domésticos, répteis e animais selváticos, segundo a sua espécie. E assim se fez. 25 E fez Deus os animais selváticos, segundo a sua espécie, e os animais domésticos, conforme a sua espécie, e todos os répteis da terra, conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom.

 

Neemias 9.5-21 Os levitas Jesua, Cadmiel, Bani, Hasabnéias, Serebias, Hodias, Sebanias e Petaías disseram: Levantai-vos, bendizei ao SENHOR, vosso Deus, de eternidade em eternidade. Então, se disse: bendito seja o nome da tua glória, que ultrapassa todo bendizer e louvor. 6 Só tu és SENHOR, tu fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto há neles; e tu os preservas a todos com vida, e o exército dos céus te adora. 7 Tu és o SENHOR, o Deus que elegeste Abrão, e o tiraste de Ur dos caldeus, e lhe puseste por nome Abraão. 8 Achaste o seu coração fiel perante ti e com ele fizeste aliança, para dares à sua descendência a terra dos cananeus, dos heteus, dos amorreus, dos ferezeus, dos jebuseus e dos girgaseus; e cumpriste as tuas promessas, porquanto és justo. 9 Viste a aflição de nossos pais no Egito, e lhes ouviste o clamor junto ao mar Vermelho. 10 Fizeste sinais e milagres contra Faraó e seus servos e contra todo o povo da sua terra, porque soubeste que os trataram com soberba; e, assim, adquiriste renome, como hoje se vê. 11 Dividiste o mar perante eles, de maneira que o atravessaram em seco; lançaste os seus perseguidores nas profundezas, como uma pedra nas águas impetuosas. 12 Guiaste-os, de dia, por uma coluna de nuvem e, de noite, por uma coluna de fogo, para lhes alumiar o caminho por onde haviam de ir. 13 Desceste sobre o monte Sinai, do céu falaste com eles e lhes deste juízos retos, leis verdadeiras, estatutos e mandamentos bons. 14 O teu santo sábado lhes fizeste conhecer; preceitos, estatutos e lei, por intermédio de Moisés, teu servo, lhes mandaste. 15 Pão dos céus lhes deste na sua fome e água da rocha lhes fizeste brotar na sua sede; e lhes disseste que entrassem para possuírem a terra que, com mão levantada, lhes juraste dar. 16 Porém eles, nossos pais, se houveram soberbamente, e endureceram a sua cerviz, e não deram ouvidos aos teus mandamentos. 17 Recusaram ouvir-te e não se lembraram das tuas maravilhas, que lhes fizeste; endureceram a sua cerviz e na sua rebelião levantaram um chefe, com o propósito de voltarem para a sua servidão no Egito. Porém tu, ó Deus perdoador, clemente e misericordioso, tardio em irar-te e grande em bondade, tu não os desamparaste, 18 ainda mesmo quando fizeram para si um bezerro de fundição e disseram: Este é o teu Deus, que te tirou do Egito; e cometeram grandes blasfêmias. 19 Todavia, tu, pela multidão das tuas misericórdias, não os deixaste no deserto. A coluna de nuvem nunca se apartou deles de dia, para os guiar pelo caminho, nem a coluna de fogo de noite, para lhes alumiar o caminho por onde haviam de ir. 20 E lhes concedeste o teu bom Espírito, para os ensinar; não lhes negaste para a boca o teu maná; e água lhes deste na sua sede. 21 Desse modo os sustentaste quarenta anos no deserto, e nada lhes faltou; as suas vestes não envelheceram, e os seus pés não se incharam.

 

 

Salmo 145.1-21 Exaltar-te-ei, ó Deus meu e Rei; bendirei o teu nome para todo o sempre. 2 Todos os dias te bendirei e louvarei o teu nome para todo o sempre. 3 Grande é o SENHOR e mui digno de ser louvado; a sua grandeza é insondável. 4 Uma geração louvará a outra geração as tuas obras e anunciará os teus poderosos feitos. 5 Meditarei no glorioso esplendor da tua majestade e nas tuas maravilhas. 6 Falar-se-á do poder dos teus feitos tremendos, e contarei a tua grandeza. 7 Divulgarão a memória de tua muita bondade e com júbilo celebrarão a tua justiça. 8 Benigno e misericordioso é o SENHOR, tardio em irar-se e de grande clemência. 9 O SENHOR é bom para todos, e as suas ternas misericórdias permeiam todas as suas obras. 10 Todas as tuas obras te renderão graças, SENHOR; e os teus santos te bendirão. 11 Falarão da glória do teu reino e confessarão o teu poder, 12 para que aos filhos dos homens se façam notórios os teus poderosos feitos e a glória da majestade do teu reino. 13 O teu reino é o de todos os séculos, e o teu domínio subsiste por todas as gerações. O SENHOR é fiel em todas as suas palavras e santo em todas as suas obras. 14 O SENHOR sustém os que vacilam e apruma todos os prostrados. 15 Em ti esperam os olhos de todos, e tu, a seu tempo, lhes dás o alimento. 16 Abres a mão e satisfazes de benevolência a todo vivente. 17 Justo é o SENHOR em todos os seus caminhos, benigno em todas as suas obras. 18 Perto está o SENHOR de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade. 19 Ele acode à vontade dos que o temem; atende-lhes o clamor e os salva. 20 O SENHOR guarda a todos os que o amam; porém os ímpios serão exterminados. 21 Profira a minha boca louvores ao SENHOR, e toda carne louve o seu santo nome, para todo o sempre.

 

 

Apocalipse 20.7-15 Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão 8 e sairá a seduzir as nações que há nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a peleja. O número dessas é como a areia do mar. 9 Marcharam, então, pela superfície da terra e sitiaram o acampamento dos santos e a cidade querida; desceu, porém, fogo do céu e os consumiu. 10 O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos. 11 Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. 12 Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros. 13 Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras. 14 Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. 15 E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo.

 

 

Salmo 118.1-29 Rendei graças ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre. 2 Diga, pois, Israel: Sim, a sua misericórdia dura para sempre. 3 Diga, pois, a casa de Arão: Sim, a sua misericórdia dura para sempre. 4 Digam, pois, os que temem ao SENHOR: Sim, a sua misericórdia dura para sempre. 5 Em meio à tribulação, invoquei o SENHOR, e o SENHOR me ouviu e me deu folga. 6 O SENHOR está comigo; não temerei. Que me poderá fazer o homem? 7 O SENHOR está comigo entre os que me ajudam; por isso, verei cumprido o meu desejo nos que me odeiam. 8 Melhor é buscar refúgio no SENHOR do que confiar no homem. 9 Melhor é buscar refúgio no SENHOR do que confiar em príncipes. 10 Todas as nações me cercaram, mas em nome do SENHOR as destruí. 11 Cercaram-me, cercaram-me de todos os lados; mas em nome do SENHOR as destruí. 12 Como abelhas me cercaram, porém como fogo em espinhos foram queimadas; em nome do SENHOR as destruí. 13 Empurraram-me violentamente para me fazer cair, porém o SENHOR me amparou. 14 O SENHOR é a minha força e o meu cântico, porque ele me salvou. 15 Nas tendas dos justos há voz de júbilo e de salvação; a destra do SENHOR faz proezas. 16 A destra do SENHOR se eleva, a destra do SENHOR faz proezas. 17 Não morrerei; antes, viverei e contarei as obras do SENHOR. 18 O SENHOR me castigou severamente, mas não me entregou à morte. 19 Abri-me as portas da justiça; entrarei por elas e renderei graças ao SENHOR. 20 Esta é a porta do SENHOR; por ela entrarão os justos. 21 Render-te-ei graças porque me acudiste e foste a minha salvação. 22 A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; 23 isto procede do SENHOR e é maravilhoso aos nossos olhos. 24 Este é o dia que o SENHOR fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele. 25 Oh! Salva-nos, SENHOR, nós te pedimos; oh! SENHOR, concede-nos prosperidade! 26 Bendito o que vem em nome do SENHOR. A vós outros da Casa do SENHOR, nós vos abençoamos. 27 O SENHOR é Deus, ele é a nossa luz; adornai a festa com ramos até às pontas do altar. 28 Tu és o meu Deus, render-te-ei graças; tu és o meu Deus, quero exaltar-te. 29 Rendei graças ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre.

 

 

Mateus 6.9-15 Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10 venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; 11 o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; 12 e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; 13 e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém! 14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; 15 se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.

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Estudando Teologia no Livro dos Salmos: Lição 2 – Quem é Deus? (Salmo 139)

08/06/2016 by João Paulo Thomaz de Aquino

Esta é a segunda lição do curso de Bíblia que começamos a postar na semana passada. A lição anterior abordou a teologia da revelação. Esta lição fala sobre os atributos de Deus. A nossa expectativa é que a presente lição seja usada por Deus para cumprir o que Ele mesmo expressa por meio de Jeremias: “Dar-lhes-ei coração para que me conheçam que eu sou o SENHOR; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus; porque se voltarão para mim de todo o seu coração“ (Jeremias 27.7)

 

Lição 2

Quem é Deus?

 

Texto base: Salmo 139

 

Na lição passada estudamos o fato de que Deus tem falado. Esta lição dá continuidade ao nosso curso respondendo às seguintes perguntas: O que Deus tem falado? O que Ele tem a dizer? Em primeiro lugar, Deus tem falado acerca de si mesmo. Deus tem se dado a conhecer, se revelado. Da mesma forma que duas pessoas se apresentam quando querem se conhecer melhor a fim de desenvolver um relacionamento. Da mesma forma, querendo estabelecer um relacionamento conosco, Deus tem falado acerca de Suas características (perfeitas) e do que Ele faz. Assim, ainda que seja impossível conhecer tudo acerca de Deus, é possível conhecer fatos verdadeiros sobre Deus, porque ele mesmo nos tem falado. É isto que vemos no Salmo 139. Davi conhecia a Deus. Davi sabia quem Ele era e por isso escreve um dos mais belos salmos da Bíblia.

 

 

SENHOR, tu me sondas e me conheces.

Sabes quando me assento e quando me levanto;

de longe penetras os meus pensamentos.

Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos.

Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, SENHOR, já a conheces toda.

Tu me cercas por trás e por diante e sobre mim pões a mão.

Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim:

é sobremodo elevado, não o posso atingir. (Salmo 139.1-6)

 

Uma característica muito interessante deste salmo é o fato de que Davi sabe verdades profundas sobre Deus, mas estas verdades não são apenas alimento para a mente dele, mas são verdades usadas no relacionamento de Davi com Deus. Davi está ciente de que Deus sabe de todas as coisas. A onisciência (qualidade de quem sabe tudo) de Deus é a característica divina que Davi ressalta nestes versos.

 

Davi confessa que Deus é aquele que sabe de todas as coisas e consequentemente conhece de todas as coisas acerca de Davi (história, pensamentos, motivações). É impressionante que Deus usa suas características perfeitas no relacionamento conosco. A onisciência de Deus faz com que Ele nos conheça profundamente como nem mesmo conhecemos a nós mesmos. Ele sabe a hora que acordamos, conhece os nossos pensamentos, sabe o que fizemos no transcorrer do dia, ouviu as palavras que falamos e aquilo que não falamos e sabe a que horas fomos dormir. É impossível esconder o que quer que seja de Deus, pois Ele sabe. O Seu conhecimento é sobremodo elevado, impossível de atingir. Como você se sente sabendo que Deus usa a onisciência dele para te sondar e te conhecer pessoalmente?

Após considerar a onisciência de Deus, Davi se volta para outra perfeição do Senhor.

 

Para onde me ausentarei do teu Espírito?

Para onde fugirei da tua face?

Se subo aos céus, lá estás;

se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também;

se tomo as asas da alvorada

e me detenho nos confins dos mares,

ainda lá me haverá de guiar a tua mão,

e a tua destra me susterá.

Se eu digo: as trevas, com efeito, me encobrirão,

e a luz ao redor de mim se fará noite,

até as próprias trevas não te serão escuras:

as trevas e a luz são a mesma coisa. (Salmo 139.7-12)

 

Aqui Davi foca sua atenção na imensidão de Deus, ou seja, Sua grandeza. Essa característica de Deus também é chamada de onipresença, que aponta para a capacidade de estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Veja que Davi continua falando sobre tais características não como se estivesse escrevendo um manual de teologia, mas considerando como tais caraterísticas afetam sua relação com Deus. Quais são as implicações da onipresença de Deus para a tua vida e relacionamento com Ele? Pensando com Davi: não importa aonde eu vá: céu, terra, mar, abismo, aonde o sol nasce, nas trevas ou na luz… para onde eu for, Deus estará ali. Davi já tinha afirmado que Deus o cercava por trás e por diante, e agora ele explica apresenta detalhes. Deus, sendo Espírito Infinito e Todo Poderoso, tem plenas condições de estar inteiro em qualquer lugar do cosmos e em todos os lugares ao mesmo tempo. Qual é a implicação desta verdade? Deus está agora na minha sala comigo, estará comigo quando você estiver lendo esta frase, mas ao mesmo tempo está com você agora e estará quando você estiver lendo. E quando você sair para o lazer, ou quando estiver dirigindo, estudando ou trabalhando, Deus estará ao teu lado. Ainda que você corra para fugir da presença de Deus, aonde quer que você vá, Deus estará com você no seu ponto de partida, durante o trajeto e estará te esperando em seu destino final. Ele estará em todos estes e muitos outros lugares ao mesmo tempo! Ninguém mais no céu ou na terra tem este poder! Conclusão: Deus usa a sua onipresença para te acompanhar por onde você vai, Ele sempre está com você, nas horas de tristeza e alegria, nas horas de santidade e de pecado. Deus está com você. Isto te acalma ou te angustia? Alivia ou dá medo?

 

Além de ser o Deus Onisciente e Onipresente, Deus também é o Soberano Criador.

 

Pois tu formaste o meu interior

tu me teceste no seio de minha mãe.

Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste;

as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem;

os meus ossos não te foram encobertos,

quando no oculto fui formado

e entretecido como nas profundezas da terra.

Os teus olhos me viram a substância ainda informe,

e no teu livro foram escritos todos os meus dias,

cada um deles escrito e determinado,

quando nem um deles havia ainda. (Salmo 139.13-16)

 

Quem é Deus? Deus é Aquele que sabe de todas as coisas, está em todos os lugares ao mesmo tempo. Deus também é o Poderoso e Soberano Criador de todas as coisas, inclusive de você e de mim. A maneira que Davi fala acerca do cuidado de Deus em seu nascimento é profunda e íntima e este é o padrão de Deus com cada ser humano. Pela sua grandeza, poder, onisciência e onipresença é possível para Deus cuidar de maneira personalizada de cada um de nós. Ele é Aquele que no princípio criou todas as coisas celestes, terrenas, visíveis e invisíveis pela palavra do seu poder. Mesmo quando você era uma substância sem forma, Deus já te conhecia, antes que você nascesse. Ele escreveu os teus dias num livro. Ninguém te conhece melhor do que Deus! Ele sabe os detalhes mais pequeninos e os fatos mais fundamentais da tua vida. Ele viu o óvulo sendo fecundado, acompanhou e guiou a gestação de sua mãe, viu você mamando. Ele cuidou de todo este processo. Ninguém te conhece melhor do que Deus! Você se sente cuidado e amado por Deus?

 

Que preciosos para mim, ó Deus, são os teus pensamentos!

E como é grande a soma deles!

Se os contasse, excedem os grãos de areia;

contaria, contaria, sem jamais chegar ao fim. (Salmo 139.17-18)

 

Mais uma vez, Davi exalta a sabedoria de Deus para depois, poder abrir seu coração diante de Deus e confessar qual era o seu problema que gerou este salmo:

 

Tomara, ó Deus, desses cabo do perverso;

apartai-vos, pois, de mim, homens de sangue.

Eles se rebelam insidiosamente contra ti e como teus inimigos falam malícia.

Não aborreço eu, SENHOR, os que te aborrecem?

E não abomino os que contra ti se levantam?

Aborreço-os com ódio consumado;

para mim são inimigos de fato.

Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração,

prova-me e conhece os meus pensamentos;

vê se há em mim algum caminho mau

e guia-me pelo caminho eterno. (Salmo 139.19-24)

 

Você já teve alguma atitude que depois ficou “martelando em sua cabeça”: será que o que eu fiz estava certo? Será que eu deveria ter agido assim? Será que pequei contra Deus? Se você já se sentiu assim então você sabe o que Davi estava passando quando escreveu este Salmo. Davi estava com ódio daqueles que são inimigos decididos e declarados de Deus. Davi tinha ódio daqueles que tem ódio de Deus e os considerava inimigos. Assim, uma vez que Deus sabe todas as coisas, está em todos os lugares, foi quem o criou, ou seja, já que é impossível esconder qualquer coisa de Deus, então Davi pede a Deus que o ajude com esta questão: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece as minhas inquietações. Vê se há em minha conduta algo que te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno” (Salmo 139.23-24 – Nova Versão Internacional).

 

Deus sabe todas as coisas a teu respeito. Ele sabe tudo o que você faz no seu dia a dia. Ele está em todos os lugares aonde você vai. Ele te conhece como um artista conhece a sua obra. Como você se sente? Por um lado, é muito gostoso saber de todo este cuidado de Deus por nós. Ele nos ama, conhece e cuida de nós como ninguém. Ao mesmo tempo, por outro lado, Ele sabe os pensamentos maus, as palavras mal ditas, as motivações impuras… O Deus santo e poderoso sabe de todos os nossos pecados. Isso não te assusta? O conforto é que este mesmo Deus quer ouvir nossa confissão e nossos temores como ouviu os de Davi. Deus quer que O conheçamos, que falemos com Ele e que confessemos os nossos pecados a Ele. Ele também quer saber as nossas inquietações e finalmente, quer nos guiar pelo caminho eterno. Por qual caminho você tem andado? Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela. (Mateus 7.13-14). O Deus que é Grande e Poderoso, Onisciente e Onipresente, quer te guiar pelo caminho eterno. Confesse e aceite o convite daquele que diz: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.”

 

Oração: Senhor Deus, quão Grande és Tu! Tu sabes de todas as coisas. Tu estás em todos os lugares ao mesmo tempo. Tu és o Criador de tudo e o Deus Soberano sobre tudo. E por tudo o que és, Tu és digno do nosso louvor, adoração, e também da nossa obediência. Mas a verdade, Senhor, é que nós temos pecado contra ti por pensamentos, palavras e atitudes. O Senhor conhece cada um dos nossos pecados. Assim, ó Deus, já que seria impossível nos escondermos de ti, pedimos-te perdão pelos nossos pecados. Pedimos também que nos sonde para ver se há conceitos, sentimentos e disposições erradas em nosso coração e, por fim, pedimos: guia-nos pelos caminhos que levam à eternidade. Em nome de Jesus, o Salvador, Amém.

 

Leituras Sugeridas para a Semana

 

1º Dia: Lucas 5.1-11 (Pedro vê o poder de Deus, confessa seus pecados e é levado a um novo caminho)

2º Dia: Isaías 57.15-21 (Deus é transcendente – Alto, Sublime, Eterno, Santo, Soberano, – mas também relacional – habita com o abatido de espírito. Ele sarará os que choram e não dará paz aos perversos)

3º Dia: Salmo 135 (Motivos para louvar a Deus)

4º Dia: 2Pedro 3.1-14 (A paciência e o juízo de Deus)

5º Dia: Salmo 136 (Motivo para louvar a Deus: misericórdia na Criação e na Redenção)

6º Dia: Seleção de Textos: Quem é Deus?

 

Seleção de Textos

 

Deuteronômio 6:4 … Deus, é o único SENHOR.

Deuteronômio 6:15  … Deus, é Deus zeloso no meio de ti…

Deuteronômio 10:17  Pois o SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e temível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno;

Deuteronômio 32:4  Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele injustiça; é justo e reto.

2Crônicas 2:5  A casa que edificarei há de ser grande, porque o nosso Deus é maior do que todos os deuses.

Salmos 7:10 Deus é o meu escudo; ele salva os retos de coração.

Salmos 7:11  Deus é justo juiz, Deus que sente indignação todos os dias.

Salmos 46:1 Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações.

Salmos 47:7  Deus é o Rei de toda a terra; salmodiai com harmonioso cântico.

Salmos 54:4 Eis que Deus é o meu ajudador, o SENHOR é quem me sustenta a vida.

Salmos 62:8 Confiai nele, ó povo, em todo tempo; derramai perante ele o vosso coração; Deus é o nosso refúgio.

Salmos 68:19  Bendito seja o Senhor que, dia a dia, leva o nosso fardo! Deus é a nossa salvação.

Salmos 68:20  O nosso Deus é o Deus libertador; com Deus, o SENHOR, está o escaparmos da morte.

Salmos 73:26  Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre.

Salmos 75:7  Deus é o juiz; a um abate, a outro exalta.

Salmos 84:11  Porque o SENHOR Deus é sol e escudo…

Salmos 116:5  Compassivo e justo é o SENHOR; o nosso Deus é misericordioso.

Isaías 12:2  Eis que Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei, porque o SENHOR Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação.

Isaías 26:4  Confiai no SENHOR perpetuamente, porque o SENHOR Deus é uma rocha eterna;

João 4:24  Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.

1Coríntios 10:13  …Deus é fiel…

1Coríntios 12:6  E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos.

Gálatas 3:20  Ora, o mediador não é de um, mas Deus é um.

Hebreus 12:29  porque o nosso Deus é fogo consumidor.

1João 1:5 …Deus é luz, e não há nele treva nenhuma.

1João 4:8  Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.

 


Textos Sugeridos para a Semana

 

Lucas 5.1-11 Aconteceu que, ao apertá-lo a multidão para ouvir a palavra de Deus, estava ele junto ao lago de Genesaré; 2 e viu dois barcos junto à praia do lago; mas os pescadores, havendo desembarcado, lavavam as redes. 3 Entrando em um dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia; e, assentando-se, ensinava do barco as multidões. 4 Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar. 5 Respondeu-lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes. 6 Isto fazendo, apanharam grande quantidade de peixes; e rompiam-se-lhes as redes. 7 Então, fizeram sinais aos companheiros do outro barco, para que fossem ajudá-los. E foram e encheram ambos os barcos, a ponto de quase irem a pique. 8 Vendo isto, Simão Pedro prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador. 9 Pois, à vista da pesca que fizeram, a admiração se apoderou dele e de todos os seus companheiros, 10 bem como de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram seus sócios. Disse Jesus a Simão: Não temas; doravante serás pescador de homens. 11 E, arrastando eles os barcos sobre a praia, deixando tudo, o seguiram.

 

Isaías 57.15-21 Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos. 16 Pois não contenderei para sempre, nem me indignarei continuamente; porque, do contrário, o espírito definharia diante de mim, e o fôlego da vida, que eu criei. 17 Por causa da indignidade da sua cobiça, eu me indignei e feri o povo; escondi a face e indignei-me, mas, rebelde, seguiu ele o caminho da sua escolha. 18 Tenho visto os seus caminhos e o sararei; também o guiarei e lhe tornarei a dar consolação, a saber, aos que dele choram. 19 Como fruto dos seus lábios criei a paz, paz para os que estão longe e para os que estão perto, diz o SENHOR, e eu o sararei. 20 Mas os perversos são como o mar agitado, que não se pode aquietar, cujas águas lançam de si lama e lodo. 21 Para os perversos, diz o meu Deus, não há paz.

 

Salmo 135.1-21 Aleluia! Louvai o nome do SENHOR; louvai-o, servos do SENHOR, 2 vós que assistis na Casa do SENHOR, nos átrios da casa do nosso Deus. 3 Louvai ao SENHOR, porque o SENHOR é bom; cantai louvores ao seu nome, porque é agradável. 4 Pois o SENHOR escolheu para si a Jacó e a Israel, para sua possessão. 5 Com efeito, eu sei que o SENHOR é grande e que o nosso Deus está acima de todos os deuses. 6 Tudo quanto aprouve ao SENHOR, ele o fez, nos céus e na terra, no mar e em todos os abismos. 7 Faz subir as nuvens dos confins da terra, faz os relâmpagos para a chuva, faz sair o vento dos seus reservatórios. 8 Foi ele quem feriu os primogênitos no Egito, tanto dos homens como das alimárias; 9 quem, no meio de ti, ó Egito, operou sinais e prodígios contra Faraó e todos os seus servos; 10 quem feriu muitas nações e tirou a vida a poderosos reis: 11 a Seom, rei dos amorreus, e a Ogue, rei de Basã, e a todos os reinos de Canaã; 12 cujas terras deu em herança, em herança a Israel, seu povo. 13 O teu nome, SENHOR, subsiste para sempre; a tua memória, SENHOR, passará de geração em geração. 14 Pois o SENHOR julga ao seu povo e se compadece dos seus servos. 15 Os ídolos das nações são prata e ouro, obra das mãos dos homens. 16 Têm boca e não falam; têm olhos e não vêem; 17 têm ouvidos e não ouvem; pois não há alento de vida em sua boca. 18 Como eles se tornam os que os fazem, e todos os que neles confiam. 19 Casa de Israel, bendizei ao SENHOR; casa de Arão, bendizei ao SENHOR; 20 casa de Levi, bendizei ao SENHOR; vós que temeis ao SENHOR, bendizei ao SENHOR. 21 Desde Sião bendito seja o SENHOR, que habita em Jerusalém! Aleluia!

 

2Pedro 3.1-14 Amados, esta é, agora, a segunda epístola que vos escrevo; em ambas, procuro despertar com lembranças a vossa mente esclarecida, 2 para que vos recordeis das palavras que, anteriormente, foram ditas pelos santos profetas, bem como do mandamento do Senhor e Salvador, ensinado pelos vossos apóstolos, 3 tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões 4 e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação. 5 Porque, deliberadamente, esquecem que, de longo tempo, houve céus bem como terra, a qual surgiu da água e através da água pela palavra de Deus, 6 pela qual veio a perecer o mundo daquele tempo, afogado em água. 7 Ora, os céus que agora existem e a terra, pela mesma palavra, têm sido entesourados para fogo, estando reservados para o Dia do Juízo e destruição dos homens ímpios. 8 Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia. 9 Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento. 10 Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas. 11 Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade, 12 esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão. 13 Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça. 14 Por essa razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por serdes achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis…

 

Salmo 136.1-26 Rendei graças ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre. 2 Rendei graças ao Deus dos deuses, porque a sua misericórdia dura para sempre. 3 Rendei graças ao Senhor dos senhores, porque a sua misericórdia dura para sempre; 4 ao único que opera grandes maravilhas, porque a sua misericórdia dura para sempre; 5 àquele que com entendimento fez os céus, porque a sua misericórdia dura para sempre; 6 àquele que estendeu a terra sobre as águas, porque a sua misericórdia dura para sempre; 7 àquele que fez os grandes luminares, porque a sua misericórdia dura para sempre; 8 o sol para presidir o dia, porque a sua misericórdia dura para sempre; 9 a lua e as estrelas para presidirem a noite, porque a sua misericórdia dura para sempre; 10 àquele que feriu o Egito nos seus primogênitos, porque a sua misericórdia dura para sempre; 11 e tirou a Israel do meio deles, porque a sua misericórdia dura para sempre; 12 com mão poderosa e braço estendido, porque a sua misericórdia dura para sempre; 13 àquele que separou em duas partes o mar Vermelho, porque a sua misericórdia dura para sempre; 14 e por entre elas fez passar a Israel, porque a sua misericórdia dura para sempre; 15 mas precipitou no mar Vermelho a Faraó e ao seu exército, porque a sua misericórdia dura para sempre; 16 àquele que conduziu o seu povo pelo deserto, porque a sua misericórdia dura para sempre; 17 àquele que feriu grandes reis, porque a sua misericórdia dura para sempre; 18 e tirou a vida a famosos reis, porque a sua misericórdia dura para sempre; 19 a Seom, rei dos amorreus, porque a sua misericórdia dura para sempre; 20 e a Ogue, rei de Basã, porque a sua misericórdia dura para sempre; 21 cujas terras deu em herança, porque a sua misericórdia dura para sempre; 22 em herança a Israel, seu servo, porque a sua misericórdia dura para sempre; 23 a quem se lembrou de nós em nosso abatimento, porque a sua misericórdia dura para sempre; 24 e nos libertou dos nossos adversários, porque a sua misericórdia dura para sempre; 25 e dá alimento a toda carne, porque a sua misericórdia dura para sempre. 26 Oh! Tributai louvores ao Deus dos céus, porque a sua misericórdia dura para sempre.

 

Seleção de Textos sobre Deus

 

Deuteronômio 6:4 … Deus, é o único SENHOR.

Deuteronômio 6:15  … Deus, é Deus zeloso no meio de ti…

Deuteronômio 10:17  Pois o SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e temível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno;

Deuteronômio 32:4  Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele injustiça; é justo e reto.

2Crônicas 2:5  A casa que edificarei há de ser grande, porque o nosso Deus é maior do que todos os deuses.

Salmos 7:10 Deus é o meu escudo; ele salva os retos de coração.

Salmos 7:11  Deus é justo juiz, Deus que sente indignação todos os dias.

Salmos 46:1 Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações.

Salmos 47:7  Deus é o Rei de toda a terra; salmodiai com harmonioso cântico.

Salmos 54:4 Eis que Deus é o meu ajudador, o SENHOR é quem me sustenta a vida.

Salmos 62:8 Confiai nele, ó povo, em todo tempo; derramai perante ele o vosso coração; Deus é o nosso refúgio.

Salmos 68:19  Bendito seja o Senhor que, dia a dia, leva o nosso fardo! Deus é a nossa salvação.

Salmos 68:20  O nosso Deus é o Deus libertador; com Deus, o SENHOR, está o escaparmos da morte.

Salmos 73:26  Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre.

Salmos 75:7  Deus é o juiz; a um abate, a outro exalta.

Salmos 84:11  Porque o SENHOR Deus é sol e escudo…

Salmos 116:5  Compassivo e justo é o SENHOR; o nosso Deus é misericordioso.

Isaías 12:2  Eis que Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei, porque o SENHOR Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação.

Isaías 26:4  Confiai no SENHOR perpetuamente, porque o SENHOR Deus é uma rocha eterna;

João 4:24  Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.

1Coríntios 10:13  …Deus é fiel…

1Coríntios 12:6  E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos.

Gálatas 3:20  Ora, o mediador não é de um, mas Deus é um.

Hebreus 12:29  porque o nosso Deus é fogo consumidor.

1João 1:5 …Deus é luz, e não há nele treva nenhuma.

1João 4:8  Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.

 

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Estudando Teologia no Livro dos Salmos: Lição 1 (Salmo 19)

01/06/2016 by João Paulo Thomaz de Aquino

Esta é a primeira de sete lições que publicaremos nas próximas quartas-feiras aqui no Blog Logos Português. O objetivo dessas lições é vermos alguns pontos básicos da teologia a partir do livro dos Salmos. O formato foi elaborado de forma que esse material possa ser usado em estudos de grupo ou estudo autodidata. Os tópicos serão os seguintes:

  • Lição 1: Salmo 19 – Deus quer falar com você! (Doutrina da revelação)
  • Lição 2: Salmo 139 – Quem é Deus e o que eu tenho a ver com isso? (Atributos de Deus)
  • Lição 3: Salmo 104 – Qual é o trabalho de Deus? (Criação e providência)
  • Lição 4: Salmo 8 – Homem: Fruto do acaso ou coisa melhor? (Antropologia Bíblica)
  • Lição 5: Salmo 51 – Você estragou tudo! (Pecado)
  • Lição 6: Salmo 22 – Não se desespere, há solução! (O problema do mal)
  • Lição 7: Salmo 2 – Enquanto isso, Deus ri! (Laicidade do Estado e Escatologia)

 

Lição 1

Deus quer falar com você

 

Texto base: Salmo 19

 

Hebreus 1.1-2 diz: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo”. Deus tem falado! Esse é o pressuposto básico do cristianismo. Se Deus não tivesse falado, como conheceríamos a Sua vontade para as nossas vidas? Como conheceríamos o próprio Deus? Mas Deus falou! Falou no passado através de sonhos, visões, aparições que foram registrados no Antigo Testamento e nestes últimos dias nos falou no seu próprio Filho, e o que Ele falou foi registrado no Novo Testamento. Jesus é apresentado na Bíblia como o verbo (palavra) de Deus (João 1.1), como a expressão exata do ser de Deus (Hb 1.3) e como aquele que subsiste em forma de Deus (Fp 2.6). Jesus é a revelação mais perfeita de Deus, mas não a única. Deus usou várias formas para falar com os homens e o Salmo 19 fala sobre duas delas:

 

Os céus proclamam a glória de Deus,

e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.

Um dia discursa a outro dia,

e uma noite revela conhecimento a outra noite.

Não há linguagem, nem há palavras,

e deles não se ouve nenhum som;

no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz,

e as suas palavras, até aos confins do mundo.

Aí, pôs uma tenda para o sol,

o qual, como noivo que sai dos seus aposentos,

se regozija como herói, a percorrer o seu caminho.

Principia numa extremidade dos céus, e até à outra vai o seu percurso;

e nada refoge ao seu calor. (Salmo 19.1-6)

 

Vejam que este salmo começa falando sobre a revelação de Deus nas coisas criadas! Deus fala com o homem através da natureza. Os céus proclamam a glória de Deus! Um dia faz discurso para o outro dia! Uma noite para a outra. Apesar do discurso da natureza não ter palavras, em toda a terra se pode “ouvir” a declaração da natureza falando sobre Deus.

Mas… o que a natureza revela acerca de Deus? A carta de Paulo aos Romanos nos responde:

 

A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. (Romanos 1.18-21)

 

Através das coisas que foram criadas, podemos conhecer os atributos de Deus, o seu poder e até a sua própria divindade. A natureza revela Deus de maneira ampla, mas o pecado (a injustiça do coração dos homens) causa uma cegueira que impede o homem de conseguir ver. O triste resultado é que Deus fala com todos os homens, mas eles não querem ouvir a voz de Deus e, por isso, Deus diz, tais homens são indesculpáveis. Quando vier o grande julgamento (veja Mateus 25) os homens serão julgados culpados por causa de seu pecado de não quererem saber de Deus, mesmo tendo ele se revelado na natureza. Pessoas irão para o inferno porque Deus falou com elas, mas elas desprezaram a voz de Deus!

Deus, sabendo que o pecado cegou nosso entendimento e capacidade de ouvi-lo através da revelação na natureza, providenciou uma revelação mais clara, a fim de que possamos conhecê-lo:

 

A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma;

o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices.

Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração;

o mandamento do SENHOR é puro e ilumina os olhos.

O temor do SENHOR é límpido e permanece para sempre;

os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente, justos.

São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado;

e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos.

Além disso, por eles se admoesta o teu servo;

em os guardar, há grande recompensa. (Salmo 19.7-11)

 

A Bíblia! A Palavra de Deus! Na Bíblia nós temos uma revelação mais clara, inteligível e completa da parte de Deus. A revelação bíblica se dá em palavras que formam frases e proposições passíveis de serem entendidas. Somente a Bíblia tem essa capacidade de restaurar a alma, dar sabedoria, alegrar o coração e iluminar os olhos. Somente as palavras da Bíblia garantem recompensa para aquele que as cumpre. Outros textos confirmam essa verdade:

 

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. (2Timóteo 3.16-17)

Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido. (Josué 1.8)

 Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. (João 17:17)

 

A Bíblia é a poderosa Palavra de Deus que nos transforma. É o meio que Deus usou e usa para falar com os homens. É o meio que Deus quer usar para falar com você. Para ter amizade com alguém é necessário conhecer tal pessoa conversando com ela. Deus tem conversado conosco na Bíblia. Ele quer que O conheçamos. Ele quer que conheçamos a Sua vontade. Ele quer estabelecer um relacionamento conosco.

E qual deve ser a nossa atitude diante de toda esta revelação de Deus?

 

Quem há que possa discernir as próprias faltas?

Absolve-me das que me são ocultas.

Também da soberba guarda o teu servo, que ela não me domine;

então, serei irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão.

As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração

sejam agradáveis na tua presença,

SENHOR, rocha minha e redentor meu! (Salmo 19.12-14)

 

Davi, no final do Salmo 19, após falar sobre a revelação de Deus na natureza e sobre a revelação de Deus em sua Palavra não teve outra atitude senão arrependimento e consagração. A Bíblia não é um livro informativo ou acadêmico. Nem mesmo Deus quer que o conheçamos apenas para que fiquemos mais espertos! Deus, através de sua Palavra, quer nos transformar para melhor. Quer fazer com que sejamos aquilo para o que Ele nos fez. Quer que entendamos que somos pecadores, e entendendo isso, Deus nos convida para o arrependimento e para uma nova vida de comunhão com Ele. Davi ao ver Deus através da natureza e da Palavra viu-se como um pecador. Ele teve uma experiência parecida com a do profeta Isaías:

No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo. 2 Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. As bases do limiar se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos! Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado. Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim. (Isaías 6.1-8)

 

Isaías viu Yahweh, o Senhor! O Senhor se revelou a Isaías em uma daquelas antigas maneiras que Deus fazia. Esta revelação fez com que Isaías se visse como um pecador. Deus o purificou e passou a usá-lo como profeta. Revelação, arrependimento e consagração, eis o padrão de Deus. Deus tem se revelado a nós em sua Palavra. Deus tem falado conosco através da Bíblia. Como temos respondido? Tem havido arrependimento e consagração de nossa parte? O Senhor do Universo se revela todos os dias para você por meio natureza. Ele se revela na Bíblia e pode ser ouvido a qualquer hora que você tiver interesse de realmente ouvi-lo na Palavra. Ele espera que você O conheça e responda da maneira adequada, com arrependimento e uma nova proposta de vida diante dele. Você aceita?

 

Oração: Senhor Deus, obrigado pela tua revelação na natureza. O céu, o sol, as estrelas, o mar, as árvores, os animais, tudo. Toda a natureza revela seu grande poder, seus atributos e sua divindade. Deus Santo, obrigado de maneira ainda mais especial pela Bíblia, a Tua Palavra. Nela o Senhor tem revelado de maneira clara a Tua vontade, a Tua grandeza, os nossos pecados e a salvação que o Senhor providenciou através de Cristo. Portanto, ó Deus, recebe o nosso arrependimento. Somos pecadores. Pecamos através de atitudes, palavras, pensamentos e motivações. Pecamos deixando de fazer o que deveríamos e fazendo o que é contrário a Tua vontade revelada. Por tudo isso pedimos-Te perdão. E, uma vez perdoados, ajuda-nos a viver uma nova vida que seja agradável a ti, falando, pensando e vivendo a Tua Palavra. Em nome de Jesus, o Salvador, Amém.

 

 

Leituras Sugeridas para a Semana

 

1º Dia: Romanos 1.18-32 (Deus se revela, mas o homem, pecador, não quer ouvir e, por isso, é culpado)

2º Dia: Salmo 1 (o justo que medita na Lei é bem sucedido)

3º Dia: Êxodo 20.1-17 (a vontade de Deus revelada)

4º Dia: Hebreus 4.1-16 (Hoje, ouça a voz de Deus. Quem não ouvir não entrará no Descanso de Deus)

5º Dia: Hebreus 1.1-4 (Deus se revelou de muitas formas, Jesus é a principal delas, os porquês)

6º Dia: João 1.1-14 (Jesus, e perfeita revelação de Deus)

7º Dia: Salmo 139 (Texto-base da lição 2)

 

Textos Bíblicos Citados e Textos Sugeridos para a Semana

 

Hebreus 1.3 Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas

 

João 1.1-2 1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 2 Ele estava no princípio com Deus.

 

Filipenses 2.5-6 5 Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, 6 pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus

 

Mateus 25.31-46 Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; 32 e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; 33 e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda; 34 então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. 35 Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; 36 estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. 37 Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? 38 E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? 39 E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? 40 O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. 41 Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. 42 Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; 43 sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me. 44 E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos? 45 Então, lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer. 46 E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna.

 

Romanos 1.18-32 18 A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; 19 porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. 20 Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; 21 porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. 22 Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos 23 e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis. 24 Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; 25 pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém! 26 Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; 27 semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro. 28 E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, 29 cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, 30 caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, 31 insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia. 32 Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem.

 

Salmo 1.1-6 1 Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. 2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. 3 Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido. 4 Os ímpios não são assim; são, porém, como a palha que o vento dispersa. 5 Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. 6 Pois o SENHOR conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.

 

Êxodo 20.1-17 Então, falou Deus todas estas palavras: 2 Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. 3 Não terás outros deuses diante de mim. 4 Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. 5 Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem 6 e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos. 7 Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão. 8 Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. 9 Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. 10 Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; 11 porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou. 12 Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá. 13 Não matarás. 14 Não adulterarás. 15 Não furtarás. 16 Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. 17 Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo.

 

Hebreus 4.1-16 1 Temamos, portanto, que, sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de Deus, suceda parecer que algum de vós tenha falhado. 2 Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram. 3 Nós, porém, que cremos, entramos no descanso, conforme Deus tem dito: Assim, jurei na minha ira: Não entrarão no meu descanso. Embora, certamente, as obras estivessem concluídas desde a fundação do mundo. 4 Porque, em certo lugar, assim disse, no tocante ao sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia, de todas as obras que fizera. 5 E novamente, no mesmo lugar: Não entrarão no meu descanso. 6 Visto, portanto, que resta entrarem alguns nele e que, por causa da desobediência, não entraram aqueles aos quais anteriormente foram anunciadas as boas-novas, 7 de novo, determina certo dia, Hoje, falando por Davi, muito tempo depois, segundo antes fora declarado: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração. 8 Ora, se Josué lhes houvesse dado descanso, não falaria, posteriormente, a respeito de outro dia. 9 Portanto, resta um repouso para o povo de Deus. 10 Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas. 11 Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia, segundo o mesmo exemplo de desobediência. 12 Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração. 13 E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas. 14 Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. 15 Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. 16 Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.

 

Hebreus 1.1-4 1 Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, 2 nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. 3 Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, 4 tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles.

 

João 1.1-14 1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 2 Ele estava no princípio com Deus. 3 Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. 4 A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. 5 A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela. 6 Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João. 7 Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele. 8 Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz, 9 a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem. 10 O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu. 11 Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. 12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; 13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. 14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.

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O Antigo Testamento É Válido para Hoje: Como a História de Balaão é Aplicada no Novo Testamento (Números 22-24)

25/05/2016 by João Paulo Thomaz de Aquino

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Balaão e a Jumenta é uma pintura de 1626 de Rembrandt, atualmente no Musée Cognacq-Jay em Paris.

Qual é a utilidade do Antigo Testamento para os cristãos que vivem debaixo da nova aliança? Poderíamos começar dizendo que só sabemos da “nova” aliança porque o o Antigo Testamento a profetiza e descreve (Jeremias 31), inclusive falando de como seríamos cheios do Espírito (Joel 2). Também poderíamos falar que é o Antigo Testamento que fala sobre a pessoa e obra do Messias (Salmo 2, 110; Isaías 9, 11, 53) e todo o sistema sacrificial que preparou o caminho para o sacrifício substitutivo de Jesus (Levítico). Aprendemos no AT sobre a criação do mundo e do povo escolhido por Deus (Gênesis), de como o povo de Deus foi redimido no AT (Êxodo). Vários eventos da história do AT (Gn 3.15; Melquisedeque; Gn 50; Êxodo; Moisés-Josué, Rei Davi; Elias-Eliseu; etc.) bem como diversas instituições (lei moral, cerimonial e civil; templo; profetas, sacerdotes e reis; reino de Deus) são fundamentais para entender a identidade de Jesus e da Igreja como o novo Israel de Deus. Em suma, o Antigo Testamento é válido para hoje!

Neste post, quero mostrar como uma história do Antigo Testamento é usada no Novo Testamento e o que podemos aprender sobre como utilizar o AT. Eu me refiro à história de Balaão. O povo de Moabe estava com medo dos israelitas, pois estes estavam vencendo todas as guerras, visto que o Yahweh era com eles. Então, Balaque, o rei de Moabe, teve a ideia de contratar Balaão para amaldiçoar o povo. Embora fosse de outro povo (Nm 22.5), Balaão conhecia o Deus verdadeiro e abençoava e amaldiçoava em nome dele (Nm 22.8-12).

Balaque ofereceu muito dinheiro a Balaão para que este amaldiçoasse o povo de Deus. Primeiro Deus falou para Balaão não ir e ele foi (Nm 22.12). Balaão desobedeceu a Deus e foi. Nesta ocasião, a mula de Balaão empacou, foi espancadas falou (Nm 22.21-30). Depois de ter seus olhos abertos por Deus, Balaão viu o anjo do Senhor e foi advertido a somente profetizar o que Deus realmente dissesse (Nm 22.31-35). Por três vezes, Balaão sobe a um monte junto com Balaque. Este pensa que Balaão vai amaldiçoar o povo, mas Balaão abençoa, em obediência ao SENHOR (Nm 23-.1–24.14). Depois, Balaão profetiza mais uma vez a vitória dos israelitas e grande derrota dos inimigos do povo de Deus (Nm 24.15-24). Quando lemos este relato, parece que simplesmente Balaão foi embora e saiu da história: “Então, Balaão se levantou, e se foi, e voltou para a sua terra; e também Balaque se foi pelo seu caminho” (Nm 24.25).

O capítulo seguinte de Números (25), conta como o povo caiu em grave idolatria e pecados sexuais com as mulheres de Moabe em um lugar chamado Baal-Peor. O resultado é que Deus mandou uma praga sobre o povo e 24 mil pessoas morreram (Nm 25).

O que nós só aprendemos continuando a ler Números, no entanto, é que Balaão esteve envolvido com esse pecado do povo. Números 31.16, falando sobre as mulheres de Moabe, diz assim: “Eis que estas, por conselho de Balaão, fizeram prevaricar os filhos de Israel contra o Senhor, no caso de Peor, pelo que houve a praga entre a congregação do Senhor“. É por isso que quando os israelitas entraram em Moabe, um dos que foram mortos foi Balaão (Nm 31.8; Js 13.22). O que aconteceu? Parece que Balaão se arrependeu de ter perdido o dinheiro do rei do Moabe e deu uma ideia para ele: “se as mulheres moabitas seduzirem os homens de Israel e os levarem à idolatria e pecados na área sexual, Yahweh vai ficar irado com eles e ele mesmo os amaldiçoará!”.

Por conta disso, Balaão e o evento de Baal-Peor (idolatria, comida, sexo e maldição) se tornaram um exemplo do que o povo deveria evitar: Deuteronômio 4.3; 23.4-5; Josué 22.17-18; Js 24.9-10; Neemias 13.1-3; Salmo 106.28-31; Oséias 9.10 e Miquéias 6.5). E como é que o Novo Testamento usa essa história para com o povo de Deus da Nova Aliança?

Paulo, exortando os Coríntios para não comerem comida sacrificada a ídolos usa diversos eventos do Antigo Testamento, inclusive o de Balaão (1 Coríntios 10.8), que se aplicava perfeitamente ao contexto coríntio de idolatria e pecados sexuais. Paulo acerte que os cristãos Coríntios deveriam cuidar para não sofrerem punição semelhante! Aliás, alguns de Corinto já estavam morrendo por causa de participarem indignamente da ceia (1Co 11.30).

Pedro, advertindo a igreja contra os falsos profetas que se esbaldavam em avareza, excesso de comida e pecados sexuais diz que eles estavam seguindo pelo caminho de Balaão (2 Pedro 2.15-16). Judas faz a mesma aplicação de Pedro (Judas 1.11). Finalmente, em Apocalipse 2.14, ouvimos uma repreensão de Cristo à igreja de Pérgamo, pois embora fossem é estivessem sofrendo perseguição, eles conviviam pacificamente com aqueles que “sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição“.

O Novo Testamento, portanto, utiliza a história de Balaão como uma grande advertência para os cristãos da Nova Aliança. Nós também podemos cair na cilada do amor idólatra ao dinheiro, amor idólatra à comida e amor idólatra ao sexo fora dos padrões de Deus. Se isso acontecer sofreremos punição como os israelitas sofreram em Baal-Peor. Mesmo aqueles que se colocam como mestres do povo de Deus também correm risco semelhante, de se desviarem de Deus assim como Balaão e serem destruídos da mesma forma que ele foi.

Assim, o Antigo Testamento é Palavra de Deus para o povo de Deus tanto quanto o Novo Testamento. “Porque tudo o que está nas Escrituras foi escrito para nos ensinar, a fim de que tenhamos esperança por meio da paciência e da coragem que as Escrituras nos dão.” (Rm 15.4)

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Sim, Jesus Frequentava a Igreja!

18/05/2016 by João Paulo Thomaz de Aquino

Certo dia ouvi alguém dizer que era muito difícil encontrar Jesus no templo e por isso a igreja deveria aprender a viver mais para fora de suas portas. Outros afirmam que é possível ser cristão sem ir à igreja. Ambas afirmações estão erradas!

Jesus é o nosso exemplo em tudo e também no que concerne ao nosso dever de nos reunirmos com o povo de Deus. Há evidência no Novo Testamento de que Jesus frequentava as reuniões formais do judaísmo, seja em sinagogas, quando estava na Galiléia, seja no templo, quando estava em Jerusalém. Os apóstolos, fazem a transição das reuniões nas sinagogas para as casas, que funcionavam como os locais de reunião das igrejas do Novo Testamento.

Para comprovar as afirmações acima, fiz a seguinte pesquisa no Software Bíblico Logos: “Jesus AND templo OR Jesus AND sinagoga OR sinagoga OR templo”.  Usando esses parâmetros, o Logos apresentou todos os textos da ARA, do Novo Testamento, que apresentam Jesus e templo no mesmo versículo, Jesus e sinagoga no mesmo versículo, somente templo e somente sinagoga também (resultados no final desse post). A vantagem de repetir os termos é que o Logos apresenta um código de cores para cada termo utilizado, como você pode ver na imagem abaixo.

 

resultados

 

O que aprendemos a partir dos resultados da pesquisa é que Jesus foi levado ao templo para ser circuncidado e resgatado como primogênito (Lc 2.27). Jesus também foi ao templo com sua família quando tinha doze anos e ficou ali no templo conversando teologia com os estudiosos da lei (Lc 2.46). Jesus foi levado ao pináculo do templo em meio à sua tentação por Satanás (Mt 4.5; Lc 4.9). Nos evangelhos sinóticos Jesus também afirma ser maior do que o templo (Mt 12.6). Os evangelhos sinóticos apresentam apenas uma visita de Jesus a Jerusalém durante o seu ministério. Os três são unânimes em mostrar, no entanto, que no final de sua vida, Jesus foi ao templo constantemente e o defendeu daqueles que o tratavam como um mercado em vez de uma casa de oração (21.12, 14; Mc 11.15; Lc 19.45). Nos últimos dias de sua vida, Jesus foi diariamente ao templo (Mt 21.23; 24.1; 26.55; Mc 11.11, 27; 12.35; 13.1; 14.49; Lc 19.47; 20.1; 21.37-38; 22.53)! Quando estava na Galiléia, onde passou a maior parte de seu ministério, era comum encontrar Jesus em diferentes sinagogas,ensinando e exercendo o seu ministério. (Mt 12.9; 13.54; Mc 1.21; 3.1; 6.2; Lc 4.16, 33, 6.6). Em suma, em Mateus, Marcos e Lucas vemos Jesus com um ministério bastante ativo, ora nas sinagogas e ora no templo.

O retrato de Jesus que vemos no evangelho de João é ainda mais denso. Logo no começo do seu ministério Jesus vai ao templo e o purifica dos cambistas e vendedores (João 2.14-15) e deixa claro que ele mesmo é o novo templo (2.19-22). Em João 5.14 encontramos Jesus novamente no templo. Já em 6.59, Jesus está ensinando na sinagoga de Cafarnaum, na Galiléia. Em João 7.14 e 28 Jesus está novamente no templo, ensinando. Mais de uma vez nas Escrituras é dito que o Senhor ia de madrugada para o templo (Jo 8.2). Além de ensinar (Jo 8.20, 59), Jesus também passeava no templo (10.23). Em João 18.20, lemos a seguinte declaração de Jesus: “Eu tenho falado francamente ao mundo; ensinei continuamente tanto nas sinagogas como no templo, onde todos os judeus se reúnem, e nada disse em oculto.” De acordo com João, portanto, Jesus foi algumas vezes ao templo de Jerusalém durante o seu ministério de três anos e, quando não estava em Jerusalém, Jesus ensinava nas sinagogas da Galiléia. Além do seu ministério itinerante nas ruas, Jesus teve um ministério muito ativo nos locais de reuniã do povo de Deus.

O resultado é que a igreja desde cedo aprendeu a dar valor à reunião formal. Assim, encontramos nos apóstolos reunidos no templo no começo do livro de Atos (Lc 24.53; At 2.46; 3.1; 5.21, 25, 42 ver também At 21.26-28) e tendo as sinagogas como base de seu ministério evangelístico (At 13.14; 14.1; 17.1-2, 10, 17; 18.4, 19; 19.8; Tg 2.2). Posteriormente, quando há uma separação das sinagogas, a igreja passa a se reunir nas casas (At 2.1; 12.12; 16.40; Rm 16.5; 1Co 16.19; Cl 4.15; Fm 2).

Em suma, se queremos ser cristãos, devemos seguir Cristo e o exemplo apostólico. Um cristão que não frequenta um local de reuniões é uma anomalia. Jesus frequentava o templo e as sinagogas, os apóstolos frequentavam sinagogas e posteriormente a igreja passou a se reunir nas casas. Se você quer ser um cristão saudável, precisa seguir o exemplo do Novo Testamento. “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima” (Hb 10.25).

Esse estudo pode ser enriquecido com uma pesquisa das palavras ligadas às raízes de congregar, assembléia, comunidade, etc.

 

Jesus AND templo OR Jesus AND sinagoga OR sinagoga OR templo

 Almeida Revista e Atualizada 169 results in 111 verses
Matt 4:5
Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo
Matt 12:5
Ou não lestes na Lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? Pois eu vos digo:
Matt 12:6
aqui está quem é maior que o templo.
Matt 12:9
Tendo Jesus partido dali, entrou na sinagoga deles.
Matt 13:54
E, chegando à sua terra, ensinava-os na sinagoga, de tal sorte que se maravilhavam e diziam: Donde lhe vêm esta sabedoria e estes poderes miraculosos?
Matt 21:12
Tendo Jesus entrado no templo, expulsou todos os que ali vendiam e compravam; também derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas.
Matt 21:14
Vieram a ele, no templo, cegos e coxos, e ele os curou.
Matt 21:23
Tendo Jesus chegado ao templo, estando já ensinando, acercaram-se dele os principais sacerdotes e os anciãos do povo, perguntando: Com que autoridade fazes estas coisas? E quem te deu essa autoridade?
Matt 24:1
Tendo Jesus saído do templo, ia-se retirando, quando se aproximaram dele os seus discípulos para lhe mostrar as construções do templo.
Matt 26:55
Naquele momento, disse Jesus às multidões: Saístes com espadas e porretes para prender-me, como a um salteador? Todos os dias, no templo, eu me assentava [convosco] ensinando, e não me prendestes.
Mark 1:21
Depois, entraram em Cafarnaum, e, logo no sábado, foi ele ensinar na sinagoga.
Mark 1:23
Não tardou que aparecesse na sinagoga um homem possesso de espírito imundo, o qual bradou:
Mark 1:29
E, saindo eles da sinagoga, foram, com Tiago e João, diretamente para a casa de Simão e André.
Mark 3:1
De novo, entrou Jesus na sinagoga e estava ali um homem que tinha ressequida uma das mãos.
Mark 5:22
Eis que se chegou a ele um dos principais da sinagoga, chamado Jairo, e, vendo-o, prostrou-se a seus pés
Mark 5:35
Falava ele ainda, quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, a quem disseram: Tua filha já morreu; por que ainda incomodas o Mestre?
Mark 5:36
Mas Jesus, sem acudir a tais palavras, disse ao chefe da sinagoga: Não temas, crê somente.
Mark 5:38
Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu Jesus o alvoroço, os que choravam e os que pranteavam muito.
Mark 6:2
Chegando o sábado, passou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se maravilhavam, dizendo: Donde vêm a este estas coisas? Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais maravilhas por suas mãos?
Mark 11:11
E, quando entrou em Jerusalém, no templo, tendo observado tudo, como fosse já tarde, saiu para Betânia com os doze.
Mark 11:15
E foram para Jerusalém. Entrando ele no templo, passou a expulsar os que ali vendiam e compravam; derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas.
Mark 11:16
Não permitia que alguém conduzisse qualquer utensílio pelo templo;
Mark 11:27
Então, regressaram para Jerusalém. E, andando ele pelo templo, vieram ao seu encontro os principais sacerdotes, os escribas e os anciãos
Mark 12:35
Jesus, ensinando no templo, perguntou: Como dizem os escribas que o Cristo é filho de Davi?
Mark 13:1
Ao sair Jesus do templo, disse-lhe um de seus discípulos: Mestre! Que pedras, que construções!
Mark 13:3
No monte das Oliveiras, defronte do templo, achava-se Jesus assentado, quando Pedro, Tiago, João e André lhe perguntaram em particular:
Mark 14:49
Todos os dias eu estava convosco no templo, ensinando, e não me prendestes; contudo, é para que se cumpram as Escrituras.
Luke 2:27
Movido pelo Espírito, foi ao templo; e, quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazerem com ele o que a Lei ordenava,
Luke 2:37
e que era viúva de oitenta e quatro anos. Esta não deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e orações.
Luke 2:46
Três dias depois, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os.
Luke 4:9
Então, o levou a Jerusalém, e o colocou sobre o pináculo do templo, e disse: Se és o Filho de Deus, atira-te daqui abaixo;
Luke 4:16
Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler.
Luke 4:20
Tendo fechado o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e todos na sinagoga tinham os olhos fitos nele.
Luke 4:28
Todos na sinagoga, ouvindo estas coisas, se encheram de ira.
Luke 4:33
Achava-se na sinagoga um homem possesso de um espírito de demônio imundo, e bradou em alta voz:
Luke 4:38
Deixando ele a sinagoga, foi para a casa de Simão. Ora, a sogra de Simão achava-se enferma, com febre muito alta; e rogaram-lhe por ela.
Luke 6:6
Sucedeu que, em outro sábado, entrou ele na sinagoga e ensinava. Ora, achava-se ali um homem cuja mão direita estava ressequida.
Luke 7:5
porque é amigo do nosso povo, e ele mesmo nos edificou a sinagoga.
Luke 8:41
Eis que veio um homem chamado Jairo, que era chefe da sinagoga, e, prostrando-se aos pés de Jesus, lhe suplicou que chegasse até a sua casa.
Luke 8:49
Falava ele ainda, quando veio uma pessoa da casa do chefe da sinagoga, dizendo: Tua filha já está morta, não incomodes mais o Mestre.
Luke 13:14
O chefe da sinagoga, indignado de ver que Jesus curava no sábado, disse à multidão: Seis dias há em que se deve trabalhar; vinde, pois, nesses dias para serdes curados e não no sábado.
Luke 18:10
Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano.
Luke 19:45
Depois, entrando no templo, expulsou os que ali vendiam,
Luke 19:47
Diariamente, Jesus ensinava no templo; mas os principais sacerdotes, os escribas e os maiorais do povo procuravam eliminá-lo;
Luke 20:1
Aconteceu que, num daqueles dias, estando Jesus a ensinar o povo no templo e a evangelizar, sobrevieram os principais sacerdotes e os escribas, juntamente com os anciãos,
Luke 21:5
Falavam alguns a respeito do templo, como estava ornado de belas pedras e de dádivas;
Luke 21:37
Jesus ensinava todos os dias no templo, mas à noite, saindo, ia pousar no monte chamado das Oliveiras.
Luke 21:38
E todo o povo madrugava para ir ter com ele no templo, a fim de ouvi-lo.
Luke 22:52
Então, dirigindo-se Jesus aos principais sacerdotes, capitães do templo e anciãos que vieram prendê-lo, disse: Saístes com espadas e porretes como para deter um salteador?
Luke 22:53
Diariamente, estando eu convosco no templo, não pusestes as mãos sobre mim. Esta, porém, é a vossa hora e o poder das trevas.
Luke 24:53
e estavam sempre no templo, louvando a Deus.
John 2:14
E encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas e também os cambistas assentados;
John 2:15
tendo feito um azorrague de cordas, expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas
John 5:14
Mais tarde, Jesus o encontrou no templo e lhe disse: Olha que já estás curado; não peques mais, para que não te suceda coisa pior.
John 6:59
Estas coisas disse Jesus, quando ensinava na sinagoga de Cafarnaum.
John 7:14
Corria já em meio a festa, e Jesus subiu ao templo e ensinava.
John 7:28
Jesus, pois, enquanto ensinava no templo, clamou, dizendo: Vós não somente me conheceis, mas também sabeis donde eu sou; e não vim porque eu, de mim mesmo, o quisesse, mas aquele que me enviou é verdadeiro, aquele a quem vós não conheceis.
John 8:2
De madrugada, voltou novamente para o templo, e todo o povo ia ter com ele; e, assentado, os ensinava.
John 8:20
Proferiu ele estas palavras no lugar do gazofilácio, quando ensinava no templo; e ninguém o prendeu, porque não era ainda chegada a sua hora.
John 8:59
Então, pegaram em pedras para atirarem nele; mas Jesus se ocultou e saiu do templo.
John 9:22
Isto disseram seus pais porque estavam com medo dos judeus; pois estes já haviam assentado que, se alguém confessasse ser Jesus o Cristo, fosse expulso da sinagoga.
John 10:23
Jesus passeava no templo, no Pórtico de Salomão.
John 11:56
Lá, procuravam Jesus e, estando eles no templo, diziam uns aos outros: Que vos parece? Não virá ele à festa?
John 12:42
Contudo, muitos dentre as próprias autoridades creram nele, mas, por causa dos fariseus, não o confessavam, para não serem expulsos da sinagoga;
John 18:20
Declarou-lhe Jesus: Eu tenho falado francamente ao mundo; ensinei continuamente tanto nas sinagogas como no templo, onde todos os judeus se reúnem, e nada disse em oculto.
Acts 2:46
Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração,
Acts 3:1
Pedro e João subiam ao templo para a oração da hora nona.
Acts 3:2
Era levado um homem, coxo de nascença, o qual punham diariamente à porta do templo chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam.
Acts 3:3
Vendo ele a Pedro e João, que iam entrar no templo, implorava que lhe dessem uma esmola.
Acts 3:8
de um salto se pôs em pé, passou a andar e entrou com eles no templo, saltando e louvando a Deus.
Acts 3:10
e reconheceram ser ele o mesmo que esmolava, assentado à Porta Formosa do templo; e se encheram de admiração e assombro por isso que lhe acontecera.
Acts 4:1
Falavam eles ainda ao povo quando sobrevieram os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus,
Acts 5:20
Ide e, apresentando-vos no templo, dizei ao povo todas as palavras desta Vida.
Acts 5:21
Tendo ouvido isto, logo ao romper do dia, entraram no templo e ensinavam. Chegando, porém, o sumo sacerdote e os que com ele estavam, convocaram o Sinédrio e todo o senado dos filhos de Israel e mandaram buscá-los no cárcere.
Acts 5:24
Quando o capitão do templo e os principais sacerdotes ouviram estas informações, ficaram perplexos a respeito deles e do que viria a ser isto.
Acts 5:25
Nesse ínterim, alguém chegou e lhes comunicou: Eis que os homens que recolhestes no cárcere, estão no templo ensinando o povo.
Acts 5:42
E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo.
Acts 6:9
Levantaram-se, porém, alguns dos que eram da sinagoga chamada dos Libertos, dos cireneus, dos alexandrinos e dos da Cilícia e Ásia, e discutiam com Estêvão;
Acts 13:14
Mas eles, atravessando de Perge para a Antioquia da Pisídia, indo num sábado à sinagoga, assentaram-se.
Acts 13:15
Depois da leitura da lei e dos profetas, os chefes da sinagoga mandaram dizer-lhes: Irmãos, se tendes alguma palavra de exortação para o povo, dizei-a.
Acts 13:43
Despedida a sinagoga, muitos dos judeus e dos prosélitos piedosos seguiram Paulo e Barnabé, e estes, falando-lhes, os persuadiam a perseverar na graça de Deus.
Acts 14:1
Em Icônio, Paulo e Barnabé entraram juntos na sinagoga judaica e falaram de tal modo, que veio a crer grande multidão, tanto de judeus como de gregos.
Acts 14:13
O sacerdote de Júpiter, cujo templo estava em frente da cidade, trazendo para junto das portas touros e grinaldas, queria sacrificar juntamente com as multidões.
Acts 17:1
Tendo passado por Anfípolis e Apolônia, chegaram a Tessalônica, onde havia uma sinagoga de judeus.
Acts 17:10
E logo, durante a noite, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Bereia; ali chegados, dirigiram-se à sinagoga dos judeus.
Acts 17:17
Por isso, dissertava na sinagoga entre os judeus e os gentios piedosos; também na praça, todos os dias, entre os que se encontravam ali.
Acts 18:4
E todos os sábados discorria na sinagoga, persuadindo tanto judeus como gregos.
Acts 18:7
Saindo dali, entrou na casa de um homem chamado Tício Justo, que era temente a Deus; a casa era contígua à sinagoga.
Acts 18:8
Mas Crispo, o principal da sinagoga, creu no Senhor, com toda a sua casa; também muitos dos coríntios, ouvindo, criam e eram batizados.
Acts 18:17
Então, todos agarraram Sóstenes, o principal da sinagoga, e o espancavam diante do tribunal; Gálio, todavia, não se incomodava com estas coisas.
Acts 18:19
Chegados a Éfeso, deixou-os ali; ele, porém, entrando na sinagoga, pregava aos judeus.
Acts 18:26
Ele, pois, começou a falar ousadamente na sinagoga. Ouvindo-o, porém, Priscila e Áquila, tomaram-no consigo e, com mais exatidão, lhe expuseram o caminho de Deus.
Acts 19:8
Durante três meses, Paulo frequentou a sinagoga, onde falava ousadamente, dissertando e persuadindo com respeito ao reino de Deus.
Acts 19:27
Não somente há o perigo de a nossa profissão cair em descrédito, como também o de o próprio templo da grande deusa, Diana, ser estimado em nada, e ser mesmo destruída a majestade daquela que toda a Ásia e o mundo adoram.
Acts 19:35
O escrivão da cidade, tendo apaziguado o povo, disse: Senhores, efésios: quem, porventura, não sabe que a cidade de Éfeso é a guardiã do templo da grande Diana e da imagem que caiu de Júpiter?
Acts 21:26
Então, Paulo, tomando aqueles homens, no dia seguinte, tendo-se purificado com eles, entrou no templo, acertando o cumprimento dos dias da purificação, até que se fizesse a oferta em favor de cada um deles.
Acts 21:27
Quando já estavam por findar os sete dias, os judeus vindos da Ásia, tendo visto Paulo no templo, alvoroçaram todo o povo e o agarraram,
Acts 21:28
gritando: Israelitas, socorro! Este é o homem que por toda parte ensina todos a serem contra o povo, contra a lei e contra este lugar; ainda mais, introduziu até gregos no templo e profanou este recinto sagrado.
Acts 21:29
Pois, antes, tinham visto Trófimo, o efésio, em sua companhia na cidade e julgavam que Paulo o introduzira no templo.
Acts 21:30
Agitou-se toda a cidade, havendo concorrência do povo; e, agarrando a Paulo, arrastaram-no para fora do templo, e imediatamente foram fechadas as portas.
Acts 22:17
Tendo eu voltado para Jerusalém, enquanto orava no templo, sobreveio-me um êxtase,
Acts 24:6
o qual também tentou profanar o templo, nós o prendemos [com o intuito de julgá-lo segundo a nossa lei.
Acts 24:12
e que não me acharam no templo discutindo com alguém, nem tampouco amotinando o povo, fosse nas sinagogas ou na cidade;
Acts 24:18
e foi nesta prática que alguns judeus da Ásia me encontraram já purificado no templo, sem ajuntamento e sem tumulto,
Acts 25:8
Paulo, porém, defendendo-se, proferiu as seguintes palavras: Nenhum pecado cometi contra a lei dos judeus, nem contra o templo, nem contra César.
Acts 26:21
Por causa disto, alguns judeus me prenderam, estando eu no templo, e tentaram matar-me.
1 Cor 8:10
Porque, se alguém te vir a ti, que és dotado de saber, à mesa, em templo de ídolo, não será a consciência do que é fraco induzida a participar de comidas sacrificadas a ídolos?
1 Cor 9:13
Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar tira o seu sustento?
James 2:2
Se, portanto, entrar na vossa sinagoga algum homem com anéis de ouro nos dedos, em trajos de luxo, e entrar também algum pobre andrajoso,
Rev 2:9
Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus e não são, sendo, antes, sinagoga de Satanás.
Rev 3:9
Eis farei que alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses que a si mesmos se declaram judeus e não são, mas mentem, eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te amei.

 

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O batismo é a circuncisão de Cristo (Colossenses 2.11-13)

11/05/2016 by João Paulo Thomaz de Aquino

Não é fácil acompanhar o pensamento de alguém brilhante. Paulo era brilhante e assim, é muito difícil acompanhar sua linha de pensamento e decifrar todas as metáforas do apóstolo. Esse é o caso de Colossenses 2.11-13. O trecho é parte de um parágrafo maior e bastante complexo (Cl 2.8-15). A ideia principal é que os cristãos de Colossos não poderiam se deixar enganar (enredar) pelas filosofias que haviam à sua volta (Cl 2.8). À partir do versículo 9, Paulo apresenta as razões pelas quais os Colossenses não poderiam se deixar enganar e todas as razões dizem respeito à pessoa de Jesus Cristo e aquilo que nós temos “nele”.[1] As razões de Paulo são:

 

  1. nele habita toda a plenitude da coporeamente toda a plenitude da divindade (v. 9);
  2. nele os cristãos são aperfeiçoados (v. 10)
  3. ele é o cabeça de todo o principado e potestade (v. 10)
  4. nele fomos circuncidados (v. 11)
  5. nele fomos ressuscitados (v. 12)

 

Essa estrutura é baseada na expressão nele (ἐν αὐτῷ) e em quem (ἐν ᾧ), bem como nos verbos (aoristos e passivos). O trecho que selecionamos, portanto, é parte de uma ideia principal, sendo os pontos 4 e 5 na estrutura que acabamos de apresentar. Olhando a maneira que outras traduções (abaixo) pontuam o texto, você verá que a tradução que proponho é um pouco diferente, exatamente por levar em consideração os “nele” e “em quem” e os tempos verbais. O meu foco particular nesse post é a compreensão paulina da circuncisão de Cristo e do batismo neste texto e para isso o nosso foco será somente nos versículos 11 e parte de 12 (essa é uma tradução mais literal e por isso estranha):

 

11 Em quem também fostes circuncidados

….com a circuncisão não feita por mãos [humanas]

….na remoção do corpo da carne,

….com a circuncisão de Cristo,

….12 sendo sepultados com ele no batismo.

 

Paulo, neste ponto, está afirmando que uma das bêncãos que temos em Cristo, pela qual não podemos nos deixar enganar por vãs filosofias é a nossa “circuncisão”. É claro que como cristãos da nova aliança, nem os Colossenses nem nós, somos circuncidados literalmente (pelo menos não por motivos religiosos). Assim, Paulo está usando a circuncisão como uma metáfora. As características da circuncisão cristã apresentadas por Paulo são que (1) ela não é feita por mãos; (2) ela diz respeito à remoção do corpo da carne; (3) ela é a circuncisão de Cristo; e (4) ela está relacionada ao nosso sepultamento no batismo.

Para explicar a sua metáfora (circuncisão), Paulo utiliza outra metáfora: “a remoção do corpo da carne”. Em linguagem Paulina, isso significa libertação da corrupção do pecado. E, finalmente, outra linguagem metafórica, o sepultamento com Cristo no batismo, que mostra não simplesmente uma metáfora, mas o fato de que o batismo cristão é um símbolo do nosso co-sepultamento com Cristo. Qual é o resultado disso?

Um dos motivos que Paulo apresenta aos Colossenses pelo qual eles não deveriam se deixar enredar pelas filosofias de sua época é o fato de que a circuncisão deles era sobrenatural (não feita por mãos) e resultava em uma purificação real (remoção do corpo da carne) e que ela apontava para um sepultamento do velho homem, fato este simbolizado no sacramento cristão do batismo.

Junto com outros ensinos não verdadeiros, os colossenses estavam sendo tentados a voltar aos símbolos da velha aliança, sendo a circuncisão um deles. Paulo argumenta que eles não deveriam se deixar enganar por tais ensinos e apresenta diversas razões. Uma das razões que Paulo apresenta é a superioridade da circuncisão cristã, que é a fatual remoção do pecado, o que é simbolizado pelo batismo cristão (sepultamento). Há, portanto, uma relação íntima entre a circuncisão e o batismo. O primeiro é o símbolo de purificação da velha aliança. O segundo é o símbolo da purificação superior da nova aliança.

 

TRADUCÃO LITERAL E ESTRUTURA

11 Em quem também fostes circuncidados

…com a circuncisão não feita por mãos [humanas]

…na remoção do corpo da carne,

……com a circuncisão de Cristo,

…12 sendo sepultados com ele no batismo.

Em quem também fostes co-ressuscitados

…por meio da fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos.

…13 E a vós que mortos estáveis

………em vossos pecados

………e na incircuncisão da vossa carne,

…………covivificou a vos com ele,

……………perdoando em vós todos os pecados.

 

TEXTO GREGO E ESTRUTURA

11 ἐν ᾧ καὶ περιετμήθητε

…περιτομῇ ἀχειροποιήτῳ

…ἐν τῇ ἀπεκδύσει τοῦ σώματος τῆς σαρκός,

…ἐν τῇ περιτομῇ τοῦ Χριστοῦ,

12 συνταφέντες αὐτῷ ἐν τῷ βαπτισμῷ,

…ἐν ᾧ καὶ συνηγέρθητε

………διὰ τῆς πίστεως τῆς ἐνεργείας τοῦ θεοῦ τοῦ ἐγείραντος αὐτὸν ἐκ νεκρῶν·

13 καὶ ὑμᾶς νεκροὺς ὄντας

… [ἐν] τοῖς παραπτώμασιν

…καὶ τῇ ἀκροβυστίᾳ τῆς σαρκὸς ὑμῶν,

………συνεζωοποίησεν ὑμᾶς σὺν αὐτῷ,

…………χαρισάμενος ἡμῖν πάντα τὰ παραπτώματα.

 

OUTRAS TRADUÇÕES

 

ARA Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo, 12 tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos. 13 E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos;

NTLH Por estarem unidos com Cristo, vocês foram circuncidados não com a circuncisão que é feita no corpo, mas com a circuncisão feita por Cristo, pela qual somos libertados do poder da natureza pecadora. Pois, quando vocês foram batizados, foram sepultados com Cristo; e no batismo também foram ressuscitados com ele por meio da fé que vocês têm no grande poder de Deus, o mesmo Deus que ressuscitou Cristo. Antigamente vocês estavam espiritualmente mortos por causa dos seus pecados e porque eram não-judeus e não tinham a lei. Mas agora Deus os ressuscitou junto com Cristo. Deus perdoou todos os nossos pecados

NVI 11 Nele também vocês foram circuncidados, não com uma circuncisão feita por mãos humanas, mas com a circuncisão feita por Cristo, que é o despojar do corpo da carne. 12 Isso aconteceu quando vocês foram sepultados com ele no batismo, e com ele foram ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos. 13 Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões,

 

[1] Paulo usa um ὅτι e coloca todas as razões ligadas a essa única conjunção.

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Quem realmente foi Maria? Estabelecendo o lugar correto da mãe de Jesus à luz das Escrituras

04/05/2016 by João Paulo Thomaz de Aquino

The Nativity. Por Gary Melchers, 1891

Introdução

 

“Nossa Senhora!” Não é à toa que essa expressão é uma das mais corriqueiras no vocabulário nacional. O Brasil é um país de maioria católica e abriga o maior santuário mariano do mundo! Em 1929, Nossa Senhora de Aparecida, uma imagem de barro de Maria encontrada no Rio Paraíba do Sul, foi proclamada rainha e padroeira oficial do Brasil.

Além daquilo que a Bíblia ensina a respeito de Maria, a igreja foi acrescentando crenças acerca da pessoa de Maria. Os dogmas da perpétua virgindade (nunca teve relações sexuais mesmo depois do nascimento de Jesus), da maternidade de Deus (sendo mãe de Jesus Cristo, Maria é mãe de Deus), da concepção imaculada (era totalmente sem pecado até o nascimento de Jesus); ascensão de Maria (imaculada, foi levada para o céu de corpo e alma). Além desses dogmas, há certos ensinos populares a respeito de Maria: é a mãe de todos os crentes, mediadora entre os homens e Jesus, corredentora e rainha.

É evidente que todos esses ensinos colocam Maria em uma posição de quase divindade. Como resultado Maria se torna na prática essa aconchegante divindade maternal perante a qual homens e mulheres se aproximam sem temor.

Por causa de toda esta devoção a Maria, os cristãos evangélicos brasileiros, muitas vezes e de forma errada, adquiriram certa antipatia pela mãe de Jesus, tratando-a com indiferença ou demonstrando até episódios de violência com seus símbolos.

Qual destas atitudes está correta? Devemos amar ou odiar Maria? Devemos tê-la como Senhora e Mãe ou devemos ser indiferentes? Qual deve ser a atitude cristã para com Maria, a mãe de nosso Senhor Jesus Cristo? Afinal, quem foi Maria e o que isso nos diz respeito?

 

1 Maria é a mãe biológica do Senhor Jesus Cristo, cuja parte paterna para a concepção foi suprida milagrosamente pelo Espírito Santo.

Maria não foi simplesmente um ventre onde o Espírito Santo colocou o nosso Senhor Jesus para ser desenvolvido. A evidência bíblica é de que o óvulo de Maria foi fecundado pelo Espírito Santo de forma tal que Maria é realmente a mãe de nosso Senhor Jesus Cristo. Jesus nasceu da semente de Maria.

 

Mateus 1.18-25 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo. 19 Mas José, seu esposo, sendo justo e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente. 20 Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. 21 Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. 22 Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: 23 Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco). 24 Despertado José do sono, fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua mulher. 25 Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus.

Lucas 1.26-35 No sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado, da parte de Deus, para uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem desposada com certo homem da casa de Davi, cujo nome era José; a virgem chamava-se Maria. 28 E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Alegra-te, muito favorecida! O Senhor é contigo. 29 Ela, porém, ao ouvir esta palavra, perturbou-se muito e pôs-se a pensar no que significaria esta saudação. 30 Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante de Deus. 31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. 32 Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; 33 ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim. 34 Então, disse Maria ao anjo: Como será isto, pois não tenho relação com homem algum? 35 Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus.

 

2 Maria não permaneceu virgem após o nascimento de Jesus, mas teve filhos e filhas.

A afirmação de que Maria permaneceu virgem após a concepção de Cristo e durante o resto de sua vida não é verdadeira de acordo com a Bíblia. O argumento de que a palavra grega para irmãos pode se aplicar a primos vai contra o uso comum da palavra e contra a maioria dos pais da igreja que falam sobre os irmãos de Jesus como irmãos de fato.

 

Mateus 1.24-25 Despertado José do sono, fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua mulher. 25 Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus.

Lucas 8.19-21 Vieram ter com ele sua mãe e seus irmãos e não podiam aproximar-se por causa da concorrência de povo. 20 E lhe comunicaram: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem ver-te.

Mateus 13.55 Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas?

Marcos 6.3 Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele.

 

3 Jesus não tratava Maria com Distinção Espiritual e não concordou com quem o fez

Embora fosse obediente, desde cedo, Jesus deixou claro que seu relacionamento com Maria não era o relacionamento comum entre uma mãe e seu Filho. No caso dos dois o papel de autoridade estava invertido e Jesus era aquele quem deveria ser servido. O que vemos nas Escrituras, portanto, é que sempre que Maria quis colocar-se em uma posição de autoridade sobre Jesus, Jesus a impediu de fazê-lo e quando outros quiseram venerar [os seios de] Maria [é impressionante como isso ainda acontece nas pinturas], Jesus impediu. Nao havia lugar espiritual especial para Maria durante o ministério de Jesus. A evidência de Marcos (último texto) é que em certo momento do ministério de Jesus, Maria e seus irmãos quiseram impedi-lo de continuar sua obra.

 

Lucas 2.48-51 Logo que seus pais o viram, ficaram maravilhados; e sua mãe lhe disse: Filho, por que fizeste assim conosco? Teu pai e eu, aflitos, estamos à tua procura. 49 Ele lhes respondeu: Por que me procuráveis? Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai? 50 Não compreenderam, porém, as palavras que lhes dissera. 51 E desceu com eles para Nazaré; e era-lhes submisso. Sua mãe, porém, guardava todas estas coisas no coração.

Lucas 8.19-21 Vieram ter com ele sua mãe e seus irmãos e não podiam aproximar-se por causa da concorrência de povo. 20 E lhe comunicaram: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem ver-te. 21 Ele, porém, lhes respondeu: Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a praticam.

Lucas 11.27-28 Ora, aconteceu que, ao dizer Jesus estas palavras, uma mulher, que estava entre a multidão, exclamou e disse-lhe: Bem-aventurada aquela que te concebeu, e os seios que te amamentaram! 28 Ele, porém, respondeu: Antes, bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam!

João 2.1-12 Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galiléia, achando-se ali a mãe de Jesus.2 Jesus também foi convidado, com os seus discípulos, para o casamento. 3 Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm mais vinho. 4 Mas Jesus lhe disse: Mulher, que tenho eu contigo?[1] Ainda não é chegada a minha hora. 5 Então, ela falou aos serventes: Fazei tudo o que ele vos disser. 6 Estavam ali seis talhas de pedra, que os judeus usavam para as purificações, e cada uma levava duas ou três metretas. 7 Jesus lhes disse: Enchei de água as talhas. E eles as encheram totalmente. 8 Então, lhes determinou: Tirai agora e levai ao mestre-sala. Eles o fizeram. 9 Tendo o mestre-sala provado a água transformada em vinho (não sabendo donde viera, se bem que o sabiam os serventes que haviam tirado a água), chamou o noivo 10 e lhe disse: Todos costumam pôr primeiro o bom vinho e, quando já beberam fartamente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho até agora. 11 Com este, deu Jesus princípio a seus sinais em Caná da Galiléia; manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele. 12 Depois disto, desceu ele para Cafarnaum, com sua mãe, seus irmãos e seus discípulos; e ficaram ali não muitos dias.

Marcos 3.21, 31-35 E, quando os parentes de Jesus ouviram isto, saíram para o prender; porque diziam: Está fora de si… 31 Nisto, chegaram sua mãe e seus irmãos e, tendo ficado do lado de fora, mandaram chamá-lo. 32 Muita gente estava assentada ao redor dele e lhe disseram: Olha, tua mãe, teus irmãos e irmãs estão lá fora à tua procura. 33 Então, ele lhes respondeu, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos? 34 E, correndo o olhar pelos que estavam assentados ao redor, disse: Eis minha mãe e meus irmãos. 35 Portanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe.

 

 

4 Maria é um Grande Exemplo para todos os cristãos do mundo inteiro e deve ser honrada pelo papel que exerceu

Maria foi uma mulher comum, que recebeu graça especial da parte de Deus, tendo sido escolhida para gerar o Senhor Jesus Cristo. Ela foi fiel em sua missão e se torna um ótimo exemplo de fé, maternidade, pureza, submissão à vontade de Deus, louvor, obediência em meio ao sofrimento e de oração.

 

Exemplo de Submissão a Vontade de Deus

Maria era noiva de José quando anjo lhe apareceu. O noivado da época era com contrato e quebrá-lo tinha peso semelhante ao da quebra do casamento. A pena para adultério era a morte. Quem acreditaria em que a sua gravidez fora realizada com a participação do Espírito Santo? Apesar de todos os senões, Maria submeteu-se à vontade de Deus.

 

Lucas 1.38 Então, disse Maria: Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra. E o anjo se ausentou dela.

 

Exemplo de Jovem Pura antes do casamento

Tanto quanto hoje, os desejos sexuais certamente vinham aos jovens Maria e José. Embora já fosse noiva, ainda assim, Maria era um jovem virgem que estava se guardando para o seu marido e para a hora certa, depois do casamento.

 

Lucas 1.26 e 27 No sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado, da parte de Deus, para uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem desposada com certo homem da casa de Davi, cujo nome era José; a virgem chamava-se Maria.

 

Exemplo de Fé

Maria merece a nossa admiração, respeito e honra. Ela é um grande modelo de fé. Ela acreditou no inacreditável e por isso se tornou bendita, bem-aventurada e muito agraciada.

 

Lucas 1.42-45 E exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre! 43 E de onde me provém que me venha visitar a mãe do meu Senhor? 44 Pois, logo que me chegou aos ouvidos a voz da tua saudação, a criança estremeceu de alegria dentro de mim. 45 Bem-aventurada a que creu, porque serão cumpridas as palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor.

 

Exemplo de Louvor

À semelhança de Ana quando teve Samuel, Maria também canta um belo cântico de louvor a Deus depois da concepção de Jesus. Seu louvor a Deus é prova de sua fé. Mesmo senso a mãe do Salvador e Senhor do universo, Maria se manteve humilde. Mesmo entendendo ter um papel importante na aliança de Deus com Abraão, Maria se colocou na posição de serva.

 

Lucas 1.46-56 Então, disse Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, 47 e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador, 48 porque contemplou na humildade da sua serva. Pois, desde agora, todas as gerações me considerarão bem-aventurada, 49 porque o Poderoso me fez grandes coisas. Santo é o seu nome. 50 A sua misericórdia vai de geração em geração sobre os que o temem. 51 Agiu com o seu braço valorosamente; dispersou os que, no coração, alimentavam pensamentos soberbos. 52 Derribou do seu trono os poderosos e exaltou os humildes. 53 Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos. 54 Amparou a Israel, seu servo, a fim de lembrar-se da sua misericórdia 55 a favor de Abraão e de sua descendência, para sempre, como prometera aos nossos pais. 56 Maria permaneceu cerca de três meses com Isabel e voltou para casa.

 

Exemplo de obediência no Sofrimento

A vontade de Deus para Maria não incluía somente momentos alegres e vitórias aos olhos do mundo, mas também sofrimento e dor. Maria passou por estes com resignação e submissão à vontade soberana.

 

Lucas 2.28-35 Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: 29 Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; 30 porque os meus olhos já viram a tua salvação, 31 a qual preparaste diante de todos os povos: 32 luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel. 33 E estavam o pai e a mãe do menino admirados do que dele se dizia. 34 Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe do menino: Eis que este menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel e para ser alvo de contradição 35 (também uma espada traspassará a tua própria alma), para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.

João 19.25-27 E junto à cruz estavam a mãe de Jesus, e a irmã dela, e Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena. 26 Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu filho. 27 Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa.

 

Exemplo de Oração

A última vez que Maria aparece nas Escrituras é em Atos 1:14. Ela aparece junto com os seguidores de Jesus (mais uma entre eles), orando. Os apóstolos não falam dela em suas cartas.

 

Atos 1.14 Todos estes perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, com Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele.


Conclusão

De acordo com a Bíblia, portanto, qual deve ser a atitude cristã com relação à Maria?

Todos os cristãos devem ver em Maria um exemplo a ser seguido. Assim como admiramos Paulo e João, devemos admirar e honrar Maria, a mulher que Deus escolheu para ser a mãe de nosso Salvador Jesus Cristo. Devemos reconhecer a importância de Maria na história da redenção e as suas virtudes devem ser modelos para nós. Assim, todos os cristãos devem imitar Maria em sua pureza, submissão, fé, louvor e atitude de oração.

Por outro lado, nenhum cristão tem permissão para ir além do que a Bíblia ensina acerca de Maria. Ela não é uma intercessora, nem mediadora entre os homens e Cristo. Não é uma co-redentora, não é a nossa mãe, nem mãe da Igreja; Deus é Pai, Maria não é a mãe. Maria não é nossa Senhora, Jesus é o nosso Senhor. Ela não foi assunta aos céus, nem é rainha do universo. Maria não permaneceu virgem, nem sem pecados. Assim, portanto, Maria não deve ser venerada, nem cultuada, nem deve ser alvo das orações dos cristãos.

 

 

Eventos Relacionados à “Nossa Senhora de Aparecida”.

 

  • Diz a tradição que em 1717, uns pescadores estavam pescando às margens do Rio Paraíba do Sul, mas não conseguiam pegar nada.
  • Numa das arremessadas da rede, o pescador sentiu ter pego alguma coisa, para sua surpresa, veio à tona uma imagem de Maria, mas sem cabeça. A imagem, era feita de argila queimada no forno, por isso tinha um aspecto bem escuro.
  • Então o pescador lançou a rede de novo e conseguiu pegar a cabeça da imagem.
  • A pescaria continuou…
  • Após aparecida a imagem, foram tantos os peixes pegos que o barco quase afundou.
  • A imagem foi levada para a casa da mãe deste pescador e os peixes para o capitão da capitania de São Paulo e Minas Gerais que na época visitava a região de Guaratinguetá.
  • A família começou a rezar com imagem
  • Logo os amigos também tomaram o costume e, de vez em quando, diziam que a imagem havia realizado algum milagre.
  • O padre José Alves ficou sabendo de tal devoção e mandou construir uma capela para a imagem em Guarantinguetá, mas a imagem voltava sozinha para aquele pequeno povoado onde fora achada… Então o padre construiu uma capela naquele povoado.
  • A devoção era cada vez maior e pessoas foram se mudando para mais próximo da imagem, que já era alvo de muitas romarias.
  • Em 1894 foi criada a primeira basílica de Aparecida, a capela estava pequena para os romeiros e devotos
  • 8/set/1904 – a imagem ganhou a coroa de princesa Isabel e o manto.
  • 17/dez/1928 – o povoado que nasceu em volta da imagem transformou-se em município e levou o nome de Aparecida.
  • E, em 1929, nossa Senhora foi proclamada RAINHA DO BRASIL E SUA PADROEIRA OFICIAL, por determinação do Papa Pio XI
  • 11/nov/1955 – começa-se a construção do maior santuário mariano do mundo, o santuário Nacional.

 

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[1] Linguagem de desaprovação usada por Jesus: Mar 1:24 Que temos nós contigo, Jesus, nazareno?; Mar 5:7 e, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? conjuro-te por Deus que não me atormentes.; Mat 8:29 E eis que gritaram, dizendo: Que temos nós contigo, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?; Jdg 11:12 Depois Jefté enviou mensageiros ao rei dos amonitas, para lhe dizerem: Que há entre mim e ti, que vieste a mim para guerrear contra a minha terra?; 2Sa 16:10 Disse, porém, o rei: Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia? Por ele amaldiçoar e por lhe ter dito o Senhor: Amaldiçoa a Davi; quem dirá: Por que assim fizeste?; 1Ki 17:18 Então disse ela a Elias: Que tenho eu contigo, ó homem de Deus? Vieste tu a mim para trazeres à memória a minha iniqüidade, e matares meu filho?

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MORRA! (Lucas 9.23-24 e 14.26-27)

27/04/2016 by João Paulo Thomaz de Aquino

          Cristianismo é identificação com Jesus Cristo. Um discípulo não era um frequentador de igreja. Um discípulo não era alguém que simplesmente acreditava nas teorias do mestre. Discípulo no mundo antigo, era uma pessoa que passava a viver com o seu mestre, aprendendo constantemente dele, ouvindo as suas palavras e vendo as obras dele. O discípulo servia voluntariamente o seu mestre, tratando-o como seu senhor. Ser cristão é ser discípulo de Jesus, é andar atrás dele, imitando-o em suas palavras e obras, reproduzindo o caráter dele e assumindo os valores ensinados por ele.

Jesus era popular. Muitos queriam segui-lo, afinal, no mundo daquela época, ser discípulo de alguém famoso era como entrar numa universidade de renome em nossos dias. Era garantia de também se tornar importante no futuro. Mas os valores de Jesus eram diferentes. Em Lucas 9.23, a lição fundamental de discipulado é autonegação. O verdadeiro discípulo de Jesus nega suas vontades, planos, sonhos, tendência de buscar a própria honra e satisfação. Essa autonegação é tão radical, que Jesus a chamou de crucificação. Os ouvintes da época devem ter pensado que a metáfora era exagerada, até que viram o Senhor pendurado na cruz.

Sim, nós somos chamados a carregar a cruz, assim como os condenados, nus, desprovidos de qualquer honra própria carregavam sua cruz em direção à tortura mortal. Mas a cruz que nos é oferecida, não o é apenas para o final da vida, mas é uma cruz diária. É a morte diária das vontades pessoais, do desejo de ser servido em prol do servir ao outro. É a ânsia de receber trocada à duras penas pela atitude do dar. É o abandono violento do ‘eu’, do ‘meu’ e do ‘para mim’ a fim de servir a própria vida a Deus e ao próximo. É a disposição de assumir erros, pecados e fraquezas, arrepender-se e pedir perdão.

Aquele que tem nos punhos as marcas dos cravos e da lança no tronco, nos chama a tomar uma atitude de autocrucificação. Ele nos convida a colocarmos na cruz até mesmo o amor que temos por nossos familiares, à medida em que esse se transforma em idolatria e autopreservação (Lc 14.26). Pai, mãe, esposa, filhos, irmãos; todos devem estar abaixo do Senhor em nossa lista de amores. De maneira especial, a própria vida tem que ser colocada e tratada como algo de importância e valor secundários frente aos valores do céu. Se você não está disposto a suportar o peso da autonegação (cruz) não tem condições de ser discípulo dele. Jesus não está à procura de fãs, estudiosos, entusiastas ou amigos, Jesus nos convida a sermos seus discípulos e o seguirmos no caminho da autonegação e da cruz. Aquele que quiser preservar a própria vida, perdê-la-á. Aquele que ativamente perder a própria vida diariamente por Cristo, salvá-la-á. Jesus nos chama a segui-lo, mas ele quer seguidores que carreguem cruzes.

 

Tradução Própria e Estrutura

 

Lucas 9.23-24

9.23 Ἔλεγεν δὲ πρὸς πάντας,  (o convite é para todos)

….Εἴ τις θέλει ὀπίσω μου ἔρχεσθαι,  (a vontade aparece aqui é no v. 24)

……..ἀρνησάσθω ἑαυτὸν (imperativo aoristo)

……..καὶ ἀράτω τὸν σταυρὸν αὐτοῦ καθʼ ἡμέραν (imperativo aoristo)

……..καὶ ἀκολουθείτω μοι. (imperativo presente)

…………24 ὃς γὰρ ἂν θέλῃ τὴν ψυχὴν αὐτοῦ σῶσαι ἀπολέσει αὐτήν·

…………ὃς δʼ ἂν ἀπολέσῃ τὴν ψυχὴν αὐτοῦ ἕνεκεν ἐμοῦ οὗτος σώσει αὐτήν.

 

9.23 E ele disse a todos:

….”Se qualquer um está querendo atrás de mim vir,

……..negue a si mesmo

……..e pegue a cruz dele a cada dia

……..e esteja seguindo a mim.

…………9.24 Pois aquele que quiser a própria vida salvar, perdê-la-á.

…………Mas aquele, por outro lado, que perder a própria vida por minha causa, este a salvará”.

 

___________________________

 

Lucas 14.26-27

14.26 Εἴ τις ἔρχεται πρός με (dif. de 9.23, não fala da vontade de seguir, mas do seguir em si)

καὶ οὐ μισεῖ[1]

….τὸν πατέρα ἑαυτοῦ

….καὶ τὴν μητέρα

….καὶ τὴν γυναῖκα

….καὶ τὰ τέκνα

….καὶ τοὺς ἀδελφοὺς

….καὶ τὰς ἀδελφὰς

….ἔτι τε καὶ τὴν ψυχὴν ἑαυτοῦ, (existe uma introdução especial para falar sobre o ódio à própria alma)

……..οὐ δύναται εἶναί μου μαθητής.

14.27 ὅστις οὐ βαστάζει τὸν σταυρὸν ἑαυτοῦ (aqui temos uma estrutura de paralelismo com o v. anterior, cruz = “ódio”)

καὶ ἔρχεται ὀπίσω μου,

……..οὐ δύναται εἶναί μου μαθητής. (já segue, mas não leva a cruz, não pode continuar sendo discípulo!)

 

14.26 Se alguém vier atrás de mim

e não deixa de preferir [odeia]

….ao seu pai

….e a mãe,

….e a esposa,

….e os filhos

….e os irmãos,

….e as irmãs

….e até mesmo a sua própria vida,

……..não é capaz de ser meu discípulo.

14.27 Qualquer um que não suporta o peso de sua cruz

e vem após mim,

……..não é capaz de ser meu discípulo.

 

__________________________________

[1] to be disinclined to, disfavor, disregard in contrast to preferential treatment. William Arndt, Frederick W. Danker, and Walter Bauer, A Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature (Chicago: University of Chicago Press, 2000), 653.

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Resenha: Habitando o Deus Cruciforme (Inhabiting the Cruciform God)

21/04/2016 by João Paulo Thomaz de Aquino

Michael J. Gorman, Inhabiting the Cruciform God: Kenosis, Justification, and Theosis in Paul’s Narrative Soteriology (Grand Rapids: William B. Eerdmans Pub. Co., 2009).

 

Michael J. Gorman é membro da denominação americana Metodista Unida e estudioso do Novo Testamento. Atualmente ocupa a cadeira Raymond E. Brown em estudos bíblicos e teológicos na St. Mary Seminary and University, uma universidade católica na cidade de Baltimore, no estado americano de Maryland. É possível seguir o trabalho de Gorman por meio de seu website, em michaeljgorman.net.

O objetivo dessa resenha, mais do que apresentar o livro todo, é interagir com as duas teses principais de Inhabiting the Cruciform God [Habitando o Deus Cruciforme] (versão logos). Este livro dá continuidade ao projeto anterior de Gorman, Cruciformity: Paul’s Narrative Spirituality of the Cross [Cruciformidade: A Espiritualidade Narrativa Paulina da Cruz] (versão logos). A tese principal de Gorman é que “Teose é uma participação transformadora no caráter kenótico e cruciforme de Deus, por meio de uma conformidade ao Cristo encarnado, crucificado e ressurreto/glorificado, conformidade esta promovida pelo Espírito”.[1] (p. 7, 125, 162).

Gorman apresenta os seguintes argumentos a fim de defender sua tese principal: (1) Filipenses 2.6-11 é a história-modelo de Paulo (p. 12-13); (2) o versículo 6 traz em si tanto a ideia de “embora subsistindo em forma de Deus” quanto “visto que ele subsistia em forma de Deus”; (3) a auto-humilhação de Cristo vai contra a percepção humana comum de divindade, mas não contra a verdadeira divindade: “Deus, devemos dizer, é essencialmente kenótico e, portanto, essencialmente cruciforme. A kenose, portanto, não significa que Cristo se esvaziou de sua divindade (ou de outra coisa qualquer), mas, em vez disso, ela é o exercício que Cristo fez de sua divindade, sua igualdade com Deus” (p. 28).

Não é possível defender o primeiro argumento de Gorman, pois no próprio texto de Filipenses 2 o hino não é central, mas uma ilustração ética sobre auto-humilhação e a consequente exaltação da parte de Deus. Não é possível defender com sucesso que essa perícope importante e teologicamente rica seja o centro da carta de Filipenses, muito menos de toda a teologia paulina. O segundo argumento não se sustenta pois o ἀλλὰ de Fp 2.7 claramente se aplica a ambas sentenças do versículo 6 (ὃς ἐν μορφῇ θεοῦ ὑπάρχων e οὐχ ἁρπαγμὸν ἡγήσατο τὸ εἶναι ἴσα θεῷ). A defesa de Gorman do significado duplo de ὑπάρχων (embora e visto que) baseado em outras passagens de Paulo que usam a mesma estrutura (embora/visto que [x] não[y], mas[z]) é muito interessante, mas não se sustenta.

O terceiro argumento é o mais importante para a tese de Gorman e, penso eu, o mais falacioso. Ele atribui à essência de Deus o atributo da humildade, que ele chama de cruciformidade ou kenose. Eu penso que essa é uma concepção seriamente errada pelos seguintes argumentos:

  • O fato de que o texto apresenta Cristo reassumindo uma posição gloriosa depois de sua humilhação é evidência de que o “estado normal” para Cristo é a glória em vez da kenose. Paulo apresenta a kenose como o absurdo da encarnação.
  • Ser amaldiçoado (cruciformidade) não é um atributo essencial de Deus e isso é facilmente demonstrado em ambos os testamentos. Mesmo em Filipenses é possível ver que a glória é sempre apresentada como uma característica essencial de Deus (1.11; 2.11; 3.21; 4.19-20). Isaías 40—55 e Hebreus (textos citados pelo autor como apresentando essa característica servil kenótica de Deus) apresentam de forma clara a distinção hipostática e econômica entre Deus Pai e seu Filho, Jesus Cristo. Embora não exista uma revelação melhor do Pai do que a pessoa divino-humana de Jesus Cristo, também existem diferenças entre eles, e Gorman, entendo, confunde isso.
  • “O Deus contraintuitivo revelado em Jesus Cristo é kenótico e cruciforme, é o eterno vulnerável, Aquele que doa a si mesmo, o Deus de poder-em-fraqueza” (p. 32). Essa afirmação de Gorman lembra a teologia do processo, o teísmo aberto, a teologia relacional e a “teologia da Cabana”. Todas essas teologias fazem uma caricatura de Deus quando maximizam um dos atributos dele em detrimento dos outros. Eu penso que esse livro faz o mesmo com a pessoa de Cristo e, então, aplica tal caricatura a Deus. O Jesus que encontramos discutindo com os fariseus e o Leão-Cordeiro poderoso de Apocalipse não se encaixam com esse Cristo “eterno vulnerável” apresentado por Gorman.

 

Além de redefinir a Deus, Gorman também apresenta uma nova definição para a doutrina paulina da justificação, a segunda tese principal do livro. Ele diz que “Justificação é o estabelecimento ou a restauração das relações pactuais corretas – fidelidade a Deus e amor ao próximo – por meio da graça de Deus na morte de Cristo e a nossa co-crucificação com ele. Justificação, portanto, significa co-ressurreição com Cristo para uma nova vida dentro do povo de Deus e uma certa esperança para absolvição/vindicação, e assim ressurreição para uma vida eterna, no dia do julgamento” (85-86, 163-164).

Os argumentos que sustentam a concepção de Gorman de justificação são os seguintes: (1) “a lei exige uma guarda da aliança tanto horizontal quanto vertical” (p. 48); (2) em Paulo existe uma distinção entre pecado e pecados, o primeiro sendo o poder do qual as pessoas precisam ser libertas e o segundo se referindo às ações pelas quais o pecador precisa de perdão; (3) a justificação tem quatro aspectos: teológico, pactual, legal e escatológico; (4) a forma correta de ler a expressão pistis Christou em Paulo é fidelidade de Cristo em vez de fé em Cristo; (5) a morte de Cristo compreende um ato de fidelidade para com Deus e amor para com o próximo; (6) “fé é co-crucificação com Cristo; fé é uma experiência de morrer” (p. 63). (7) Romanos 6.1—7.6 apresenta não os resultados da justificação pela fé, mas a mesma redefinição de justificação de Gálatas 2.

Não é a nossa intenção aqui interagir com todos esses argumentos, então, proponho uma crítica geral. A tendência de Gorman de fazer tudo a mesma coisa (teose, participação, cruciformidade, justificação, santificação, fé e amor) vai contra o método científico comum de dissecar para entender. É evidente que os diversos aspectos da soteriologia paulina são intimamente relacionados, mas o próprio Paulo usa termos e conceitos diferentes para tornar mais claros certos aspectos de seu sistema e nós devemos seguir o exemplo do apóstolo. Também não penso ser correto escolher somente as cartas não disputadas e, dentre essas, somente algumas passagens em Filipenses, Gálatas e Romanos e, a partir de uma amostragem tão pequena, tentar redefinir e ajuntar conceitos que Paulo utiliza de forma distinta para compor seu complexo sistema soteriológico. Ainda assim, alguns aspectos da justificação apresentados por Gorman merecem maior consideração, especialmente no que tange à aliança.

No capítulo 3, Gorman apresenta a sua visão sobre santificação como uma conformação à cruciformidade de Deus em Cristo e no último capítulo propõe que a conformação a Deus implica em uma atitude de não-violência.

Apesar das críticas acima, o livro de Gorman deve ser lido por estudiosos da teologia paulina e aqueles interessados em soteriologia ou discussões avançadas em ética cristã. O livro é suscinto, criativo, provocativo, bem pesquisado e tem méritos do ponto de vista devocional. Acredito que o autor não convence em suas teses principais sobre teose e justificação, mas ainda assim recomendo-o por sua forma prática e contagiante de pensar teologia.

 

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[1] Gorman resume a teologia de Paulo como “uma soteriologia narrativa, habilitada pelo Espirito, de identificação completa com e participação no Deus revelado pelo Cristo crucificado, de forma que o evangelho de Deus reconciliando o mundo em Cristo também se torna a história do povo de Deus justificado, santo e dirigido pelo Espírito no mundo” (p. 8).

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