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Estudando Teologia no Livro dos Salmos: Lição 4 – Homem: Fruto do Acaso ou Coisa Melhor (Salmo 8)

Chegamos com esta à quarta lição do nosso mini-curso. Na linguagem da Teologia Sistemática, já estudamos brevemente a Doutrina da Revelação (Prolegômenos à Teologia) e a Teontologia, ou seja, o estudo do ser de Deus (Atributos, Criação e Providência). Nesta lição estudaremos brevemente a respeito do homem, ou seja, abordaremos a visão bíblica a respeito da antropologia.

Salmos 84:5,12 Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração se encontram os caminhos aplanados, 12 Ó SENHOR dos Exércitos, feliz o homem que em ti confia.

Boa lição!

 

Lição 4

Quem ou o que somos?

 

Texto base: Salmo 8

Quem é você e qual é o teu objetivo neste mundo? Esta é uma pergunta muito ‘batida’, mas ao mesmo tempo muito atual. Somos indivíduos ou sistemas, pessoas ou máquinas, coisas reais ou imaginárias? Se nos desenvolvemos a partir de um evento sem planejamento, qual é o nosso motivo de existência? Qual é a nossa razão de ser? Quem define certo e errado?

Uma das áreas mais afetadas pelas filosofias e ciências de nossa época é a antropologia, o estudo do homem. Filmes mostram lutas homéricas do homem com a máquina onde o homem tenta confirmar seu sentido, sua razão de ser. As novelas mostram uma moralidade animalesca e o behaviorismo confirma “cientificamente” que somos somente animais melhorados. As crianças desde cedo aprendem o baixíssimo valor da vida humana e se dessensibilizam matando e morrendo nos jogos sangrentos.

Problemas de auto-imagem e do ego se multiplicam: distúrbios da auto-estima, bulimia, anorexia, distúrbio do narcisismo, culpa, depressão, codependência, ansiedade, crise da meia idade… Quem ou o que somos? Para que servimos neste mundo?

Há duas opções com relação a estas perguntas: o mar de teorias pseudo-científicas não confiáveis que leva ao existencialismo e ao niilismo ou o porto seguro da Palavra de Deus, o manual do Criador. Se há um Criador, tudo faz sentido, se não há, nada faz sentido.

O Salmo 8 tem as respostas antropológicas que procuramos.

1 Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome!
Pois expuseste nos céus a tua majestade.
2 Da boca de pequeninos e crianças de peito suscitaste força,
por causa dos teus adversários,
para fazeres emudecer o inimigo e o vingador.
3 Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos,
e a lua e as estrelas que estabeleceste,
4 que é o homem, que dele te lembres
E o filho do homem, que o visites?

O Salmo começa e termina com as mesmas palavras. Por isso tomaremos a liberdade de analisá-las somente ao final do salmo. Assim, começamos nossa análise no versículo 3. Apenas como um exercício de imaginação, penso em Davi deitado no chão de noite contemplando os céus, reparando na grandeza do firmamento, vendo as estrelas e quem sabe tentando contá-las. De repente ele olha para a lua cheia, amarelada; pensa nas suas fases, na sua influência sobre a terra e na sua luz. Davi está contemplando tudo isso até que de súbito ele pensa na sua pequenez comparada à grandeza do universo. Você não se sente um pouco assim ao saber que existem 200 bilhões de estrelas somente em nossa galáxia (às vezes explodindo, movimentando-se e gerando cores e sons) e que existem algumas bilhões de galáxias?

Quando estudamos a grandeza e sublimidade deste universo que proclama a glória de Deus é inevitável não pensarmos na nossa pequenez. Aconteceu assim com Isaías (Isaías 6), com Pedro (Lucas 5.5-8) e com Davi: “O que é o homem para que dele te lembres?

As respostas das filosofias de nossa época para o significado do ser humano são as seguintes (extraídas do ótimo livro O Universo ao Lado de James Sire):

  • Deísmo: Os seres humanos, embora pessoais, fazem parte da mecânica do universo.
  • Naturalismo: Os seres humanos são máquinas complexas; a personalidade é uma inter-relação de propriedades químicas e físicas que ainda não entendemos completamente. Apesar disso, nossas inteligência, sofisticação cultural e ética exclusivas nos tornam valiosos
  • Niilismo: Os seres humanos são máquinas conscientes sem a habilidade de controlar seus próprios destinos ou de fazer algo significativo; portanto, os seres humanos (como seres de valor) estão mortos. Um ser humano é peça da maquinaria, um brinquedo de forças cósmicas impessoais. A autoconsciência é apenas um epifenômeno, ela é apenas parte da maquinaria olhando para si mesma.
  • Existencialismo Ateísta: Para os seres humanos, somente a existência precede a essência; as pessoas fazem de si mesmas o que elas são. Somos os únicos seres no universo que tem consciência e autodeterminação […] podemos ter sentido e valor.
  • Existencialismo Teísta: Os seres humanos são seres pessoais que, quando chegam à consciência plena, descobrem a si mesmos num universo alienado; se Deus existe ou não, é uma questão difícil e deve ser resolvida não pela razão, mas pela fé.
  • Hinduísmo: Atma é Brama, isto é, a alma de cada um e de todo ser humano é a Alma do cosmo. Perceber a unicidade de alguém com o cosmo é ultrapassar a personalidade.
  • Zen-budismo: Uma pessoa individual é uma alma (Atma) e, assim, tem realidade substancial (espiritual, não material), porque é uma emanação do Brama (a própria realidade). Cada pessoa é um agregado de pessoas anteriores.
  • Nova Era: Qualquer que seja a natureza do ser (ideia ou matéria, energia ou partícula), o eu é a mola mestra – a realidade primeira. Como os seres humanos crescem em sua consciência e se agarram a esse fato, a raça humana está no limiar de uma mudança radical em sua natureza; mesmo agora vemos os arautos da humanidade transformada em protótipos da Nova Era. O eu (a alma, a essência central e integrada de cada pessoa) é a realidade primeira.

Voltemos a nossa pergunta para o Criador do homem: “Que é o homem para que dele te lembres?”.

5 Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus
e de glória e de honra o coroaste.
6 Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão
e sob seus pés tudo lhe puseste:
7 ovelhas e bois, todos, e também os animais do campo;
8 as aves do céu, e os peixes do mar,
e tudo o que percorre as sendas dos mares.

Podemos chamar este salmo de o hino do humanismo cristão! O homem tem valor! O homem tem significado! O homem tem uma origem gloriosa e uma razão de ser! O significado do homem repousa sobre o fato de que o homem foi feito por Deus e diferentemente das demais criaturas, foi feito por um pouco menor do que Deus! Neste ponto temos que fazer uma pergunta sincera: Será que Davi não exagerou aqui?

Se atentarmos para tudo que Davi fala em diante fica mais fácil de entender que Davi estava falando primariamente do ponto de vista funcional e não com relação à nossa natureza. Fomos feitos por um pouco menores do que Deus no sentido de que ele nos fez e nos coroou de glória e de honra. Deus nos fez para reinar, dominar e governar! E é exatamente isto que vemos logo em seguida no salmo.

Deus fez o ser humano no último dia da Criação e deu a ele domínio sobre todas as coisas que foram criadas antes dele. A honra e valor do homem estão, especialmente, no fato de que o ser humano foi feito à imagem e semelhança de Deus, recebeu de Deus alguns de Seus atributos (pessoalidade, bondade, sabedoria, capacidade de se relacionar etc.) e foi colocado neste mundo como a principal obra de Deus, responsável por conhecer (dar nomes de Gn 2.19), dominar (Gn 1.28) e desenvolver (cultivar e guardar de Gn 2.15) toda a Criação de Deus.

Nosso valor não está no fato de que o Espírito Santo se move em nós (como dizia o cântico já antigo), mas em nossa origem gloriosa e funções dadas por Deus. Como imagem de Deus, devemos realmente espelhar Seus atributos para aqueles que se relacionam conosco. Quem tem contato com um cristão deveria ser impactado por conhecer mais a Deus por seu intermédio. Com isto em mente, damos uma definição preliminar do homem: O homem é uma criatura de Deus, feita à sua imagem e semelhança, para se relacionar com Deus em obediência, com seus semelhantes em amor e auxílio mútuo e com as demais criaturas em domínio (Gn 1-2).

Agora, podemos nos voltar para os versículos 1-2 e 9:

 

9 Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome!

Após considerar a grandeza do homem – criatura de Deus feita um pouco menor do que Ele, coroado de honra e glória e com domínio sobre todas as coisas – Davi volta ao seu tema principal com o qual Ele começa e termina o Salmo: “Yahweh, Senhor nosso, quão majestoso em toda a terra é o teu nome”.

Pensar sobre o céu estrelado fez o salmista louvar o Criador dos céus, pensar no homem feito à imagem e semelhança de Deus, fez o salmista louvar o nome do Criador do homem. O que é o homem? É a mais sublime das criaturas de Deus e a única feita à sua imagem. Para que serve o homem? Para dominar e preservar toda a criação, viver em amor com seus semelhantes, em obediência a Deus e, em fazendo isso, ser o maior agente da publicação da glória de Deus neste mundo.

Tendo uma concepção antropológica como esta conseguimos desafiar e vencer os distúrbios de auto-estima, bulimia, anorexia, complexo do narcisismo, culpa, depressão, codependência, ansiedade, crise da meia idade etc., pois sabemos que temos um alto valor e uma importante razão de ser. Há razão de ser para a humanidade, ela foi feita para a glória de Deus. Há motivo de nos sentirmos amados, pois o Senhor do Universo nos fez à sua própria imagem e por meio de seu Filho unigênito nos oferece o privilégio de sermos adotados como seus filhos. Nós somos seres humanos valorosos pois fomos feitos por um Deus cheio de glória, poder e honra. “Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome!”

 

Oração: Ó Senhor, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome. Tu és o poderoso Criador de todas as coisas. Mesmo sendo auto-suficiente, fizeste o ser humano como a mais gloriosa de tuas criaturas e deste-lhe domínio sobre toda a tua Criação. Deste-nos o privilégio de existir para manifestar a tua glória em tudo o que fazemos e assim queremos viver. Obrigado por ter-nos feito de forma tão pessoal, com o privilégio da tua imagem e com propósito tão honroso. Em nome de Jesus, o perfeito ser humano, amém.

 

Leituras Sugeridas para a Semana

1º Dia: Gênesis 1.26-31 (A criação especial do homem)
2º Dia: Gênesis 2 (O cuidado de Deus na Criação do Homem)
3º Dia: Salmo 139 (O cuidado pessoal de Deus na criação de cada homem)
4º Dia: Salmo 17 (Eu me satisfarei com a tua semelhança)
5º Dia: Lucas 2 (Jesus assumiu verdadeira e completa natureza humana)
6º Dia: 1Timóteo 2.1-8 (O dever de orar por todos os seres humanos)

 

Textos Sugeridos para a Semana

Gênesis 1.26-31 Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. 27 Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. 28 E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra. 29 E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento. 30 E a todos os animais da terra, e a todas as aves dos céus, e a todos os répteis da terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes será para mantimento. E assim se fez. 31 Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia.

Gênesis 2.1-25 Assim, pois, foram acabados os céus e a terra e todo o seu exército. 2 E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito. 3 E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera. 4 Esta é a gênese dos céus e da terra quando foram criados, quando o SENHOR Deus os criou. 5 Não havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois ainda nenhuma erva do campo havia brotado; porque o SENHOR Deus não fizera chover sobre a terra, e também não havia homem para lavrar o solo. 6 Mas uma neblina subia da terra e regava toda a superfície do solo. 7 Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente. 8 E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, na direção do Oriente, e pôs nele o homem que havia formado. 9 Do solo fez o SENHOR Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal. 10 E saía um rio do Éden para regar o jardim e dali se dividia, repartindo-se em quatro braços. 11 O primeiro chama-se Pisom; é o que rodeia a terra de Havilá, onde há ouro. 12 O ouro dessa terra é bom; também se encontram lá o bdélio e a pedra de ônix. 13 O segundo rio chama-se Giom; é o que circunda a terra de Cuxe. 14 O nome do terceiro rio é Tigre; é o que corre pelo oriente da Assíria. E o quarto é o Eufrates. 15 Tomou, pois, o SENHOR Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar. 16 E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, 17 mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás. 18 Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea. 19 Havendo, pois, o SENHOR Deus formado da terra todos os animais do campo e todas as aves dos céus, trouxe-os ao homem, para ver como este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a todos os seres viventes, esse seria o nome deles. 20 Deu nome o homem a todos os animais domésticos, às aves dos céus e a todos os animais selváticos; para o homem, todavia, não se achava uma auxiliadora que lhe fosse idônea. 21 Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. 22 E a costela que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe. 23 E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada. 24 Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne. 25 Ora, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam.

Salmo 139.1-24 SENHOR, tu me sondas e me conheces. 2 Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos. 3 Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos. 4 Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, SENHOR, já a conheces toda. 5 Tu me cercas por trás e por diante e sobre mim pões a mão. 6 Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é sobremodo elevado, não o posso atingir. 7 Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? 8 Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; 9 se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, 10 ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá. 11 Se eu digo: as trevas, com efeito, me encobrirão, e a luz ao redor de mim se fará noite, 12 até as próprias trevas não te serão escuras: as trevas e a luz são a mesma coisa. 13 Pois tu formaste o meu interior tu me teceste no seio de minha mãe. 14 Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem; 15 os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. 16 Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda. 17 Que preciosos para mim, ó Deus, são os teus pensamentos! E como é grande a soma deles! 18 Se os contasse, excedem os grãos de areia; contaria, contaria, sem jamais chegar ao fim. 19 Tomara, ó Deus, desses cabo do perverso; apartai-vos, pois, de mim, homens de sangue. 20 Eles se rebelam insidiosamente contra ti e como teus inimigos falam malícia. 21 Não aborreço eu, SENHOR, os que te aborrecem? E não abomino os que contra ti se levantam? 22 Aborreço-os com ódio consumado; para mim são inimigos de fato. 23 Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; 24 vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno.

Salmo 17.1-15 Ouve, SENHOR, a causa justa, atende ao meu clamor, dá ouvidos à minha oração, que procede de lábios não fraudulentos. 2 Baixe de tua presença o julgamento a meu respeito; os teus olhos vêem com eqüidade. 3 Sondas-me o coração, de noite me visitas, provas-me no fogo e iniqüidade nenhuma encontras em mim; a minha boca não transgride. 4 Quanto às ações dos homens, pela palavra dos teus lábios, eu me tenho guardado dos caminhos do violento. 5 Os meus passos se afizeram às tuas veredas, os meus pés não resvalaram. 6 Eu te invoco, ó Deus, pois tu me respondes; inclina-me os ouvidos e acode às minhas palavras. 7 Mostra as maravilhas da tua bondade, ó Salvador dos que à tua destra buscam refúgio dos que se levantam contra eles. 8 Guarda-me como a menina dos olhos, esconde-me à sombra das tuas asas, 9 dos perversos que me oprimem, inimigos que me assediam de morte. 10 Insensíveis, cerram o coração, falam com lábios insolentes; 11 andam agora cercando os nossos passos e fixam em nós os olhos para nos deitar por terra. 12 Parecem-se com o leão, ávido por sua presa, ou o leãozinho, que espreita de emboscada. 13 Levanta-te, SENHOR, defronta-os, arrasa-os; livra do ímpio a minha alma com a tua espada, 14 com a tua mão, SENHOR, dos homens mundanos, cujo quinhão é desta vida e cujo ventre tu enches dos teus tesouros; os quais se fartam de filhos e o que lhes sobra deixam aos seus pequeninos. 15 Eu, porém, na justiça contemplarei a tua face; quando acordar, eu me satisfarei com a tua semelhança.

Lucas 2.1-52 Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do império para recensear-se. 2 Este, o primeiro recenseamento, foi feito quando Quirino era governador da Síria. 3 Todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. 4 José também subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, para a Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi, 5 a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. 6 Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias, 7 e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou -o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. 8 Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite. 9 E um anjo do Senhor desceu aonde eles estavam, e a glória do Senhor brilhou ao redor deles; e ficaram tomados de grande temor. 10 O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: 11 é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. 12 E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura. 13 E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: 14 Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem. 15 E, ausentando-se deles os anjos para o céu, diziam os pastores uns aos outros: Vamos até Belém e vejamos os acontecimentos que o Senhor nos deu a conhecer. 16 Foram apressadamente e acharam Maria e José e a criança deitada na manjedoura. 17 E, vendo -o, divulgaram o que lhes tinha sido dito a respeito deste menino. 18 Todos os que ouviram se admiraram das coisas referidas pelos pastores. 19 Maria, porém, guardava todas estas palavras, meditando-as no coração. 20 Voltaram, então, os pastores glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes fora anunciado. 21 Completados oito dias para ser circuncidado o menino, deram-lhe o nome de JESUS, como lhe chamara o anjo, antes de ser concebido. 22 Passados os dias da purificação deles segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor, 23 conforme o que está escrito na Lei do Senhor: Todo primogênito ao Senhor será consagrado; 24 e para oferecer um sacrifício, segundo o que está escrito na referida Lei: Um par de rolas ou dois pombinhos. 25 Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão; homem este justo e piedoso que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. 26 Revelara-lhe o Espírito Santo que não passaria pela morte antes de ver o Cristo do Senhor. 27 Movido pelo Espírito, foi ao templo; e, quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazerem com ele o que a Lei ordenava, 28 Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: 29 Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; 30 porque os meus olhos já viram a tua salvação, 31 a qual preparaste diante de todos os povos: 32 luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel. 33 E estavam o pai e a mãe do menino admirados do que dele se dizia. 34 Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe do menino: Eis que este menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel e para ser alvo de contradição 35 (também uma espada traspassará a tua própria alma), para que se manifestem os pensamentos de muitos corações. 36 Havia uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser, avançada em dias, que vivera com seu marido sete anos desde que se casara 37 e que era viúva de oitenta e quatro anos. Esta não deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e orações. 38 E, chegando naquela hora, dava graças a Deus e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém. 39 Cumpridas todas as ordenanças segundo a Lei do Senhor, voltaram para a Galiléia, para a sua cidade de Nazaré. 40 Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele. 41 Ora, anualmente iam seus pais a Jerusalém, para a Festa da Páscoa. 42 Quando ele atingiu os doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa. 43 Terminados os dias da festa, ao regressarem, permaneceu o menino Jesus em Jerusalém, sem que seus pais o soubessem. 44 Pensando, porém, estar ele entre os companheiros de viagem, foram caminho de um dia e, então, passaram a procurá-lo entre os parentes e os conhecidos; 45 e, não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém à sua procura. 46 Três dias depois, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. 47 E todos os que o ouviam muito se admiravam da sua inteligência e das suas respostas. 48 Logo que seus pais o viram, ficaram maravilhados; e sua mãe lhe disse: Filho, por que fizeste assim conosco? Teu pai e eu, aflitos, estamos à tua procura. 49 Ele lhes respondeu: Por que me procuráveis? Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai? 50 Não compreenderam, porém, as palavras que lhes dissera. 51 E desceu com eles para Nazaré; e era-lhes submisso. Sua mãe, porém, guardava todas estas coisas no coração. 52 E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens.

1Timóteo 2.1-8 Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, 2 em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito. 3 Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, 4 o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. 5 Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, 6 o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos. 7 Para isto fui designado pregador e apóstolo (afirmo a verdade, não minto), mestre dos gentios na fé e na verdade. 8 Quero, portanto, que os varões orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira e sem animosidade.

Criado por
João Paulo Thomaz de Aquino
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