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Estudando Teologia no Livro dos Salmos: Lição 5 – Porque não sou o que deveria ser? (Salmo 51)

Na última lição tratamos sobre alguns aspectos da antropologia bíblica, o fato de que o ser humano foi criado semelhante à Deus e que ele recebeu domínio sobre toda a criação. Nesta lição vamos continuar tratando sobre o ser humano. Vamos ver o outro lado da maravilha que vimos na última lição. Um bom tema bíblico para nossa lição poderia ser: “Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias.” (Eclesiastes 7.29). Outro texto que expressa bem o que veremos é o Salmo 143.1-2: Atende, SENHOR, a minha oração, dá ouvidos às minhas súplicas. Responde-me, segundo a tua fidelidade, segundo a tua justiça. 2 Não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não há justo nenhum vivente.

 

 

Lição 5

Por que não faço o bem que quero?

 

Texto base: Salmo 51

 

Na última lição definimos o ser humano como uma criatura de Deus, feita à sua imagem e semelhança, para se relacionar com Deus em obediência, com seus semelhantes em amor e auxílio mútuo e com as demais criaturas em domínio. Concluímos dizendo: “Mas esta não é toda a história…”.

Aquela não é história completa porque o homem não manteve o seu primeiro estado de pureza, mas em vez disto, quebrou cada um dos relacionamentos que Deus havia ordenado: o homem desobedeceu a Deus (Gn 3.6), a mulher auxiliou a pecar (Gn 3.6), o homem que deveria amar e defender a sua esposa a acusou (Gn 3.12) e a criação que deveria ser dominada pelo ser humano, o dominou (Gn 3.1-6). Como consequência, a morte (separação) entrou em cada um dos relacionamentos do homem e também, no tempo próprio, o fez voltar ao pó da terra. A história do ser humano é uma história com um começo glorioso e uma continuação trágica. É a história do pecado, a história da morte. Agora, podemos completar a definição:

O homem é uma criatura de Deus, feita à sua imagem e semelhança, para se relacionar com Deus em obediência com seus semelhantes em amor e auxílio mútuo e com as demais criaturas em domínio (Gn 1-2). Submetido a um teste, e tendo escolhido pecar, o homem caiu de seu primeiro estado, esfacelando profundamente a imagem de Deus (crise de identidade) e tornando-se morto em seus relacionamentos com Deus (crise espiritual), com seus iguais (crise dos relacionamentos interpessoais) e com as demais coisas criadas (crise funcional) e necessitando da graça de Deus para ser restaurado ao seu primeiro estado (Gn 3-4).

O Salmo 51 é um salmo riquíssimo que trata dessa triste faceta da raça humana, o pecado. O Salmo 51 tem o seguinte título: “Para o mestre de música. Salmo de Davi. Escrito quando o profeta Natã veio falar com Davi, depois que este cometeu adultério com Bate-Seba”. Para bem entendermos o salmo, precisamos retornar à história conforme narrada por Samuel (capítulo 11) e lembrar dos pontos principais:

  • Davi estava em casa no “tempo em que os reis costumavam sair para a guerra” (2Sm 11.1).
  • Davi levantou-se da cama no meio da “tarde” (2Sm 11.2).
  • O pecado de Davi, como o de Eva, também começou pelos os olhos, quando Davi olhou para uma mulher que estava tomando banho (2Sm 11.2, veja também: Gn 3.6; Js 7.21; Jó 31.1; Mt 6.22-23; Tg 1.14-15).
  • Sendo cada vez mais agravado, o adultério através do olhar cobiçoso (Mateus 5.28), transformou-se em adultério consumado. Este, por sua vez, no pecado de tentar esconder o que fizera (dando um jeito de Urias deitar-se com sua esposa). E, finalmente, Davi peca assassinando Urias pelas mãos dos flecheiros da cidade de Rabá.
  • Urias, o heteu, era um dos valentes de Davi (2Sm 23.39)
  • Davi ficou nesta situação de pecado por pelo menos nove meses, já que seu filho com Bate Sabe chegou a nascer (2Sm 11.27)
  • O que Davi fez foi mal aos olhos do Senhor.
  • Só depois de todo este tempo é que o profeta Natã foi falar com o rei Davi, contando-lhe a parábola do homem que tinha apenas uma ovelha de estimação, que foi cozida por um homem rico e cheio de ovelhas.
  • Davi se enfurece contra tal homem rico e afirma que ele deveria morrer! Então, Natã aplica a parábola: Tu és o homem! Nata anuncia as conseqüências do seu pecado: 1) a espada não se apartará da tua casa; 2) alguém possuirá suas mulheres à vista de todos; 3) o filho que nasceu morrerá.

É neste contexto, de arrependimento (após nove meses de letargia espiritual) que Davi escreve o Salmo 51, uma das mais belas orações de contrição já proferidas:

1 Tem misericórdia de mim, ó Deus, por teu amor;
por tua grande compaixão apaga as minhas transgressões.
2 Lava-me de toda a minha culpa
e purifica-me do meu pecado.

Lutero afirmou que neste salmo a doutrina da verdadeira penitência é colocada diante de nós. O Salmo começa com um intenso pedido de misericórdia e admissão de culpa. Os pedidos do salmista são: tem misericórdia de mim, apaga as minhas transgressões, lava-me de toda a minha culpa e purifica-me do meu pecado. O salmista reconhece a si mesmo como um pecador e alguém que é culpado por transgressões e pecados. Davi reconhece também que somente a misericórdia, o amor e a graça divinos é que podem restaurar seu relacionamento com Deus. Ele sabe que ele não tem nada para oferecer a Deus e, assim, é totalmente dependente da bondade divina. Davi reconhece que está sujo e impuro e, por isso clama: lava-me, purifica-me.

3 Pois eu mesmo reconheço as minhas transgressões,
e o meu pecado sempre me persegue.
4 Contra ti, só contra ti, pequei
e fiz o que tu reprovas,
de modo que justa é a tua sentença
e tens razão em condenar-me.

O penitente Davi, após 9 meses, reconhece as suas transgressões e agora, o seu pecado o acompanha por onde quer que vá. Quantos de nos já não sentimos isto?! O pecado não confessado envelhece os ossos, faz gemer, oprime e seca o vigor (Salmo 32.3-4). Davi sentia-se assim. No verso 4 temos algo difícil de entender: após cometer adultério e assassinar Urias Davi diz: pequei somente contra Deus! Por quê? Falando de forma estrita, pecado é algo sempre contra Deus, pecados são infrações da lei de Deus. Davi não estava minimizando o mal que havia praticado contra Bate-Seba, nem contra Urias (perceba que ele fala de transgressões no plural), mas estava admitindo que o que fizera era realmente muito sério e profundo, pois era contra Deus e, por isso, Davi necessitava tão veementemente do perdão de Deus.

Além de transgressões, pecado e culpa, nesse versículo Davi dá mais um nome para a sua atitude: fazer o que Deus reprova. É exatamente por ter feito estas coisas que Davi se submete a Deus: justa é a tua sentença (espada na família, alguém possuir suas esposas e morte da criança) e Davi assume que Deus tinha o direito de o condenar. Diferente de alguém que, sem razão, acha-se desmerecedor da disciplina de Deus, Davi coloca-se sob a mão de Deus, pronto para receber punição por seus atos maus.

5 Sei que sou pecador desde que nasci,
sim, desde que me concebeu minha mãe.
6 Sei que desejas a verdade no íntimo;
e no coração me ensinas a sabedoria.

Agora Davi assume que o problema do seu pecado não foi uma simples falha de percurso, mas diz respeito à sua natureza. Davi vê a si mesmo como pecador desde a mais tenra idade, aliás, mesmo antes de nascer, na concepção, já estava envolvido o pecado. Temos nesse versículo um dos testemunhos mais claros da doutrina que afirma a situação desesperadamente pecadora do homem. Não temos chance de merecer nada diante de Deus, pois desde a concepção já somos pecadores. Não temos habilidade de querer nada bom, pois nosso real problema nasce conosco. Somos pecadores desde o nascimento e Davi entendeu esua realidade e a confessou diante de Deus.

Todos nós recebemos dois legados de Adão: a culpa – sendo nosso representante, o pecado de Adão não foi somente dele, mas de todos que nele estavam representados, assim, mesmo uma criança natimorta é legalmente culpada diante de Deus. Mas também recebemos de Adão, como nosso pai biológico, a corrupção, a sujeira, o pecado que está em nosso coração e manifesta-se desde a mais tenra idade. É sobre isto que Davi está falando nesse ponto do salmo.

Outra coisa que Davi admite saber é que o que Deus quer é a verdade no íntimo. Não adianta uma religiosidade externa muito provavelmente cumprida por Davi em todo eses tempo de letargia espiritual. O que Deus quer é um coração sábio que ande na verdade e não somente um cumprimento de regras religiosas externas.

7 Purifica-me com hissopo, e ficarei puro;
lava-me, e mais branco do que a neve serei.
8 Faze-me ouvir de novo júbilo e alegria,
e os ossos que esmagaste exultarão.
9 Esconde o rosto dos meus pecados
e apaga todas as minhas iniqüidades.

Mais uma vez temos uma multiplicação de pedidos da parte de Davi a Deus: purifica-me, lava-me, faze-me ouvir, esconde o rosto e apaga. Temos também um novo sinônimo para pecado e transgressões: iniqüidades. Davi sentia-se numa situação tão desesperadora de pecado e tão merecedor da punição de Deus que multiplica os pedidos na presença de Deus. O primeiro pedido refere-se ao ritual de purificação do leproso (Lv 14.4), assim era que Davi sentia-se por causa do seu pecado. O segundo pedido é por um banho com água (Lv 14.8-9?). O terceiro pedido é pela restauração à comunidade onde há júbilo e alegria (Lv 14.19-20?) e o quarto pedido, o mais importante: esconde o rosto dos meus pecados (expiação) e apaga as minhas iniquidades (Lv 14.12-14). Parece-nos que o processo que Davi está descrevendo é todo o processo de purificação de um leproso. Era assim que o rei estava se sentindo. Davi sente como se seus ossos estivessem sendo esmagados e por isso clama pelo júbilo e alegria que o perdão traz. Mas em vez de recorrer ao sacerdote, ele pede que o próprio Deus faça esuas coisas com ele. Ou seja, que a realidade para a qual tais símbolos apontavam fosso feita por Deus para com Davi: purificação, perdão e restauração.

10 Cria em mim um coração puro, ó Deus,
e renova dentro de mim um espírito estável.
11 Não me expulses da tua presença,
nem tires de mim o teu santo Espírito.
12 Devolve-me a alegria da tua salvação
e sustenta-me com um espírito pronto a obedecer.

Davi continua fazendo pedidos a Deus, mas aparentemente seus pedidos mudaram no seguinte sentido: nos versos 7-9, o foco é para que Deus purifique e perdoe, enquanto nos versos 10-12, os pedidos são para que Deus santifique, ou seja, as súplicas desses versículos apontam para a construção realizada depois da limpeza. No pensamento hebraico o coração é o centro do ser humano: é de onde procedem fontes da vida (Pv 4.23), de onde procedem os pecados (Mateus 15.19) e é onde acontece a restauração da parte de Deus (Ez 36.26). É exatamente isso que Davi pede a Deus: que mude o coração. Davi pede que Deus que lhe crie um coração puro. O verbo usado é o mesmo da criação de Gênesis 1, que aponta para o poder de Deus de criar coisas a partir do nada. Mais uma vez Davi admite que não há capacidade nele e não há nada que realmente seja dele eu pode ser usado nesta transformação espiritual. Davi também pede um espírito estável no lugar de um que oscile entre a vontade de Deus e a vontade da carne. Sabedor de que as suas iniquidades o separam de Deus (Is 59.2), Davi pede que Deus não o expulse de sua presença. Demonstrando uma consciência impressionante, o pedido de Davi agora diz respeito ao Espírito de Deus. Certamente Davi se lembrava da história de Saul que foi rejeitado (1Samuel 15.23) por Deus e teve retirado o Espírito Santo de si (1Samuel 16.14). Davi ainda pede que Deus lhe devolva a alegria da salvação (perdida há mais de 9 meses) e sustente em Davi um espírito pronto para obedecer.

13 Então ensinarei os teus caminhos aos transgressores
Para que os pecadores se voltem para ti
14 Livre-me da culpa dos crimes de sangue, ó Deus,
Deus da minha salvação!
E a minha língua aclamará a tua justiça.
15 Ó Senhor, dá palavras aos meus lábios,
E a minha boca anunciará o teu louvor.

Ainda no caminho da restauração, Davi pede a Deus que Ele, Davi, possa ensinar os caminhos de Deus aos transgressores e pecadores para que estes se voltem para Deus. Eis uma verdadeira conversão: outrora motivo de blasfêmia pelos inimigos do Senhor (2Samuel 12.14), Davi quer, agora, novamente, ser um instrumento usado por Deus para conversão de outros. Mais um pedido há no verso 14: livra-me da culpa dos crimes de sangue. Davi agora focaliza sua atenção no pecado que levou à morte de Urias e pede que Deus o livre desta culpa, cuja punição era a pena de morte, levada a efeito na vida de seu filho. Mais uma vez temos um compromisso feito por Davi: a minha língua aclamará a tua justiça, a minha boca anunciará o teu louvor (com palavras dadas pelo Senhor). Como prova da resposta dessa oração temos vários salmos de louvor escritos por Davi.

16 Não te deleitas em sacrifícios
Nem te agrada de holocaustos, se não eu os traria.
17 Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado;
Um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás.

Quando Saul pecou contra Deus e foi rejeitado, Samuel lhe disse:

22 Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros. 23 Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar. Visto que rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei. (1Samuel 15.22-23)

Após pedir a Deus que o poupe das conseqüências que ele vira na vida de Saul, Davi mostra que aprendera a lição da inutilidade da religiosidade externa com um coração distante do Senhor. Davi sabe que Deus quer muito mais um espírito quebrantado e um coração contrito do que sacrifícios e holocaustos. Estes só têm valor se aqueles estiverem presentes.

18 Por tua boa vontade faze Sião prosperar;
Ergue os muros de Jerusalém.
19 Então te agradarás dos sacrifícios sinceros,
Das ofertas queimadas e dos holocaustos;
E novilhos serão oferecidos sobre o teu altar.

Até aqui esua foi uma oração de Davi clamando a Deus por perdão, purificação e restauração. Nos últimos versos dessa oração, temos um pedido mais amplo. Tal pedido é para que Deus restaure Jerusalém física cerimonialmente, não com sacrifícios de mero cumprimento de obrigação, mas com sacrifícios sinceros, que apontam para um verdadeiro arrependimento e transformação do coração.

 

Conclusões e Aplicações

Aprendemos nesse texto algumas lições fundamentais para entendermos quem é o ser humano, quais são suas necessidades e por que temos dificuldades de fazer o bem que queremos:

• Quem é o homem (Antropologia Bíblica)? O homem é uma criatura de Deus, feita à sua imagem e semelhança, para se relacionar com Deus em obediência com seus semelhantes em amor e auxílio mútuo e com as demais criaturas em domínio (Gn 1-2). Submetido a um teste, e tendo escolhido pecar, o homem caiu de seu primeiro estado, esfacelando profundamente a imagem de Deus (crise de identidade) e tornando-se morto em seus relacionamentos com Deus (crise espiritual), com seus iguais (crise dos relacionamentos interpessoais) e com as demais coisas criadas (crise funcional) e necessitando da graça de Deus para ser restaurado ao seu primeiro estado (Gn 3-4).

• Depravação Total: Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias (Ec 7.29). Nascemos corrompidos pelo pecado e não existe ennhum meio de realizarmos uma mudança em nosso próprio ser. Nosso coração, centro motivacional, é corrompido, logo, tudo que fazemos antes de sermos libertos da escravidão do pecado, também é pecaminoso na base, ainda que bom na aparência.

• Justificação pela graça: como nossa situação de pecado é extrema a única forma de sermos considerados justos diante de Deus é se Ele não olhar para as nossas próprias obras, mas para as de Cristo em nosso lugar, derramando e ira pela sua santidade ferida sobre Cristo, e as bênçãos da obediência sobre nós: sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus (Romanos 3:24); Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo (Romanos 5:1).

• Necessidade do homem: qualquer pecado contra o Deus Criador, Santo e Infinito, tem valor infinito. É por isso que em nós mesmos não temos como pagar a dívida, ficando dependentes de que Deus nos dê, pela graça, mediante a fé: perdão, purificação, santificação, restauração da alegria, testemunho, coisas estas que o pecado rouba de nossas vidas.

• Inutilidade da mera religiosidade externa: vivemos um mundo pós-cristão. O fenômeno dos evangélicos nominais (especialmente jovens) está cada vez mais presente. Pessoas que vivem duas vidas: durante a semana são ímpios, aos finais de semana ou esporadicamente são cristãos. A RELIGIOSIDADE EXTERNA NÃO VALE NADA! Ou se é um cristão que recebeu perdão e conseqüente santificação, ou o que espera alguém que viva desta forma é o inferno, onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga. Cuidemo-nos!

Oração: Senhor, tem misericória de nós. Somos pecadores e temos pecado contra ti. Apaga as nossas transgressões da tua lei: as palavras mal ditas, os olhares coviçosos, o deixarmos de fazer o bem, a inveja, o orgulho, a vingança, a nossa mania de acharmos que somos auto-suficientes e nossos pensamentos impuros. Senhor, apaga as nossas transgressões. Ajuda-nos a viver uma religiosidade externa que seja o transbordar de um coração cheio de ti. Pela tua graça maravilhosa, usa-nos para o teu serviço, como instrumentos que sejam úteis porque são submissos à vontade do grande Instrumentista. Obrigado por Jesus Cristo, o provisão tua para os nossos pecados. Tem misericórdia de nós e perdôa-nos os pecados. No nome daquele que verteu o sangue para purificar-nos, Jesus Cristo, amém.

Leituras Sugeridas para a Semana

1º Dia – Gênesis 3.1-24: A queda e suas conseqüências mortais (veja gráfico da lição 4)
2º Dia – Gênesis 4.1-26: O aprofundamento do pecado e a divisão da humanidade em descendência de Caim (filhas dos homens) e descendência de Abel (filhos de Deus).
3º Dia – 2Samuel 11.1-27: O pecado de Davi
4º Dia – 2Samuel 12.1-25: O arrependimento de Davi e as conseqüências dos seus pecados. Leia a continuação da história de Davi e você verá a espada que não afastou de sua casa (incesto e vários assassinatos entre seus filhos: 2Samuel 13; 18; 2Reis 2.13-25) e Absalão possuiu algumas das concubinas do pai em público (2Samuel 16.20-23)
5º Dia – Salmo 32.1-11: Alegrias da confissão e conseqüências do pecado não confessado
6º Dia – Salmo 38.1-22: Súplica por perdão
7º Dia – Salmo 130.1-8: Súplicas por perdão
8º Dia – Romanos 1.16-32 *
9º Dia – Romanos 2.1-16 *
10º Dia – Romanos 3.9-31 *

* Tanto os homens que não tem a Bíblia (gentios, ímpios)m quantos os que a tem (judeus, filhos de crentes) são pecadores. Conhecem a Deus, mas não o querem. Por isso, Deus os entrega a seus mais baixos sentimentos e ações. A única solução para este estado deplorável é a justificação que vem não pelas obras, mas pela fé, de graça.

Textos Sugeridos para a Semana (inteiros)

Gênesis 3.1-24 Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? 2 Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, 3 mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais. 4 Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. 5 Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal. 6 Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu. 7 Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si. 8 Quando ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do SENHOR Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim. 9 E chamou o SENHOR Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? 10 Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi. 11 Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses? 12 Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi. 13 Disse o SENHOR Deus à mulher: Que é isso que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi. 14 Então, o SENHOR Deus disse à serpente: Visto que isso fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos e o és entre todos os animais selváticos; rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida. 15 Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. 16 E à mulher disse: Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores darás à luz filhos; o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará. 17 E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. 18 Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo. 19 No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás. 20 E deu o homem o nome de Eva a sua mulher, por ser a mãe de todos os seres humanos. 21 Fez o SENHOR Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu. 22 Então, disse o SENHOR Deus: Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal; assim, que não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente. 23 O SENHOR Deus, por isso, o lançou fora do jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora tomado. 24 E, expulso o homem, colocou querubins ao oriente do jardim do Éden e o refulgir de uma espada que se revolvia, para guardar o caminho da árvore da vida.

Gênesis 4.1-26 Coabitou o homem com Eva, sua mulher. Esta concebeu e deu à luz a Caim; então, disse: Adquiri um varão com o auxílio do SENHOR. 2 Depois, deu à luz a Abel, seu irmão. Abel foi pastor de ovelhas, e Caim, lavrador. 3 Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. 4 Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o SENHOR de Abel e de sua oferta; 5 ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante. 6 Então, lhe disse o SENHOR: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? 7 Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo. 8 Disse Caim a Abel, seu irmão: Vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim contra Abel, seu irmão, e o matou. 9 Disse o SENHOR a Caim: Onde está Abel, teu irmão? Ele respondeu: Não sei; acaso, sou eu tutor de meu irmão? 10 E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão clama da terra a mim. 11 És agora, pois, maldito por sobre a terra, cuja boca se abriu para receber de tuas mãos o sangue de teu irmão. 12 Quando lavrares o solo, não te dará ele a sua força; serás fugitivo e errante pela terra. 13 Então, disse Caim ao SENHOR: É tamanho o meu castigo, que já não posso suportá-lo. 14 Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua presença hei de esconder-me; serei fugitivo e errante pela terra; quem comigo se encontrar me matará. 15 O SENHOR, porém, lhe disse: Assim, qualquer que matar a Caim será vingado sete vezes. E pôs o SENHOR um sinal em Caim para que o não ferisse de morte quem quer que o encontrasse. 16 Retirou-se Caim da presença do SENHOR e habitou na terra de Node, ao oriente do Éden. 17 E coabitou Caim com sua mulher; ela concebeu e deu à luz a Enoque. Caim edificou uma cidade e lhe chamou Enoque, o nome de seu filho. 18 A Enoque nasceu-lhe Irade; Irade gerou a Meujael, Meujael, a Metusael, e Metusael, a Lameque. 19 Lameque tomou para si duas esposas: o nome de uma era Ada, a outra se chamava Zilá. 20 Ada deu à luz a Jabal; este foi o pai dos que habitam em tendas e possuem gado. 21 O nome de seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta. 22 Zilá, por sua vez, deu à luz a Tubalcaim, artífice de todo instrumento cortante, de bronze e de ferro; a irmã de Tubalcaim foi Naamá. 23 E disse Lameque às suas esposas: Ada e Zilá, ouvi-me; vós, mulheres de Lameque, escutai o que passo a dizer-vos: Matei um homem porque ele me feriu; e um rapaz porque me pisou. 24 Sete vezes se tomará vingança de Caim, de Lameque, porém, setenta vezes sete. 25 Tornou Adão a coabitar com sua mulher; e ela deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Sete; porque, disse ela, Deus me concedeu outro descendente em lugar de Abel, que Caim matou. 26 A Sete nasceu-lhe também um filho, ao qual pôs o nome de Enos; daí se começou a invocar o nome do SENHOR.

2Samuel 11.1-27 Decorrido um ano, no tempo em que os reis costumam sair para a guerra, enviou Davi a Joabe, e seus servos, com ele, e a todo o Israel, que destruíram os filhos de Amom e sitiaram Rabá; porém Davi ficou em Jerusalém. 2 Uma tarde, levantou-se Davi do seu leito e andava passeando no terraço da casa real; daí viu uma mulher que estava tomando banho; era ela mui formosa. 3 Davi mandou perguntar quem era. Disseram-lhe: É Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o heteu. 4 Então, enviou Davi mensageiros que a trouxessem; ela veio, e ele se deitou com ela. Tendo-se ela purificado da sua imundícia, voltou para sua casa. 5 A mulher concebeu e mandou dizer a Davi: Estou grávida. 6 Então, enviou Davi mensageiros a Joabe, dizendo: Manda-me Urias, o heteu. Joabe enviou Urias a Davi. 7 Vindo, pois, Urias a Davi, perguntou este como passava Joabe, como se achava o povo e como ia a guerra. 8 Depois, disse Davi a Urias: Desce a tua casa e lava os pés. Saindo Urias da casa real, logo se lhe seguiu um presente do rei. 9 Porém Urias se deitou à porta da casa real, com todos os servos do seu senhor, e não desceu para sua casa. 10 Fizeram-no saber a Davi, dizendo: Urias não desceu a sua casa. Então, disse Davi a Urias: Não vens tu de uma jornada? Por que não desceste a tua casa? 11 Respondeu Urias a Davi: A arca, Israel e Judá ficam em tendas; Joabe, meu senhor, e os servos de meu senhor estão acampados ao ar livre; e hei de eu entrar na minha casa, para comer e beber e para me deitar com minha mulher? Tão certo como tu vives e como vive a tua alma, não farei tal coisa. 12 Então, disse Davi a Urias: Demora-te aqui ainda hoje, e amanhã te despedirei. Urias, pois, ficou em Jerusalém aquele dia e o seguinte. 13 Davi o convidou, e comeu e bebeu diante dele, e o embebedou; à tarde, saiu Urias a deitar-se na sua cama, com os servos de seu senhor; porém não desceu a sua casa. 14 Pela manhã, Davi escreveu uma carta a Joabe e lha mandou por mão de Urias. 15 Escreveu na carta, dizendo: Ponde Urias na frente da maior força da peleja; e deixai-o sozinho, para que seja ferido e morra. 16 Tendo, pois, Joabe sitiado a cidade, pôs a Urias no lugar onde sabia que estavam homens valentes. 17 Saindo os homens da cidade e pelejando com Joabe, caíram alguns do povo, dos servos de Davi; e morreu também Urias, o heteu. 18 Então, Joabe enviou notícias e fez saber a Davi tudo o que se dera na batalha. 19 Deu ordem ao mensageiro, dizendo: Se, ao terminares de contar ao rei os acontecimentos desta peleja, 20 suceder que ele se encolerize e te diga: Por que vos chegastes assim perto da cidade a pelejar? Não sabíeis vós que haviam de atirar do muro? 21 Quem feriu a Abimeleque, filho de Jerubesete? Não lançou uma mulher sobre ele, do muro, um pedaço de mó corredora, de que morreu em Tebes? Por que vos chegastes ao muro? Então, dirás: Também morreu teu servo Urias, o heteu. 22 Partiu o mensageiro e, chegando, fez saber a Davi tudo o que Joabe lhe havia mandado dizer. 23 Disse o mensageiro a Davi: Na verdade, aqueles homens foram mais poderosos do que nós e saíram contra nós ao campo; porém nós fomos contra eles, até à entrada da porta. 24 Então, os flecheiros, do alto do muro, atiraram contra os teus servos, e morreram alguns dos servos do rei; e também morreu o teu servo Urias, o heteu. 25 Disse Davi ao mensageiro: Assim dirás a Joabe: Não pareça isto mal aos teus olhos, pois a espada devora tanto este como aquele; intensifica a tua peleja contra a cidade e derrota -a; e, tu, anima a Joabe. 26 Ouvindo, pois, a mulher de Urias que seu marido era morto, ela o pranteou. 27 Passado o luto, Davi mandou buscá-la e a trouxe para o palácio; tornou-se ela sua mulher e lhe deu à luz um filho. Porém isto que Davi fizera foi mal aos olhos do SENHOR.

2Samuel 12.1-25 O SENHOR enviou Natã a Davi. Chegando Natã a Davi, disse-lhe: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre. 2 Tinha o rico ovelhas e gado em grande número; 3 mas o pobre não tinha coisa nenhuma, senão uma cordeirinha que comprara e criara, e que em sua casa crescera, junto com seus filhos; comia do seu bocado e do seu copo bebia; dormia nos seus braços, e a tinha como filha. 4 Vindo um viajante ao homem rico, não quis este tomar das suas ovelhas e do gado para dar de comer ao viajante que viera a ele; mas tomou a cordeirinha do homem pobre e a preparou para o homem que lhe havia chegado. 5 Então, o furor de Davi se acendeu sobremaneira contra aquele homem, e disse a Natã: Tão certo como vive o SENHOR, o homem que fez isso deve ser morto. 6 E pela cordeirinha restituirá quatro vezes, porque fez tal coisa e porque não se compadeceu. 7 Então, disse Natã a Davi: Tu és o homem. Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Eu te ungi rei sobre Israel e eu te livrei das mãos de Saul; 8 dei-te a casa de teu senhor e as mulheres de teu senhor em teus braços e também te dei a casa de Israel e de Judá; e, se isto fora pouco, eu teria acrescentado tais e tais coisas. 9 Por que, pois, desprezaste a palavra do SENHOR, fazendo o que era mal perante ele? A Urias, o heteu, feriste à espada; e a sua mulher tomaste por mulher, depois de o matar com a espada dos filhos de Amom. 10 Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para ser tua mulher. 11 Assim diz o SENHOR: Eis que da tua própria casa suscitarei o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres à tua própria vista, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com elas, em plena luz deste sol. 12 Porque tu o fizeste em oculto, mas eu farei isto perante todo o Israel e perante o sol. 13 Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR. Disse Natã a Davi: Também o SENHOR te perdoou o teu pecado; não morrerás. 14 Mas, posto que com isto deste motivo a que blasfemassem os inimigos do SENHOR, também o filho que te nasceu morrerá. 15 Então, Natã foi para sua casa. E o SENHOR feriu a criança que a mulher de Urias dera à luz a Davi; e a criança adoeceu gravemente. 16 Buscou Davi a Deus pela criança; jejuou Davi e, vindo, passou a noite prostrado em terra. 17 Então, os anciãos da sua casa se achegaram a ele, para o levantar da terra; porém ele não quis e não comeu com eles. 18 Ao sétimo dia, morreu a criança; e temiam os servos de Davi informá-lo de que a criança era morta, porque diziam: Eis que, estando a criança ainda viva, lhe falávamos, porém não dava ouvidos à nossa voz; como, pois, lhe diremos que a criança é morta? Porque mais se afligirá. 19 Viu, porém, Davi que seus servos cochichavam uns com os outros e entendeu que a criança era morta, pelo que disse aos seus servos: É morta a criança? Eles responderam: Morreu. 20 Então, Davi se levantou da terra; lavou-se, ungiu-se, mudou de vestes, entrou na Casa do SENHOR e adorou; depois, veio para sua casa e pediu pão; puseram-no diante dele, e ele comeu. 21 Disseram-lhe seus servos: Que é isto que fizeste? Pela criança viva jejuaste e choraste; porém, depois que ela morreu, te levantaste e comeste pão. 22 Respondeu ele: Vivendo ainda a criança, jejuei e chorei, porque dizia: Quem sabe se o SENHOR se compadecerá de mim, e continuará viva a criança? 23 Porém, agora que é morta, por que jejuaria eu? Poderei eu fazê-la voltar? Eu irei a ela, porém ela não voltará para mim. 24 Então, Davi veio a Bate-Seba, consolou-a e se deitou com ela; teve ela um filho a quem Davi deu o nome de Salomão; e o SENHOR o amou. 25 Davi o entregou nas mãos do profeta Natã, e este lhe chamou Jedidias, por amor do SENHOR.

Salmo 32.1-11 Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo pecado é coberto. 2 Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não atribui iniqüidade e em cujo espírito não há dolo. 3 Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. 4 Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio. 5 Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniqüidade do meu pecado. 6 Sendo assim, todo homem piedoso te fará súplicas em tempo de poder encontrar-te. Com efeito, quando transbordarem muitas águas, não o atingirão. 7 Tu és o meu esconderijo; tu me preservas da tribulação e me cercas de alegres cantos de livramento. 8 Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho. 9 Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freios e cabrestos são dominados; de outra sorte não te obedecem. 10 Muito sofrimento terá de curtir o ímpio, mas o que confia no SENHOR, a misericórdia o assistirá. 11 Alegrai-vos no SENHOR e regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos que sois retos de coração.

Salmo 38.1-22 Não me repreendas, SENHOR, na tua ira, nem me castigues no teu furor. 2 Cravam-se em mim as tuas setas, e a tua mão recai sobre mim. 3 Não há parte sã na minha carne, por causa da tua indignação; não há saúde nos meus ossos, por causa do meu pecado. 4 Pois já se elevam acima de minha cabeça as minhas iniqüidades; como fardos pesados, excedem as minhas forças. 5 Tornam-se infectas e purulentas as minhas chagas, por causa da minha loucura. 6 Sinto-me encurvado e sobremodo abatido, ando de luto o dia todo. 7 Ardem-me os lombos, e não há parte sã na minha carne. 8 Estou aflito e mui quebrantado; dou gemidos por efeito do desassossego do meu coração. 9 Na tua presença, Senhor, estão os meus desejos todos, e a minha ansiedade não te é oculta. 10 Bate-me excitado o coração, faltam-me as forças, e a luz dos meus olhos, essa mesma já não está comigo. 11 Os meus amigos e companheiros afastam-se da minha praga, e os meus parentes ficam de longe. 12 Armam ciladas contra mim os que tramam tirar-me a vida; os que me procuram fazer o mal dizem coisas perniciosas e imaginam engano todo o dia. 13 Mas eu, como surdo, não ouço e, qual mudo, não abro a boca. 14 Sou, com efeito, como quem não ouve e em cujos lábios não há réplica. 15 Pois em ti, SENHOR, espero; tu me atenderás, Senhor, Deus meu. 16 Porque eu dizia: Não suceda que se alegrem de mim e contra mim se engrandeçam quando me resvala o pé. 17 Pois estou prestes a tropeçar; a minha dor está sempre perante mim. 18 Confesso a minha iniqüidade; suporto tristeza por causa do meu pecado. 19 Mas os meus inimigos são vigorosos e fortes, e são muitos os que sem causa me odeiam. 20 Da mesma sorte, os que pagam o mal pelo bem são meus adversários, porque eu sigo o que é bom. 21 Não me desampares, SENHOR; Deus meu, não te ausentes de mim. 22 Apressa-te em socorrer-me, Senhor, salvação minha.

Salmo 130.1-8 Das profundezas clamo a ti, SENHOR. 2 Escuta, Senhor, a minha voz; estejam alertas os teus ouvidos às minhas súplicas. 3 Se observares, SENHOR, iniqüidades, quem, Senhor, subsistirá? 4 Contigo, porém, está o perdão, para que te temam. 5 Aguardo o SENHOR, a minha alma o aguarda; eu espero na sua palavra. 6 A minha alma anseia pelo Senhor mais do que os guardas pelo romper da manhã. Mais do que os guardas pelo romper da manhã, 7 espere Israel no SENHOR, pois no SENHOR há misericórdia; nele, copiosa redenção. 8 É ele quem redime a Israel de todas as suas iniqüidades.

Romanos 1.16-32 Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; 17 visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé. 18 A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; 19 porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. 20 Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; 21 porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. 22 Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos 23 e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis. 24 Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; 25 pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém! 26 Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; 27 semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro. 28 E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, 29 cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, 30 caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, 31 insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia. 32 Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem.

Romanos 2.1-16 Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que condenas. 2 Bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade contra os que praticam tais coisas. 3 Tu, ó homem, que condenas os que praticam tais coisas e fazes as mesmas, pensas que te livrarás do juízo de Deus? 4 Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento? 5 Mas, segundo a tua dureza e coração impenitente, acumulas contra ti mesmo ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus, 6 que retribuirá a cada um segundo o seu procedimento: 7 a vida eterna aos que, perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra e incorruptibilidade; 8 mas ira e indignação aos facciosos, que desobedecem à verdade e obedecem à injustiça. 9 Tribulação e angústia virão sobre a alma de qualquer homem que faz o mal, ao judeu primeiro e também ao grego; 10 glória, porém, e honra, e paz a todo aquele que pratica o bem, ao judeu primeiro e também ao grego. 11 Porque para com Deus não há acepção de pessoas. 12 Assim, pois, todos os que pecaram sem lei também sem lei perecerão; e todos os que com lei pecaram mediante lei serão julgados. 13 Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. 14 Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos. 15 Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se, 16 no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu evangelho.

Romanos 3.9-31 9 Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado; 10 como está escrito: Não há justo, nem um sequer, 11 não há quem entenda, não há quem busque a Deus; 12 todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. 13 A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, 14 a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; 15 são os seus pés velozes para derramar sangue,
16 nos seus caminhos, há destruição e miséria; 17 desconheceram o caminho da paz. 18 Não há temor de Deus diante de seus olhos. 19 Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, 20 visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. 21 Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; 22 justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que crêem; porque não há distinção, 23 pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, 24 sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, 25 a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; 26 tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus. 27 Onde, pois, a jactância? Foi de todo excluída. Por que lei? Das obras? Não; pelo contrário, pela lei da fé. 28 Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei. 29 É, porventura, Deus somente dos judeus? Não o é também dos gentios? Sim, também dos gentios, 30 visto que Deus é um só, o qual justificará, por fé, o circunciso e, mediante a fé, o incircunciso. 31 Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei.

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João Paulo Thomaz de Aquino
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