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O Dízimo é Uma Obrigação para os Cristãos na Nova Aliança? (Malaquias 3.6-12)

Introdução

O livro de Malaquias contém imagens fortes, palavras duras e predições de maldição. Não podemos deixar, no entanto, que essas palavras fortes do livro anuviem as promessas, declarações divinas de amor e teologia do livro. Vejamos, por exemplo, os nomes com os quais Deus se revela no livro e algumas atitudes divinas que revelam o seu caráter amoroso:

Nomes de Deus em Malaquias

• SENHOR (1.2)
• SENHOR dos Exércitos (1.4)
• Pai (1.6; 2.10)
• Senhor (1.6)
• Deus (1.9)
• O Deus cujo nome é grande entre as nações (1.11)
• O Grande Rei (1.14)
• O Deus que é terrível entre as nações (1.14)
• O Deus de Israel (2.16)

Características de Deus em Malaquias

• O Deus que fala com o seu povo por meio de mensageiros (1.1; 2.7; 3.1)
• O Deus que ama o seu povo (1.2)
• O Deus que é grande também fora de Israel (1.5)
• O Deus que convida o seu povo ao arrependimento, mesmo depois de pecados graves (2.1)
• O Deus da aliança (2.4-5)
• O Deus que testemunha e faz o casamento dos seus filhos (2.14-15)
• O Deus que purifica o seu povo (3.3)
• O Deus que protege os desamparados (3.5)
• O Deus que não muda e por isso não destrói os seus (3.6)
• O Deus que abençoa materialmente o seu povo (3.10-12)
• O Deus que considera os que o temem como seu tesouro particular (3.17)
• O Deus que poupa ao filho que o serve (3.17)
• O Deus justo ao recompensar e punir (3.18)
• O Deus que prometeu a vinda de Jesus Cristo, o desejado mensageiro da aliança (3.1), o Sol da justiça que traz salvação nas suas asas (4.2)!

Lembre-se, portanto, o motivo pelo qual Deus fala palavras duras ao seu povo é o seu amor fiel à aliança que ele mesmo fez com o seu povo. Deus nos ama e por isso mesmo é que ele nos traz para perto de si.

Contexto

A estrutura do livro baseia-se nas perguntas que Deus revela que estavam passando no coração do povo e nas respectivas respostas de Deus:

  • Em que nos tens amado?
    • Amei a Jacó e Odiei a Esaú (1.1-5)
  • Em que desprezamos o teu nome?
    • Sacrifícios Defeituosos (1.6-14)
    • Infidelidade no sacerdócio (2.1-9)
    • Infidelidade no Casamento (2.10-16)
  • Em que o enfadamos?
    • Qualquer mal passa por bom aos olhos de YAWEH
    • É destes que Ele gosta (2.17—3.6)
  • Em que havemos de tornar?
  • Em que te roubamos?
    • Nos dízimos e ofertas (3.6-12)

O nosso texto apresenta a infidelidade do povo de Judá com relação à sua vida financeira.

Mal3_6-12

1 Os Erros: Afastamento de Deus, Roubo a Deus e Insensibilidade com relação ao pecado

7 Desde os dias de vossos pais,
vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes;
tornai-vos para mim,
e eu me tornarei para vós outros, diz o SENHOR dos Exércitos;
mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?
8 Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis:
Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.

Um dos absurdos desses texto é encontrarmos o Senhor dos Exércitos conversando com o seu povo nesses termos: “Volta para mim”. Deus não precisa de nós, Deus é totalmente santo e poderoso, ele pode criar um povo novo para si quando quiser. Ainda assim, ele convida o seu povo de aliança quando esse anda errante: “volte para mim!”

Esse texto ensina que abandonar os estatutos de Deus e não os guardar é a mesma coisa que abandonar o próprio Deus. O problema é que além de se afastar dos mandamentos e de Deus e de roubar a Deus, o povo que voltara do exílio também já havia perdido a sensibilidade espiritual ao ponto de não saber distinguir entre atitudes corretas e ações pecaminosas.

2 A Consequência: Maldição

9 Com maldição sois amaldiçoados,
porque a mim me roubais, vós, a nação toda.

O Deus que criou o mundo com leis, também se relaciona com seu povo baseado em leis e princípios. Deus havia prometido bênçãos pela obediência e maldições pela desobediência e aquele povo estava provando as maldições por causa de sua idolatria.

3 A Solução e as Promessas: Tragam do dízimo e façam prova de mim nisso, diz o Senhor

10 Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro,
para que haja mantimento na minha casa;
e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos,

Deus nunca aponta um erro sem apresentar uma solução. O amor de aliança de Deus é de forma tal que ele é compelido por si mesmo a abençoar quando o seu povo se arrepende e aje de conformidade com a sua vontade revelada (lei). Deus promete abençoá-los com pelo menos três tipos de bênçãos:

3.1 Deus promete abrir Janelas do Céu e derramar bênçãos sem medida

se eu não vos abrir as janelas do céu
e não derramar sobre vós bênção sem medida.

Essa é uma das imagens mais lindas para retratar as bênçãos que Deus tem para o seu povo Imagine um celeiro cheio e suspenso, cujas portas ficam para baixo. O que acontece quando as portas de abrem? É esse o tipo de abundância que Deus promete ao seu povo e esse tipo de linguagem também acontece no Novo Testamento. Não podemos, no entanto, reduzir as promessas de Deus às coisas materiais somente, Deus tem muito mais do que dinheiro para dar ao seu povo, ele nos abençoa com bênçãos espirituais e materiais em Cristo, ele nos abençoa com tudo o que é necessário para a vida é para a piedade.

3.2 Deus promete repreender o devorador

11 Por vossa causa, repreenderei o devorador,
para que não vos consuma o fruto da terra;
a vossa vide no campo não será estéril,
diz o SENHOR dos Exércitos.

A segunda promessa de Deus é repreender aquilo que consome as nossas bênçãos. A palavra “devorador” é usada no Antigo Testamento para se referir a gafanhotos, exércitos inimigos e fogo. Não há aqui, portanto, uma referência primária a espíritos malignos. O fato, no entanto, é que Deus promete repreender qualquer coisa, seja física ou espiritual, que roube as bênçãos físicas e espirituais do seu povo.

image

3.3 Deus promete abençoá-los de maneira que outros reconheçam

12 Todas as nações vos chamarão felizes,
porque vós sereis uma terra deleitosa,
diz o SENHOR dos Exércitos.

Em terceiro lugar, é prometido que a verdade de Deuteronômio 4.6—8 e do Salmo 67 se cumpriria na vida deles, eles seriam tão abençoados que as nações ao redor perceberiam e reconheceriam as bênçãos de Deus sobre eles.
Há um problema teológico, no entanto, que precisa ser tratado antes de se aplicar esse texto à igreja que vive na realidade da nova aliança:

4 O que isso tem a ver com a igreja neotestamentária?

“O dízimo é ensinado em toda a Bíblia: antes da lei (Gn 14.20), na lei (Lv 27.30), nos livros históricos (Ne 12.44), poéticos (Pv 3.9,10), proféticos (Ml 3.8-12) e também no Novo Testamento (Mt 23.23; Hb 7.8)”. Hernandes Dias Lopes

Mateus 23.23 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!

Hebreus 7.4-10 Considerai, pois, como era grande esse a quem Abraão, o patriarca, pagou o dízimo tirado dos melhores despojos. 5Ora, os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm mandamento de recolher, de acordo com a lei, os dízimos do povo, ou seja, dos seus irmãos, embora tenham estes descendido de Abraão; 6entretanto, aquele cuja genealogia não se inclui entre eles recebeu dízimos de Abraão e abençoou o que tinha as promessas. 7Evidentemente, é fora de qualquer dúvida que o inferior é abençoado pelo superior. 8Aliás, aqui são homens mortais os que recebem dízimos, porém ali, aquele de quem se testifica que vive. 9E, por assim dizer, também Levi, que recebe dízimos, pagou-os na pessoa de Abraão. 10Porque aquele ainda não tinha sido gerado por seu pai, quando Melquisedeque saiu ao encontro deste.

Esses são os dois textos principais que falam sobre dízimo no Novo Testamento. Embora o primeiro seja debatível quando à sua aplicação, o segundo é bastante claro. Na argumentação de Hebreus, o autor está apontando para a superioridade da nova aliança em Cristo quando comparada à velha aliança. Essa “nova” aliança em Cristo começou com Melquisedeque, antes da lei. É nesse contexto, então, que o texto não somente mostra que Abraão, antes da lei, deu o dízimo, mas que Jesus na Nova Aliança também de alguma forma recebe os nossos dízimos: “Aliás, aqui são homens mortais os que recebem dízimos, porém ali, aquele de quem se testifica que vive.” (Hebreus 7.8)

Eu não consigo ver como seria possível dizer que o dízimo não é mais válido se levarmos a argumentação de Hebreus a sério. Por outro lado, mesmo quando o Novo Testamento não fala de dízimo, ele dá a entender que a obrigação (que deve ser feita sem legalismo!), ou desejo, dos cristãos na nova aliança dis respeito a não somente 10%, mas mais do que isso:

Lucas 6.38 …dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também.

Lucas 12.33 Vendei os vossos bens e dai esmola; fazei para vós outros bolsas que não desgastem, tesouro inextinguível nos céus, onde não chega o ladrão, nem a traça consome, 34porque, onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.

Lucas 14.33 Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.

Lucas 21.3-4 e disse: Verdadeiramente, vos digo que esta viúva pobre deu mais do que todos. 4Porque todos estes deram como oferta daquilo que lhes sobrava; esta, porém, da sua pobreza deu tudo o que possuía, todo o seu sustento.

2 Coríntios 9.6-9 E isto afirmo: aquele que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará. 7Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria. 8Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra, 9como está escrito: Distribuiu, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre.

Assim, portanto, creio que é justo que apliquemos o texto de Malaquias à nossa realidade neotestamentária, lembrando que as promessas continuam em voga (e com a mesma abundância), da mesma forma que o privilégio deve ser exercido além dos 10% e sem legalismo.

Conclusão

  • O Novo Testamento nunca abole o dízimo, pelo contrário, ratifica-o e expande o reino de Deus sobre nossas posses.
  • Assim como há promessas em Malaquias para aqueles que forem fiéis no dízimo, há promessas no Novo Testamento para aqueles que dão ofertas com liberalidade.
  • As bênçãos prometidas na Bíblia aos que são fiéis na admistração do seu dinheiro são muito maiores do que apenas bênçãos materiais.
  • O coração é fundamental no processo. Deus ama ao que dá com alegria. Ainda assim, não fazê-lo é roubar a Deus, afastar-se de Deus e permitir que o coração vá se tornando cada vez mais insensível.

O que devemos fazer?

  • Dê o dízimo!
    • É do bruto
    • São as primícias
    • Não é uma atitude legalista
  • Use o dinheiro que Deus põe na tua mão para abençoar aqueles que têm menos do que você.
  • Coloque a igreja, bons ministérios paraeclesiásticos, e os pobres em teu orçamento e vá aumentando aos poucos os teus esforços.

Prove a Deus nisso!!

  • Bênçãos
    • Janelas dos céus abertas e bênçãos caindo
    • Deus vai repreender o devorador
    • Você será abençoado de maneira pública e reconhecível

O que você prefere: ter Deus como sócio, ou como concorrente? Como parceiro ou como inimigo?

 

 

Algumas ideias deste post e dos demais em Malaquias foram extraídas de:

  • http://hernandesdiaslopes.com.br/topico/malaquias/
  • http://www.ipsantoamaro.com.br/pregacoes/series/1-exposicao-em-malaquias.html
  • http://www.desiringgod.org/messages/by-scripture/malachi/3
  • Taylor, Richard A., and E. Ray Clendenen. Haggai, Malachi. Vol. 21A. The New American Commentary. Nashville: Broadman & Holman Publishers, 2004. Logos Edition.
  • Ellsworth, Roger. Opening up Malachi. Opening Up Commentary. Leominster: Day One Publications, 2007. Logos Edition.
Criado por
João Paulo Thomaz de Aquino
Todos os artigos do autor
9 comentários
  • Tenho uma dúvida referente ao texto de Hebreus citado. Não estaria o contexto do texto querendo apenas apresentar o sacerdócio de Melquisedeque com o tipo do de sacerdócio de Cristo? E, quando se tratando do dízimo no texto, apenas uma ilustração de que o sacerdócio de Melquisedeque era superior ao de Abraão? Aguardo!

    • Olá meu caro colega Juliano, tudo bem?

      Obrigado pela pergunta e pela oportunidade de tentar deixar o texto mais claro.

      1. O foco primário do texto não é apresentar a propriedade da continuidade do dízimo, mas apresentar certamente apresentar a superioridade do sacerdócio de Cristo quando comparado ao sacerdócio levítico.
      2. O texto aponta para uma continuidade de sacerdócio entre a aliança de Melquisedeque e o sacerdócio de Cristo na Nova Aliança.
      3. O sacerdócio de Melquisedeque e Cristo, que inclui o dar dízimos, é superior ao sacerdócio levítico, que também inclui o dar dízimos, visto que até mesmo Abraão (e toda a nação judaica nele) pagou os dízimos a Melquisedeque.
      4. Um dos argumentos do autor de Hebreus para defender a superioridade e continuidade do sacerdócio de Melquisedeque, é que Melquisedeque não morre. Ele fala tão bem de Melquisedeque e o aproxima tanto de Cristo que os intérpretes ficam discutindo se Melquisedeque era o próprio Senhor Jesus Cristo, a segunda pessoa da Trindade, em uma teofania.
      5. Todo o argumento do texto vai no sentido da continuidade e superioridade do sacerdócio de Melquisedeque/Cristo.

      Segundo entendo, o resultado disso e do resto do texto é que a lei da velha aliança deixa de ser aplicada no sacerdócio de Cristo/Melquisedeque. O dízimo, no entanto, é anterior à lei mosaica em consequentemente, continua devendo ser apresentado a Cristo, o nosso supremo sumo sacerdote.

      Hebreus 7.4-19

      Considerai, pois, como era grande esse a quem Abraão, o patriarca, pagou o dízimo tirado dos melhores despojos. 5Ora, os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm mandamento de recolher, de acordo com a lei, os dízimos do povo, ou seja, dos seus irmãos, embora tenham estes descendido de Abraão; 6entretanto, aquele cuja genealogia não se inclui entre eles recebeu dízimos de Abraão e abençoou o que tinha as promessas. 7Evidentemente, é fora de qualquer dúvida que o inferior é abençoado pelo superior. 8Aliás, aqui são homens mortais os que recebem dízimos, porém ali, aquele de quem se testifica que vive. 9E, por assim dizer, também Levi, que recebe dízimos, pagou-os na pessoa de Abraão. 10Porque aquele ainda não tinha sido gerado por seu pai, quando Melquisedeque saiu ao encontro deste.
      11Se, portanto, a perfeição houvera sido mediante o sacerdócio levítico (pois nele baseado o povo recebeu a lei), que necessidade haveria ainda de que se levantasse outro sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, e que não fosse contado segundo a ordem de Arão? 12Pois, quando se muda o sacerdócio, necessariamente há também mudança de lei. 13Porque aquele de quem são ditas estas coisas pertence a outra tribo, da qual ninguém prestou serviço ao altar; 14pois é evidente que nosso Senhor procedeu de Judá, tribo à qual Moisés nunca atribuiu sacerdotes. 15E isto é ainda muito mais evidente, quando, à semelhança de Melquisedeque, se levanta outro sacerdote, 16constituído não conforme a lei de mandamento carnal, mas segundo o poder de vida indissolúvel. 17Porquanto se testifica:
      Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.
      18Portanto, por um lado, se revoga a anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e inutilidade 19 (pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma), e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus.

      • Ok. Com relação a continuidade e descontinuidade AT e NT, em cima do que você disse: “O dízimo, no entanto, é anterior à lei mosaica em consequentemente, continua devendo ser apresentado a Cristo, o nosso supremo sumo sacerdote.”. Caso algum sabatista me fizesse esta mesma argumentação, eu poderia afirmar que o sábado é válido já que foi antes do existência do pecado? E tomando em contra partida a datação dos evangelhos e não vemos os evangelistas sem fazer alguma contrariedade em relação a guarda do sábado, poderia, então, haver uma continuidade para os nosso dias?
        Desde já, muito obrigado pela atenção e resposta a minha dúvida. Se possível, gostaria fazer mais perguntas sobre outros assuntos, me mande um e-mail no qual possa fazer mais perguntas. Aguardo!

  • Toda introdução do livro e contexto foram interessantes, mas fica sempre duvidoso a relação de dízimos e religiosidade, eu entendo que Paulo é mais textual e sincero quando ele analisa todos os contextos e todas as descrições da sua época quando fala” dar de todo coração”, com toda a sinceridade irmão, vc rodeou e rodeou e não chegou a um fato concreto, não existe dízimos no Novo Testamento, existe uma entrega de coração na obra e vocação, se as igrejas envolvessem mais em chamar o povo a adoração e ensina-los a desprenderem do mundo material começar no clérigo, a prosperidade seria muito maior.abraço

  • Caríssimo Rev. Prof. João Paulo, saudações!

    Ainda no li o livro, mas, com sua permissão, gostaria de expressar o que segue, objetivado contribuir com o esclarecimento de dúvidas postadas nos comentários.

    Em Cristo, nosso liberdade conflita com qualquer obrigatoriedade, visto que Ele nos capacitou e capacita diariamente a cultuá-lo e glorificá-lo em tudo. Particularmente, não concebo o dízimo como um jugo legal (imposição) sobre a igreja, como tambem não o foi para Abraão. Em Abraão, vejo a revelação de um Sacerdote Eterno (penso que talvez o Senhor tenha-se referido especialmente a esse momento, quando afirma que Abraão viu a sua glória e alegrou-se.” Jo. 8. 56). É a partir de Abraão (e não da Lei) que somos chamados de crentes, de herdeiros da fé e de família da promessa, antes de lei e de ordenanças levíticas, inclusive, referentes ao dízimo, que não depende de lei, haja vista que a igreja se refletiu antes da lei, em Abraão. Ou seja, a Lei é dada posteriormente como o modus didático por meio do qual o povo de Israel, temporariamente (daí o aparecimento do Sacerdote Eterno antes de qualquer sacerdote terreno e temporal), a fim de que Israel (e os crentes do tempo do fim) se estejam certos de que Cristo é o Sumo Sacerdote. O que precisaria ser explicado com mais propriedade pelos contrários ao dízimo, rotulando-a como imposição, é o porquê daquele Sacerdote que apareceu a Abraão não ter exercido nenhum ofício naquele encontro, exceto receber o dízimo que, naquele caso, imagino não podermos pensar em dinheiro, nosso grande problema.
    Por outro lado, o aparecimento de Melquisedeque. Progressivamente, o entendimento do Novo Testamento é de que todo o jugo da lei foi carregado por Cristo, sendo que, o que ainda temos de cumprir dela só tem efetividade no/com, e pelo sacerdócio de Cristo. Ou seja, quem cessou foi o sacerdócio levítico cessou, o de Cristo não, que recebeu dízimo antes da Lei com, atravessa todo o período didático da Lei, sendo o tempo todo superior a ela. Na Nova Aliança, assim como antes da Lei, há um Sacerdote oficiando todo o serviço pela igreja, o que inclui dízimos. Não cessou o sacerdócio contínuo, ininterrupto e eterno, oficiado pelo Sumo Sacerdote que recebeu dízimo de Abraão. Vemos, pois, que não foi a Lei que estabeleceu nada, nem o sacerdócio, nem o dízimo, ou sacrifícios, etc… (apenas regulamentou o seu uso didático até o aparecimento visível do Sacerdote que se revelou a Abraão. E é justamente esse o argumento do aturo aos Hebreus, de que Entretanto, o dízimo não está ligado à Lei, mas ao Sacerdote, que é Cristo. O autor aos Hebreus (ver cap. 7) afirma categoricamente que esse Sacerdote, superior àqueles terrenos e temporais que recebiam dízimos, continua o sacerdócio que operou permanentemente antes, acima e depois da Lei, e ainda recebe dízimos que lhe são entregues pelos crentes, assim como o fez Abraão, para que saibamos que a igreja não foi edificada sobre os rigores da Lei, mas em Cristo, conforme Ele mesmo disse a Pedro e aos demais discípulos.
    Agora, as implicância negativas acerca do dízimo, é que nós o convencionamos a uma instituição local, a uma comunidade de crentes que delibera partilhar suas receitas e despesas, com razão incluindo o dízimo, mas nunca como imposição. Isto é, se ocorrer de um crente deixar temporariamente de se congelar em sua igreja, ou se os recursos dos dízimos e ofertas (uma questão à parte do dízimo), e esse crente, em ato de adoração, resolve entregar o seu dízimo noutra igreja legitimamente cristo, quem somos nós para lhe dizer que não pode? Dízimo, e tudo o mais, não pertence a instituições, nem a templos ou pessoas, mas ao Sacerdote eterno que ainda os recebe como oferenda cúltica. Dízimo é expressão de adoração, e no ato adorador não há espaço para imposições, julgamentos ou engessamento de qualquer forma de contribuição como taxa. Ele não é taxa. Infelizmente, a tradição eclesiástica fez que o dízimo passasse a ser uma propriedade restrita a uma denominação, assim como as próprias “pedras vivas que constituem o templo do Deus vivo”.
    Enfim, consideradas as exceções, na igreja de hoje tudo é propriedade, é posse, é poder, fato que a tem desfigurado e distanciado da igreja que Cristo edificou.
    quanto, porem, a esse Sumo Sacerdote, é fato que Ele jamais impõe ou obriga quaisquer práticas cúlticas, mas satisfaz-se com elas, quando partem de corações contritos e voluntariosos, e o dízimo é uma dela hoje, como o foi no encontro com Abraão. Este é o principal aprendizado para uma a igreja de Deus, antes e depois da Lei.
    Por outro lado, não se pode misturar ofertas e dízimos como se fossem a mesma prática, ou como se as ofertas excluíssem dízimos.
    Mas este entendimento é fruto de trabalhosa, árdua, mas necessário estudo das Escrituras, em todo o seu contexto amplo e correlacionado a respeito de qualquer doutrina, sendo o dízimo uma de grande importância.

    Quanto ao texto de Malaquias, e outros da Lei que realmente apresentam o dízimo como uma obrigatoriedade, claro que não devemos deixar de usá-los didaticamente no ensino, nos cultos e nos aconselhamentos a respeito do assunto; entretanto, devemos sempre esclarecer sua vinculação à Lei, ao templo (casa do tesouro) e à subsistência da própria nação do Israel antigo. Penso que hoje, nunca devemos ensinar sobre o dízimo adotando a imposição dada ao povo da antiga aliança, como sendo o mesmo uso para o período da igreja na qual, por pura graça no só entregamos o dízimo, mas realizamos qualquer outro serviço. Solo Christo !

    É o que eu penso sobre o dízimo, e creu ser bíblico.

  • O dizimo à Melquisedeque não foi voluntário? A lei não mandava dar o dízimo somente a descendentes de Levi? Quando o texto afirma que é do bruto que se deve contribuir, e também contribuído primeiro. O que dizer das retenções governamentais na fonte? Se isto é verdade como Deus permitiu o IRRF e o INSS que são descontados primeiro? Ou seja 99% das pessoas dão as primícias ao governo. Outra coisa, o que significa este texto: 2 Co. 9:7 Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. Ao meu ver o dizimo passou como o sábado passou. Mas trazer a memória a doutrina do dizimo causa medo nas pessoas, quando tudo deve ser feito por amor. Além disso as pessoas contribuírem para ter retorno, está enchendo a igreja de pessoas que estão correndo atrás do peixe e não das palavras de Jesus. Ninguém quer andar duas milhas, perdoar o irmão 77 x 7 vezes ao dia. Os homens não querem morrer por suas esposas e as esposas não querem ser submissas ao marido. Os jovens querem vida sexual ativa. Além disto ninguém quer ir para os campos. Além disto muitos pastores pegam o dinheiro do dizimo e compram aviões e redes de tv. Hebreus fala de uma nova aliança e não da exploração da velha. Contribuo com a minha Igreja com alegria, mas o motivo é Jesus Cristo mudou meu viver.

  • Esse site ou postagem deveria deixar de existir passei o tempo lendo isso e não achei o que procuro só falam da o dízimo cada aparte da nova aliança q não é mas obrigado a dar se aboliram o sábado pq não aboliram o dízimo

  • Dízimo no NT ???????????????????????? Um testemento so tem Validade apos a morte do Testador Hebreus 9;17 ???? Malaquias 3:10 kkkk leiam Malaquias 2 kkkkkkkkk dízimo sempre foi em Frutos da terra , Deuteronomio 14;22….. Leiam Numeros 18;21-22….. Hebreus 7;5 Somente os Levitas tinham Ordem sobre o Dízimos ,Galatas 3;10 Pra quem pratica ainda Obras da Lei de Moisés ????????????????????????

  • Dízimo nunca foi em Dinheiro, sim em mantimentos.
    Malaquias fala sobre .Israel.
    Roubava a Deus.nos dízimo e nas o ferta. …Está sobre o vigor da lei, não da Graça.

    O POVO Roubava a Deus ..hoje .ESTAMOS debaixo da graça. Não debaixo de maldição!

Criado por João Paulo Thomaz de Aquino