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O que acontece quando um povo abandona Deus?

Despair © Cye Wright

O livro de Juízes mostra as consequências que sobrevêm sobre uma nação que abandona a Deus. A derrocada começou quando Israel começou a conviver pacificamente com os povos que deveria ter expulsado,flertando assim com suas práticas e valores (1.27-33). O segundo grande passo da derrocada foi o fato de os pais não ensinarem seus filhos nos caminhos do Senhor (2.10). O resultado disso foi que Israel abandonou o Senhor e passou a servir outros deuses e, como punição, passou a ser oprimido por outros povos.

 

Juízes está na Bíblia para nos mostrar as consequências drásticas que vem sobre um povo que abandona o Senhor Deus. Tudo no livro mostra derrocada civil, cultural, moral e principalmente espiritual. Até mesmo os juízes levantados por Deus para libertar o povo são cada vez piores.

Os últimos capítulos de Juízes mostram o fundo do poço que a nação de Israel, o povo de Deus, chegou. Focaremos brevemente nos capítulos 17 a 21 mostrando em que eles se transformaram por terem abandonado o grande Rei, o Criador do Universo.

 

Uma das lições principais de Juízes é que quando Deus, o grande Rei, é abandonado, tudo é permissível, ou seja, não há padrão moral e cada um faz o que acha mais correto: “Naquela época não havia rei em Israel; cada um fazia o que lhe parecia certo” (17.6, NVI).

 

Veja como os valores morais estavam bagunçados: no capítulo 17, uma mulher havia sido roubada em 13 quilos de prata e sem saber quem foi amaldiçoou-o. Depois de um tempo seu filho Mica assumiu que fora ele o ladrão e ela o abençoou e devolveu a ele parte da prata consagrando-a a Yahweh para construir um ídolo de metal! O ídolo foi feito e colocado na casa de Mica, onde havia alguns outros ídolos e uma espécie de santuário. Mica também fez vestes sacerdotais e nomeou seus filhos como sacerdotes. Depois de um tempo, um levita estava visitando a cidade e Mica o contratou para ser sacerdote em sua casa, tratando-o carinhosamente como a um filho. Note o sincretismo e falta de padrão moral que haviam se tornado o padrão em Israel. Mas a situação ainda fica pior.

 

No capítulo 18, lemos que os homens da tribo de Dã resolveram conquistar uma cidade para si. Depois de fazerem uma inspeção, decidiram fazer guerra e conquistar a cidade. No caminho, entretanto, eles passaram na casa de Mica, roubaram o ídolo que ele havia feito e o ameaçaram caso ele quisesse tomar de volta o ídolo. O levita, apesar de todo o cuidado que havia recebido de Mica, abandonou-o pela oportunidade de ser sacerdote dos danitas. Idolatria, roubo e ingratidão. Mas ainda fica pior.

 

O capitulo 19 começa falando sobre a infidelidade e abandono da concubina de um levita. Os levitas deveriam ser a tribo mais santa em Israel. Esse levita foi à casa do pai de sua concubina para recuperá-la. Depois de alguns dias bebendo juntos, o levita volta com sua concubina para a sua cidade. Estando no caminho anoiteceu e ele preferiu não ficar em uma cidade estrangeira, andando um pouco mais para pernoitar em Gibeá, uma das cidades da tribo de Benjamim. Chegando na cidade do povo de Israel, ninguém deu pouso para eles até que um senhor que estava chegando do trabalho os recebeu em sua casa com medo de que eles fossem alvo de violência se ficassem na praça. À noite, um bando de homens bateu na casa do homem que os havia recebido, exigindo que ele entregasse o levita para que o mesmo fosse sexualmente abusado por eles. A história é escrita de tal forma a relembrar o que aconteceu em Sodoma, quando os homens dali quiseram abusar dos anjos que estavam na casa de Ló (Gênesis 19). O anfitrião ofereceu aos homens da cidade a sua própria filha virgem para ser abusada por eles e a concubina do levita. Abrindo a porta o homem lançou somente a concubina do levita a eles. A moça foi abusada durante toda a noite a abandonada semi-morta à porta. De manhã, o levita colocou sua concubina em Sunamita e terminou a sua viagem. Chegando em casa, o homem esquartejou sua concubina em 12 pedaços e enviou um pedaço para cada tribo de Israel. Quando Deus é esquecido e cada um faz o que acha bom o resultado é selvageria, opressão, enganação e abuso. Não é isso que temos visto em nosso redor?

 

O resultado narrados nos capítulos 20 e 21 é que os reinos de Israel convocaram seus homens de guerra e  marcharam contra a tribo de Benjamim. Quando pediram aos benjamitas que entregassem os homens que fizeram tal atrocidade, eles resolveram não entregá-los. Houve guerra em Israel. Mais de 40 mil homens das tribos de Israel foram mortos. Mais do que vinte e cinco mil homens de guerra de Benjamim foram dizimados. Finda a guerra, sobraram apenas seiscentos homens em Benjamin, sendo que mulheres e crianças também foram mortos. Como Israel havia feito um acordo de que ninguém entregasse suas filhas para se casarem com benjamitas, os homens de Israel mataram os homens de uma das cidades de Israel que haviam se negado a ir para guerra e providenciaram que os benjamitas roubassem moças de outra cidade de Israel  para poderem se casar, a fim de que Benjamim não deixasse de existir como uma das tribos de Israel. O livro termina com a máxima que foi repetida várias vezes: “Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto.” (Juízes 21.25).

 

A lição do livro é clara. Quando quer que uma nação se esqueça de Deus, haverá pluralismo e a ditadura do individualismo ou de grupos minoritários invocará liberdade para fazer qualquer coisa que bem entender como sendo legal. Quando uma nação se esquece de Deus a anarquia tende a se instalar e a regra passa a ser idolatria, corrupção, violência, imoralidade sexual, egoísmo, atrocidades e guerra. Esse processo da erosão da verdade acontece com indivíduos, famílias, igrejas e nações.

 

A solução é sempre e somente o evangelho! Visto que todos temos em nós mesmos o potencial para realizar todos os pecados acima descritos, somente a fé na nossa salvação do pecado e do inferno provida pela cruz do nosso Senhor Jesus Cristo e o arrependimento das obras más e da cosmovisão idólatra é que podem nos preservar. Que Deus nos preserve e cuide nesse mundo mau.  Maranata!

Criado por
João Paulo Thomaz de Aquino
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1 comentário
  • Não é isso que a realidade mostra. Hoje as nações mais avançadas em qualidade de vida e desenvolvimento humano são também os povos menos religiosos do mundo. Na Suécia, Dinamarca, Finlândia, Noruega, Holanda e Nova Zelândia, quase ninguém acredita em Deus e os poucos que ainda possuem alguma religião não a levam muito a sério. Entretanto, são povos moralmente equilibrados, éticos e honestos. Não existe essa coisa de “onde cada um faz o que quer”.
    Um povo que não sabe distinguir o certo do errado sem um sistema religioso demonstra é falta de caráter e não de religião ou de Deus.

Criado por João Paulo Thomaz de Aquino