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Façam Discípulos

Mt 28:18-20 “Então Jesus aproximou-se deles e disse: Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os obedecer tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês até o fim dos tempos.”

Após a morte e ressurreição de Jesus, os seus discípulos foram para a Galileia conforme ele lhes havia ordenado. Lá, o Senhor ressuscitado apareceu a eles, que o viram e o adoraram. Então, jesus aproximou-se deles e lhes deu uma ordem importantíssima que deveria ser seguida à risca para que o plano de Deus continuasse a se desenvolver e o seu reino chegasse a todos as pessoas do mundo: Façam discípulos!

A expressão “façam discípulos” é a tradução do verbo principal da oração, μαθητεύσατε/matheteusate, que tem a mesma raiz da palavra μαθητεs/mathetes (discípulo), amplamente usada no evangelho de Matheus (72 vezes). Em torno desse verbo se desenvolvem todas as atividades necessárias para executar a ação principal e cumprir a ordem do Senhor.

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Vão (indo)… batizando… ensinando…, são particípios dependentes do verbo principal matheteusate, e indicam ação contínua. Em tais construções, é comum ao particípio assumir força de imperativo, sem, no entanto, assumir o papel do verbo principal (A handbook on the Gospel of Matthew – p. 886). Assim, “fazer discípulos” é o verbo principal que expressa o centro do mandamento do Senhor, enquanto ir, batizar e ensinar são meios para cumprir esse mandamento.

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Nessa ação principal encontra-se implícito o significado de fazer discípulos (tema que abordarei no próximo artigo), pois eles próprios eram discípulos e sabiam que sua tarefa consistia fazer com outros o mesmo que Jesus havia feito com eles, iniciando pela proclamação do reino de Deus.

Vão (enquanto vocês vão, ou indo)…

Expressa a ação de ir por toda parte. A ordem aqui é ir, e não “chamar” as pessoas até nós. Diferente do costume atual, a ordem não é para atrair pessoas para reuniões, mas para ir até elas onde elas estiverem – nas ruas, nos escritórios, nas praças, nas casas próximas, nas cidades próximas, etc. O “ir” nos coloca em movimento continuo, cumprindo esta ordem a cada momento, aproveitando cada oportunidade.

Batizando-os…

Seguindo a proclamação do evangelho, os que creem devem ser batizados. Tarefa inicial, a ser realizada em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, marcando o início da jornada de um discípulo.

Ensinando-os…

Depois de ser batizada, a pessoa nasce de novo e está apta a compreender as verdades espirituais. Devemos agora “ensiná-la a obedecer tudo o que o Senhor ordenou”, até que ela seja formada à imagem e semelhança de Jesus Cristo. Para isso é necessário saber, “o que é que Jesus mandou ensinar”, obtendo dos evangelhos a resposta a essa pergunta. Não é “ensinar tudo”, mas “ensinar tudo que ele ordenou”.

A ordem principal (bem como as três a atividades fundamentais relacionadas a ela) são dadas pelo Senhor dentro de um contesto delimitado por duas afirmações:

Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra

Jesus está declarando aqui que recebeu todo o poder para governar os céus e a terra. Sendo assim, tudo o que há nos céus e na terra – os anjos, os demônios, o próprio Satanás, os reis, os governantes, as forças da natureza, as doenças, os animais, os homens, vivos e mortos – está sujeito a Ele e lhe deve obediência. Assim, temos autoridade delegada pelo Soberano do Universo para realizar essa tarefa.

Eu estarei sempre com vocês até o fim dos tempos

Além disso, não estamos sozinhos. Ele mesmo vai junto conosco nessa obra, concedendo poder, proteção, unção, palavra, direção, sabedoria e tudo mais que necessitarmos para espalhar o seu reino e fazer discípulos de todas as nações.

Recursos Logos utilizados

1) Guia Exegético

2) Newman, B. M., & Stine, P. C. (1992). A handbook on the Gospel of Matthew (p. 886). New York: United Bible Societies.

Criado por
Ricardo Meneghelli
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