At 2:1-4 Chegando o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos num só lugar. De repente veio do céu um som, como de um vento muito forte, e encheu toda a casa na qual estavam assentados. E viram o que parecia línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava.
O trecho acima descreve em poucas palavras o precioso momento no qual o Espírito Santo foi derramado dos céus e encheu a vida dos homens e mulheres que seguiam a Jesus. O acontecimento marcou a regeneração espiritual daqueles discípulos e o surgimento de algo novo sobre a terra: A Igreja do Senhor Jesus.
Os discípulos se encontram em uma casa, ampla o suficiente para abrigar as cerca de 120 pessoas que costumavam congregar, incluindo os apóstolos e as mulheres que seguiam a Jesus . De repente, ouviu-se um som, como de um vento muito forte que encheu toda a casa onde estavam assentados, e o Espírito Santo irrompeu poderosamente a partir do mundo espiritual, com sinais audíveis e visíveis no mundo físico, e se derramou sobre eles, comunicando-lhes uma nova vida.
A associação do vento com o Espírito é uja simbologia comum nas Escrituras. Nesse trecho, porém, Lucas usa um termo grego raro para a palavra vento: πνοῆς/pnoes.
Na LXX (Septuaginta), o termo aparece associado ao folego, ou sopro, de Deus em textos como 2 Sm 22:16; Jó 37:10; Ez 13:13; mas em especial em no texto que relata a criação do primeiro ser humano:
Gn 2:7 Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente.
Lucas usa o termo ainda outra vez em At 17:25 com o mesmo sentido:
At 17:25 Ele não é servido por mãos de homens, como se necessitasse de algo, porque ele mesmo dá a todos a vida, o fôlego e as demais coisas.
Essa associação de At 2:2 com Gn 2:7 tem um significado teológico muito importante, pois tal como Deus soprou o folego de vida sobre Adão para dar origem a humanidade, ele também soprou sobre os primeiros discípulos para fazer surgir a Igreja.
O “som” do vento enchendo a casa, foi o prenuncio do que aconteceria com os discípulos. Todos foram cheios do Espírito, que os inundou com sua vida e seu poder transformador, regenerando-os espiritualmente para uma nova vida. A vitória conquistada por Cristo na sua morte e ressurreição foi então comunicada eles, concedendo-lhes o perdão dos pecados, a justificação, a redenção e a reconciliação com Deus. Não havia mais nenhuma barreira entre eles e o Pai celestial, de modo que foram cheios de sua presença e começaram a falar de suas maravilhas conforme o Espírito operava neles. E assim nasceu a Igreja.
Recursos Logos utilizados:
Tan, R. K., deSilva, D. A., & Hoogendyk, I. (2012). The Lexham Greek-English Interlinear Septuagint: H.B. Swete Edition. Bellingham, WA: Lexham Press.
Keener, C. S. (2012–2013). Acts: An Exegetical Commentary & 2: Introduction and 1:1–14:28 (Vol. 1). Grand Rapids, MI: Baker Academic.
Bock, D. L. (2007). Acts (p. 96–97). Grand Rapids, MI: Baker Academic.