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Painting
“Com os olhos fechados em oração, pessoas levantam as mãos, expressando súplica e ação de graças ao Deus Todo Poderoso como a verdadeira virtude de todos os seres humanos”, diz o pintor ganês Yusuf Seidu Okus. Ele trabalha com uma paleta vívida que transmite a idéia da profundidade de sua devoção. “Essa obra foi inspirada em um sonho de tive e pela minha crença nas orações por meio de louvor e adoração… Há poder na oração”.

Há algum tempo atrás, ouvi a história de um missionário americano que trabalha evangelizando e pregando em uma cadeia de segurança máxima e que costuma a entrar no pavilhão gritando: “Luia! Luia!” Ao ouvi-lo, os presos começam a responder com entusiasmo: “Luia! Luia!” E assim, começa uma grande gritaria antes que todos se aquietem para ouvir a pregação da Palavra.

A palavra aleluia é uma das mais queridas do vocabulário cristão. Curiosamente, a palavra aparece em apenas dois livros bíblicos: Salmos e Apocalipse. Aleluia é a versão em português da expressão hebraica “הַלְלוּ־יָהּ” (halelu-yah). No grego a palavra é escrita assim: ἁλληλουϊά. A versão hebraica é a junção do verbo halal, que significa “louve, elogie, celebre, sinta orgulho de” anexada a uma versão diminuída do nome próprio de Deus, Yahweh, que aparece como Yah. O verbo no hebraico aparece no imperativo e no aspecto piel, uma forma intensiva dos verbos hebraicos.

O resultado, portanto, é que aleluia é uma ordem e um convite a todos que significa “Louve [elogie, celebre, sinta orgulho de] Yah[weh]”. Nos Salmos, aleluia tem os seguintes motivos: a destruição dos ímpios (Sl 104.35); a fidelidade de Deus (Sl 105.45; 106.1, 48; 113.9; 117.2; 147.20; 148.14); a fidelidade do seu povo (Sl 112.1); o reino de Deus (146.10). Todos são conclamados para louvar Yahweh: os servos do Senhor (Sl 135.1); os seres celestiais (Sl 148.1); a assembleia dos fiéis (Sl 149.1) e todo o ser que respira (150.6). É evidente que se considerarmos todas as vezes que o verbo Halal (louvar) aparece sem o “Yah” e o conteúdo completo desses Salmos, essas listas ficarão ainda maior!

E no Novo Testamento? O livro de Apocalipse é em certo sentido o saltério do Novo Testamento. Nenhum outro livro neotestamentário apresenta tantos cânticos, hinos e louvor a Deus. Bem no final do livro temos a descrição do louvor a Deus por causa da destruição da Babilônia:

19.1 Depois destas coisas, ouvi no céu uma como grande voz de numerosa multidão, dizendo: “Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus, 2 porquanto verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande meretriz que corrompia a terra com a sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos seus servo.” 3 Segunda vez disseram: “Aleluia! E a sua fumaça sobe pelos séculos dos século.” 4 Os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus, que se acha sentado no trono, dizendo: “Amém! Aleluia!” 5 Saiu uma voz do trono, exclamando: “Dai louvores ao nosso Deus, todos os seus servos, os que o temeis, os pequenos e os grandes.” 6 Então, ouvi uma como voz de numerosa multidão, como de muitas águas e como de fortes trovões, dizendo: “Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso. 7 Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou, 8  pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro.” Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos.

Esse texto mostra uma antífona, cântico em que pessoas ou grupos se revezam completando ou respondendo um ao outro. Uma numerosa multidão no céu louva a Deus pela destruição da Babilônia e celebra o fato de que sua fumaça sobe pelos séculos dos séculos. Então, os vinte e quatro anciãos respondem: “Amém! Aleluia!”. Alguém no trobô, neste momento, conclama todos os servos de Deus a louvarem a Ele. A resposta, então, é que uma multidão numerosa responde com voz poderosa: Aleluia! Deus reina e em breve acontecerá o casamento do Cordeiro com a sua noiva, a igreja, o que é descrito em Apocalipse 21.

Aleluia, em Apocalipse, portanto, é um grito de celebração pela vitória definitiva de Deus e de Cristo contra os seus inimigos. Todos os cristãos se alegram profundamente porque aquela que os oprimia agora está definitivamente derrotada para todo o sempre e todos agora aguardam o casamento do Cordeiro e sua Noiva.

Tudo o que existe, existe para obedecer a convocação para louvar a Deus. Mesmo em meio à guerras e sofrimentos do Antigo Testamento, o povo de Deus sabia que havia motivos de sobra para louvar Yahweh pela sua fidelidade graciosa e amor leal. Haverá um dia e que nos ajuntaremos à multidão cantando e louvaremos ao Deus triúno pela Sua vitória final. E enquanto aguardamos, devemos sair pelo mundo convidando pessoas a clamar conosco: “Luia! Luia!”

Criado por
João Paulo Thomaz de Aquino
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