Blog Logos Português

  • Devocionais
  • Exegese
  • Produtos
  • Informativo
  • Treinamento

Pai Nosso que estás nos céus

February 4, 2015 by João Paulo Thomaz de Aquino Leave a Comment

  • Share on Facebook.
  • Share on Twitter.
  • Share on Google+

1 Reis 8.27, 30 Mas, de fato, habitaria Deus na terra? Eis que os céus e até o céu dos céus não te podem conter, quanto menos esta casa que eu edifiquei… Ouve, pois, a súplica do teu servo e do teu povo de Israel, quando orarem neste lugar; ouve no céu, lugar da tua habitação; ouve e perdoa.

 

Yuri Gagarin foi o primeiro homem a ir para o espaço. Atribui-se a ele (talvez erradamente) a frase: “Olhei para todos os lados, mas não vi Deus”. Contra todo o ceticismo, ateísmo (filosófico ou prático) e agnosticismo, a oração que Jesus ensinou aos seus discípulos começa com a invocação: “Pai Nosso que estás nos céus”!

 

John MacArthur Jr, no livro Alone with God, afirma que os judeus viam cinco dimensões na paternidade de Deus: o Pai da nação (1Cr 29,10); o Pai que está próximo (Sl 68); o Pai gracioso (Sl 103.13), o Pai que guia (Jr 31.9) e o Pai que requer obediência (Dt 32.6).[1] Aqueles que foram adotados por Deus, tem um tipo de proximidade de Deus que possibilita a eles chamarem-no de “Meu Pai”. Mais especificamente, conscientes de que pertencem à família de Deus, juntamente com seus irmãos adotivos, e com o único Filho gerado, Jesus, eles podem invocar a Deus como “Pai Nosso”. Na teologia, essa característica de Deus de se dar a conhecer e se relacionar com os seres humanos é chamada de imanência. Por graça e amor, Deus quis se relacionar com os homens que ele mesmo criou à sua imagem e semelhança, mesmo depois que eles se rebelaram.

 

Esse “Pai Nosso”, entretanto, está nos céus. Nunca podemos nos esquecer que se, por um lado, Deus é o nosso “Papai”, por outro ele é o “Papai do Céu”. Leon Morris afirma que “Não podemos perder o balanço dessa abertura da oração. Nós chamamos a Deus intimamente como Pai, mas imediatamente reconhecemos a sua grandeza infinita com o acréscimo de que estas nos céus”.[2] J. I. Packer, nos relembra que “céu aqui não pode significar um lugar remoto de nós no qual ele habita”, mas aponta para a ideia de que Deus “existe em um plano [dimensão] diferente da nossa, em vez de um lugar diferente”.[3] Calvino, por sua vez, afirma que essa expressão “nos dá uma ideia sublime do poder de Deus”. Ele também diz:

 

Quando se diz que Deus está no céu, não devemos supor que ele habite somente ali; mas, ao contrário, devemos lembrar do que se diz em outra passagem que “o céu dos céus não te podem conter” (2Co 2.6). Esse modo de expressão o separa da categoria das criaturas e nos relembra que, quando pensamos sobre ele, não podemos formar nenhum concepção diminuta ou terrena: pois ele é maior do que o mundo inteiro.[4]

 

Quando oramos Pai nosso “que estás nos céus”, portanto, devemos nos lembrar de que o nosso Deus, embora graciosamente nos tenha adotado como filhos (aqueles que crêem em Cristo), continua sendo transcendente, grandioso e digno de temor. Vejamos alguns textos bíblicos que nos relembram da transcendência de Deus:

 

 

Isaías 63.15 Atenta do céu e olha da tua santa e gloriosa habitação. Onde estão o teu zelo e as tuas obras poderosas? A ternura do teu coração e as tuas misericórdias se detêm para comigo!

Salmos 115.3 No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada.

Isaías 66.1 Assim diz o SENHOR: O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés; que casa me edificareis vós? E qual é o lugar do meu repouso?

Salmos 103.19 Nos céus, estabeleceu o SENHOR o seu trono, e o seu reino domina sobre tudo.

Salmos 2.4 Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles.

Deuteronômio 26.15 Olha desde a tua santa habitação, desde o céu, e abençoa o teu povo, a Israel, e a terra que nos deste, como juraste a nossos pais, terra que mana leite e mel.

Salmos 80.14 Ó Deus dos Exércitos, volta-te, nós te rogamos, olha do céu, e vê, e visita esta vinha…

 

Assim, ao orarmos “Pai Nosso que estás nos céus”, impressionados ante a grandeza e sublimidade desse Deus único e boquiabertos frente à sua glória, devemos nos lembrar da nossa pequenez e de que somos chamados para viver para a glória dele, refletindo os valores dele e buscando a expansão do reino dele.

 

Eclesiastes 5.2 Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu, na terra; portanto, sejam poucas as tuas palavras.

Efésios 1.3 Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo,

Lamentações 3.41,49-50 Levantemos o coração, juntamente com as mãos, para Deus nos céus, dizendo: Os meus olhos choram, não cessam, e não há descanso, até que o SENHOR atenda e veja lá do céu.

Neemias 9.5-6 Levantai-vos, bendizei ao Senhor, vosso Deus, de eternidade em eternidade… Bendito seja o nome da tua glória, que ultrapassa todo bendizer e louvor. Só tu és SENHOR, tu fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto há neles; e tu os preservas a todos com vida, e o exército dos céus te adora.

 

 

Assim, ajuntando-nos ao exército dos céus e a toda a criação, digamos: Seja louvado, Pai nosso que estás nos céus!

 

Biblia_com

Como eu estava longe do meu computador ao escrever esse post, usei o website Biblia.com. É um website da Logos que dá acesso a toda a sua biblioteca em qualquer computador com acesso à Internet.

 

 

[1]John MacArthur Jr, Alone with God

[2]Leon Morris, The Gospel according to Matthew, Grand Rapids: Eerdmans, 1992, p. 145

[3]J.I. Packer, Growing in Christ, p. 168

[4]Calvin, Commentary on a Harmony of the Evangelists Matthew, Mark, and Luke, p. 318.

 

 

  • Share on Facebook.
  • Share on Twitter.
  • Share on Google+

Filed Under: Exegese Tagged With: nosso, Pai

Pai Nosso

January 28, 2015 by João Paulo Thomaz de Aquino Leave a Comment

  • Share on Facebook.
  • Share on Twitter.
  • Share on Google+

pai e filhoÉ maravilhoso o fato de que podemos chamar o Senhor do Universo de Pai. Ele é o Senhor Santo e Temível, mas também é o nosso Papai. Aleluia! J. I. Packer, afirma que podemos chamar Deus de Pai em três sentidos: como Criador de todas as pessoas e coisas, como o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo e como o Pai dos cristãos por adoção.[1] Jesus estava ensinando, a partir do último sentido, que é o sentido em que os cristãos se aproximam de Deus, não por direito de criação, mas por terem sido adotados em Cristo. Como eu escrevi em outro lugar, infelizmente, nem todos são de fato filhos de Deus.[2] Jesus começa sua oração modelar invocando a Deus como Πάτερ (Páter, Pai). Essa palavra é usada, no sentido religioso, 245 vezes no Novo Testamento é uma das ideias centrais da teologia cristã primitiva.[3] Deus é o Pai nosso.

1. Podemos chamar Deus de Pai, pois fomos adotados por ele:

 

Romanos 8:15 Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai.

Gálatas 4:5-6 vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!

Efésios 1:5-6 nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado…

 

Jesus veio para nos fazer filhos de Deus, por meio dele é que somos filhos.

É o Espírito de Jesus que nos ajuda a clamar Abba (papai), ou seja, nossa união mística com Cristo nos dá acesso íntimo a Deus.

Deus nos predestinou para fazer-nos seus filhos.

 

 

Slide2

Imagem do Logos com recursos sobre a Oração do Pai Nosso

2. Como me tornar filho de Deus?

 

João 1:12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome;

Gálatas 3:26 Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus;

 

Slide3

Imagem do Logos com recursos sobre a Oração do Pai Nosso

 

3. Quais evidências de que sou Filho de Deus?

 

Mateus 5:9 Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.

Mateus 5.44-45 Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos.

1João 3.1-2 Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo. Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é.

Romanos 8:14 Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.

Lucas 6.36 Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai.

Marcos 11.25-26 E, quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas. Mas, se não perdoardes, também vosso Pai celestial não vos perdoará as vossas ofensas.

Aplicações

 

1. Se você não é Filho de Deus, aceite que Jesus Cristo morreu a tua morte, a fim de que você não vá para o inferno, mas, adotado por Deus, usufrua a eternidade com ele.

2. Se você já é filho, comporte-se como filho:

  • Fale com o Pai, desenvolva um relacionamento de intimidade com ele, não se relacione com o Pai com base na lei: não somos escravos, somos filhos!
  • Tenha interesse pelas coisas do Pai
  • Lembre-se de que tudo o que você tem pertence ao teu Pai, incluindo filhos, capacidades e dinheiro. Use de tal forma que o Pai seja glorificado.
  • Lembre-se que o Pai bondoso não gosta que os seus filhos andem no erro. Ele decide quando nos deve tratar com misericórdia e quando nos deve punir, então, tema o Pai.
  • Descanse no amor do Pai: mesmo a disciplina do Pai tem como fundamento o amor dele.
  • Ainda que você não tenha tido a experiência de ter um [bom] pai, saiba que o Pai celestial é perfeito, todo amoroso, sempre atento à nossa voz e necessidades, sempre disposto a nos restaurar.

 

Oração: Obrigado, Senhor, porque podemos te chamar de Abba, Papai.

 

[1] J. I. Packer, Growing in Christ (Wheaton, IL: Crossway Books, 1994), 28. “In fact, when the New Testament speaks of God’s fatherhood it is not with reference to creation, but in two further connections. The first is the inner life of the Godhead. Within the eternal Trinity is a family relation of Father and Son. On earth, the Son called the One whom he served “my Father” and prayed to him as Abba—the Aramaic equivalent of a respectful Dad.”

[2] Veja: https://yvaga.wordpress.com/2014/02/08/filho-de-quem/

[3] Lothar Coenen & Colin Brown, Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, p. 1504.

 

 

  • Share on Facebook.
  • Share on Twitter.
  • Share on Google+

Filed Under: Devocionais, Exegese Tagged With: nosso, Pai

Follow Logos Português

Copyright 2021 Faithlife / Logos Bible Software